sábado, 31 de janeiro de 2009


(Pedras -1.09)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Leonard Cohen... fala por mim :D


(Pequenas flores - 08)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Coisas minhas...

(TtV-YashicaA + CanonG9)

Com uma forma mais ou menos tosca, numa madeira velha, escura, com restos de um verniz há muito estalado, com imperfeições nos rebordos, fruto do corte manual, aparentam ser mais uns trastes velhos que guardo por casa... mas não são, são as únicas verdadeiras coisas que o meu bisavô me deu em mãos, outros objectos foram depois oferecidos pela minha avó ou até a minha mãe.
São dois elefantes, em madeira, feitos pelo meu bisavô e que faço questão de ter à mostra, bem em cima do móvel, à vista de todos que entram na sala.
Segundo sei e do que me lembro de ouvir contar, estes elefantes vieram do Brasil, o meu bisavô, à semelhança de muitas outras pessoas, da zona de Viana, esteve durante anos a trabalhar, quer na Argentina, quer mais tarde no Brasil e foi lá que os fez e foi de lá que os trouxe.
Lembro-me que os utilizava como suporte, para segurar livros, numa estante que tinha no quarto. Era bastante pequeno quando ele mos deu.
Não serão perfeitos aos olhos da maioria das pessoas, mas aos meus... são magníficos. E só por isso merecem uma fotografia e aparecer no blogue :D

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

(Cores de Outono - 11.08)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009



(Padrões que quase se repetem... 11.08)


Às vezes, no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado, juntando
O antes, o agora e o depois
(...)

Sozinho - Caetano Veloso


Desliguei a televisão e aumentei o volume da aparelhagem, Caetano Veloso, ainda mais em noites como esta, merece ser ouvido sem distracções. "Somos" velhos amigos, na mesma linha do Leonard Cohen, já me fizeram ambos companhia em muitas noites, quando o sono demora a chegar ou as ideias andam revoltas na cabeça. Embalado pelas músicas, de caneca de chã na mão, roendo biscoitos de limão ou canela, já clarifiquei algumas ideias, decidi e resolvi várias questões.
Hoje a noite é de Caetano, Prenda Minha e Noites do Norte, são os cd's escolhidos e tocam alternados, desde que cheguei a casa.
Adoro esta musica, "Sozinho", dá-me paz, embala-me, acalma-me... não sei dizer, faz-me bem.
É curioso, que no meio de tanta coisa boa que podia ouvir, volto sempre aos mesmo, nas mesmas alturas, aos bons, aos das letras com sentido, ricas em sentimento, em paixão e significado.
Hoje a noite tarda em terminar, o sono não veio ainda e o cansaço esfumou-se, a viagem de carro, talvez pela chuva e pela atenção à estrada, deixou-me em alerta, mas agora já em casa, o pijama, as pantufas, o chã, a musica, os biscoitos.., trouxeram-me a melancolia de outras noites, a solidão de outros dias, as memorias de quem já consegui ser...
Lá fora a chuva continua, quase em jeito de nevoeiro cerrado, não se ouvem carros e até os senhores do lixo já passaram, não se ouvem vozes, nem há pessoas na rua, acho que até o prédio descansa, só mesmo o Caetano com a voz e eu aqui com escrita, contrariamos o mundo...
São noites assim, que se repetem de tempos a tempos, que me fazem lembrar que um carinho às vezes cai bem...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Coisas...








(Num mundo de vacas voadoras - TtV-Yashica A + CanonG9 .09)


dizem que a paixão o conheceu
mas hoje vive escondido nuns óculos escuros
senta-se no estremecer da noite enumera
o que lhe sobejou do adolescente rosto
turvo pela ligeira náusea da velhice

conhece a solidão de quem permanece acordado
quase sempre estendido ao lado do sono
pressente o suave esvoaçar da idade
ergue-se para o espelho
que lhe devolve um sorriso tamanho do medo

dizem que vive na transparência do sonho
à beira-mar envelheceu vagarosamente
sem que nenhuma ternura nenhuma alegria
nunhum ofício cantante
o tenha convencido a permanecer entre os vivos

Dizem que a paixão o conheceu - Al Berto

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Silence

("Silencio" praia de Castelo do Neiva - 11.08)


There are some qualities- some incorporate things,
That have a double life, which thus is made
A type of that twin entity which springs
From matter and light, evinced in solid and shade.
There is a two-fold Silence- sea and shore-
Body and soul. One dwells in lonely places,
Newly with grass o'ergrown; some solemn graces,
Some human memories and tearful lore,
Render him terrorless: his name's "No More."
He is the corporate Silence: dread him not!
No power hath he of evil in himself;
But should some urgent fate (untimely lot!)
Bring thee to meet his shadow (nameless elf,
That haunteth the lone regions where hath trod
No foot of man,) commend thyself to God!


Sonnet Silence(1840) by Edgar Allan Poe (1809-1849)

Noite de excessos...




(Peso do mundo - 09)


Pudesse o tempo parar, voltar ao inicio da noite e hoje seria diferente. Foi um final estranho, o silencio culpado, as palavras quase sem sentido, ditas em jeito de despedida, o ambiente pesado, no silencio entre o pedido das torradas e meias de leite e a chegada à mesa. O sorriso forçado, os olhares meio vazios de dois corpos cansados. A necessidade de justificar cada gesto ou palavra, revelam falsidade, intranquilidade, uma pedra que ou areia que ficou no sapato e agora magoa. A conversa que foi profunda, serena, é agora superficial, vaga, sobre nada...
O raio do telemóvel que ficou sem bateria, o telefonema que ficou a meio e a justificação a dar ao chegar, prenderam o pensamento durante minutos. A sensação de incomodo é a mesma de quem fala de igualdades, mas fala que nasceu no Porto... na Foz, não na Ribeira ou no Cerco ou fala no primo Africano... Sul Africano, e repete mais alto o Sul Africano... soa tudo a falso... é tudo falso!
O peso nos olhos, de uma noite mal dormida, só é comparável ao peso do mundo que os ombros suportam e agora bem lúcido, a realidade é bem mais crua e muito menos colorida do que aquela amizade, horas antes, parecia ser...
Os excessos, pagam-se, não se esquecem!
Na despedida, o "depois liga-me ou ligo-te eu" é dito a medo, soa ainda mais a obrigação, a um resto de educação, a um minimizar de culpa...
E o pior ainda está para chegar!

Experiencias...




(TtV - Kodak Box + CanonG9 -09)

Há potencialidades nas máquinas antigas, que com gosto, tempo e alguma sorte, se conseguem experimentar, o grão, os riscos, o "lixo" das lentes, as cores esbatidas, as formas pouco nítidas, enfim, um conjunto de imperfeições que tornam as fotografias "perfeitas" do ponto de vista da experiência. Ando com ideias de comprar uma nova máquina, uma TLR, talvez uma Kodak Duaflex, ou alguma do género, para explorar ao máximo este revivalismo que é a técnica de fotografar pelo Viewfinder de outra máquina. Estes modelos, ao contrario das Yashicas, como a minha Modelo A) no viewfinder não possuem linhas, o que torna a fotografia mais engraçada. Entretanto tenho experimentado com outro tipo de máquinas, as "máquinas em formato de caixa". Aqui estão exemplos tirados com os dois modelos que tenho cá em casa, são visíveis diferenças nos recortes do viewfinder. Enfim, é uma forma engraçada de brincar com as imagens.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Favas...


(Rebentos de Fava -1.09)


"Saiu-me a Fava", é uma expressão vulgar, mas como esta que me saiu, não é tanto assim, é engraçado ver em pleno Inverno os novos rebentos a crescerem, é bom sinal, penso eu.
A Natureza segue o seu rumo, ao seu ritmo, crias as condições ideais e as coisas acontecem, mesmo que sejam estranhas para nós, como um canto escuro da garagem, como foi o caso desta fava que agora rebenta.
Muitas vezes acontece e consegue quase sempre surpreender-nos, mas de facto as coisas nascem, acontecem, crescem e dão frutos, onde e de onde menos esperamos...
É a Natureza a dar mais uma vez exemplos, para pensar...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Palavras sábias...

("apanhado" - 1.09)


Nem tudo o que vem à rede é peixe...



(Um dia... -1.09)


Se queres ver o Mundo inteiro à tua altura
Tens de olhar para fora, sem esqueceres que dentro é que é o teu lugar
E se às duas por três vires que perdeste o balanço
Não penses em descanso, está ao teu alcance, tens de o reencontrar

Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar

Na Terra dos Sonhos - Jorge Palma


Jorge Palma, apesar da imagem de eterno cantor inconstante, movido a álcool ou coisas que tais, incapaz de estar lúcido durante muito tempo e de desiludir quase sempre nos concertos ao vivo, foi sempre um cantor de que apreendi a gostar. Pelas letras, pela melodia, pelas palavras ritmadas das suas musicas, pelo lado escuro, pelo lado frágil, pelo lado melancólico e triste, pela rouquidão da voz e confesso, até pelo seu lado de rebelde, gosto de o ouvir, gosto de o ter a tocar e a cantar pela casa. Estrela do Mar, Bairro do Amor, Essa Miúda, Frágil, O Fim... são muitas, mas mesmo muitas as canções deste senhor.
Hoje logo de manhã, ouvi esta musica : Na terra dos Sonhos.

Se queres ver o Mundo inteiro à tua altura
Tens de olhar para fora, sem esqueceres que dentro é que é o teu lugar
E se às duas por três vires que perdeste o balanço
Não penses em descanso, está ao teu alcance, tens de o reencontrar



Em tanta coisa, só dependemos de nós, de acreditar que é possivel e fazer alguma coisa nesse sentido e porém, desistimos tantas vezes.
Hoje, passei o dia, com um pensamento muito positivo em relação a várias coisas, acho que quase tudo é possivel, com um empurrão certo, com o apoio correcto ou até com a queda preparada e amparada pelas pessoas devidas, tudo é possivel!

Ser amanha, um pouco mais feliz do que sou hoje... pode bem ser realidade e não apenas um sonho! :-)


terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Verdadeiras Paixões....


(El Comandante - 1.09)

("Pikena" Maria - 1.09)



(cristais de "frio" - 1.09)


In a Manner of speaking
I just want to say
That I could never forget the way
You told me everything
By saying nothing

In a manner of speaking -Nouvelle vague
Parabéns a estes meninos : Xutos e Pontapés.
São 30 anos de grandes concertos, de grandes musicas, de muitos momentos.
Esta é uma das muitas, que não me canso de ouvir, seja Verão, Inverno, esteja bem ou mal disposto.

Por quem não esqueci

Há uma voz de sempre
Que chama por mim
Para que eu lembre
Que a noite tem fim

Ainda procuro,
Por quem não esqueci
Em nome de um sonho,
Em nome de ti

Refrão
Procuro à noite, um sinal de ti
Espero à noite, por quem não esqueci
Eu peço à noite, um sinal de ti
Por quem eu não esqueci

Por sinais perdidos
Espero em vão
Por tempos antigos, por uma canção
Ainda procuro, por quem não esqueci
Por quem já não volta, por quem eu perdi



segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

De encantar...


Sempre gostei de desenhos animados, de bons desenhos animados, mas nos últimos anos tenho descoberto um encanto maior, pelas animações, pelas séries e filmes de animação. Imaginar todo o trabalho por de trás de cada episódio, faz-me gostar ainda mais de cada historia, de cada momento. Shuan the Sheep, ou em Português : a ovelha Choné, é uma das séries que mais gosto, aliás sempre que posso vejo ou tento sacar mais um episódio. Se pensarmos que cada figura é construida com plasticina e moldada, de modo a criar expressões, acompanhar as falas, dar a sensaçãod e movimento... só de imaginar, é de facto de ficar encantado, com a beleza do resultado final. Aconselho sempre a verem o site : Shaun the Sheep, até porque para além de informação há imagens, jogos, uma variedade de coisas que tornam ainda mais fascinante a série.

Mais recentemente descobri uma outra série fabulosa: Wallace and Gromit.



Wallace & Gromit, são os dois principais "actores" desta maravilhosa série de animação, com um excelente humor, com aventuras muito bem dispostas, é à semelhança de Shuan the sheep, um desenho animado, que cativa, pelas imagens, pela perfeição das imagens, mas especialmente pela beleza das figuras. É preciso lembrar que são figuras de plasticina, que não há simulações ou animações criadas via computador, as expressões, as falas os movimentos, são cuidadosamente alterados instante a instante, frame a frame. Vejam o site, é delicioso : Wallace and Gromit.

Procurem na Internet ou no Youtube e vão ver que ficam a gostar :-)


quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Through the viewfinder...



(Kodak Six-20 Brownie E)



(Em testes - 1.09)


Should i give up,
Or should i just keep chasing pavements?
Even if it leads nowhere,
Or would it be a waste?
Even If i knew my place should i leave it there?
Should i give up,
Or should i just keep chasing pavements?
Even if it leads nowhere


Chasing Pavements - Adele

Sempre gostei muitos destas pequenas máquinas, "Box cameras" como são conhecidas, primeiro, porque são pequenas, simples, completamente manuais, causam um enorme fascínio porque são fáceis de desmontar e perceber o seu funcionamento e conseguir montar de modo a que fiquem de novo a funcionar, mas também, pelo simbolismo e pela ideia principal que está na base da sua invenção : uma máquina simples, pequena, portátil, capaz de fotografias em diversas situações de luz e acima de tudo acessível ao maior numero de gente possivel. Esta que mostro, foi construída entre 1947-1957 e está em muito bom estado. Apesar disso, nunca foi possivel experimentar verdadeiramente a máquina, pois já há muito que não se fabricam rolos que possa ser utilizados e todas as adaptações e tentativas que fiz, para improvisar e adaptar rolos a esta máquina, resultaram em fracasso, umas vezes por dificuldade em controlar a película, outras, porque chegada à altura da revelação, nenhum laboratório aqui em Braga me sabia dizer como poderia revelar e reproduzir o negativo.
Por curiosidade ou por gosto, vale a pena espreitar aqui ou aqui e aqui ou procurar na Internet por este tipo de máquina, é um bom exercício para vermos a evolução das coisas.
Mas procurando pela Internet, é fácil descobrir uma nova forma de dar utilidade a estas pequenas maravilhas, a técnica chama-se : TtV - Through the Viewfinder.
Consiste em registar, fotografar, a imagem que aparece no visor de uma outra máquina.
Há imensos tutoriais, galerias ou projectos na Internet, é só procurar.
Mas qual é a ideia disto tudo? Bom, isso é um pouco relativo, depende de cada um.
Analisando friamente e até racionalmente, é algo contraditório, utilizar máquinas recentes, capaz de imagens nítidas, límpidas, perfeitas na captura da cor e definição dos objectos, para captar imagens, disformes, com cores esbatidas, com erros de paralaxe, deformações, riscos, imagens distorcidas... para alguns será sempre tirar uma má fotografia. Para mim, é uma forma de brincar com as imagens, de imaginar como seria a magia das imagens tiradas pelas primeiras câmaras, é regressar um pouco ao que deveria ser sempre tirar fotografias: fazer as coisas com gozo, com erros, naturalmente, sem excesso de técnica ou manipulação digital, recorrendo a photoshop's e coisas que tais.
As cores pálidas, os contornos distorcidos, os erros naturais de uma lente de menisco, sem módulos de correcção ou estabilizadores, o próprio formato (neste caso é um quase tradicional rectângulo, mas por norma neste tipo de técnica, as máquinas utilizadas possuem um visor quadrado, tipico das máquinas TLR, que se traduzem em fotografias quadradas, num formato normal de 6x6 cm) da fotografia final, dá um ar experimental, completamente amador e despreocupado de regras, normas ou o que for.
Tal como em outras coisas, verdadeiramente não há nenhum motivo, para utilizar esta técnica, a fotografias não saem melhores e muito sinceramente é algo que obriga a uma certa dose de paciência, de gosto e gozo em construir as coisas, porque é necessário sempre criar as condições ideais para cada máquina e ambiente de luz, para que se consiga minimamente uma imagem. Mas a magia das coisas está nisso mesmo, na simplicidade, no encanto e no gozo que proporciona, mesmo que não sirva para nada, mesmo que os outros não percebam...
Um dia estas máquinas, vão existir apenas na memoria, nos livros, nas imagens de registo, as pessoas vão estranhar ouvir falar em película ou suporte analógico e a verdade é que para se poder ter algum gozo e dar uso a estas máquinas é necessário recorrer a uma máquina digital.
Mas há verdadeiras obras de arte, fotografias tiradas com esta técnica que são incrivelmente bonitas, ainda mais mágicas... procurem e vão ver que concordam comigo.


terça-feira, 6 de janeiro de 2009



(#5. flores no Inverno -09)

Há coisas estranhas....




Estes dias no rádio, apanhei a meio esta musica, hoje não sei como, nem porquê, dei por mim em pleno Continente, de cesto na mão a assobiar a musica...

"lágrimas" a preto e branco

(a preto&branco - 1.2009)


segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Imortais...



Desde os "Pássaros do Sul", que de tempos a tempos acompanho a Mafalda Veiga e há até musicas que sei de cor de tanto que as ouvi. Embora ache que ela perde por soar quase sempre ao mesmo e as musicas serem sempre na "mesma onda", numa espécie de receita que funciona, então não se mexe... gosto dos textos, da forma simples e natural com que as palavras aparecem relacionadas, gosto da forma simples com que fala do que todos sentimos e por mais do que uma vez, pensei nas palavras dela, como sendo minhas, ou melhor imaginei-me a dizer a mesma coisa, pois identifiquei-me com elas.
Com este novo álbum, começa uma nova digressão e é altura de andar na estrada em digressão, pelo que vi ainda não ha datas marcadas cá para cima, mas a seu tempo isso deve acontecer e possivelmente será concerto a assistir. Gostei desta musica : Imortais...

Por mais que a vida nos agarre assim
Nos troque planos sem sequer pedir
Sem perguntar a que é que tem direito
Sem lhe importar o que nos faz sentir

Eu sei que ainda somos imortais
Se nos olhamos tão fundo de frente
Se o meu caminho for para onde vais
A encher de luz os meus lugares ausentes

É que eu quero-te tanto
Não saberia não te ter
É que eu quero-te tanto
É sempre mais do que eu te sei dizer
Mil vezes mais do que eu te sei dizer

(...)

Achei simpático...


Numa altura em cada vez mais, as idas à caixa do correio, estão associadas a ir buscar contas para pagar, sejam de água ou TvCabo ou então para limpar a caixa das dezenas de panfletos de publicidade, seja ela ao Doutor Bambo, vidente cura tudo, às promoções do Continente, Feira Nova e por ai fora, qualquer objecto ou carta diferente é pelo menos razão para suspeitar ou no mínimo para ficar curioso.
Como cada vez , são menos as pessoas a utilizar os correios, para envio de postais ou cartas, mesmo nesta altura de festas, receber um postal, é motivo de alegria!
Ao inicio ao ler o remetente : Registo Português de Dadores de Medula Óssea, fiquei intrigado, imaginei sempre que a ser contactado, para novos exames, o contacto seria feito via telefone, mas mesmo assim...
Como eu, centenas ou mesmo milhares de outras pessoas receberam um postal igual, com votos de boas festas e desejos de um bom ano, mas foi um gesto bonito, do qual gostei em particular.
E é assim, com pequenos gestos, simples, fáceis e acessíveis a todos que se alimenta a alma, com coisas boas. Quem recebe, gosta sempre, quem envia, mesmo que seja um envio geral, impessoal, de certa forma, quanto mais não seja porque a base de dados assim lhe indica, lembra-se e pensa uns instantes em cada um, nem que seja ao fechar o envelope ou ao mandar imprimir.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Gota a gota...


(Gotas de água - 1.2009)


Gota a gota cai
A chuva no mar
Passo a passo sei
Onde quero estar


Gota a gota - Xutos e Pontapés


As palavras saem em soluços, arrastadas, presas a medos e vergonhas traduzidos em embaraços, dizer a verdade ou melhor, dizer o que se sente de verdade, é sempre dificil, mas liberta!
Gota a gota, palavra a palavra, o que queria dizer e até mais do que pensei conseguir...acabei por dizer. E sinto-me fresco, renovado.
As confusões que se geram, por meias palavras, por meios dizeres ou dizeres meio ditos, são enormes e os novelos que se formam, escondem as pontas e com isso a possibilidade das pessoas se entenderem... não foi o caso! Nunca foi esse o nosso problema.
Continuo com a ilusão intacta e a certeza que seremos felizes, talvez nunca o seremos juntos... mas seremos felizes com o que tivermos : merecemos!
Vivemos de momentos, da partilha de instantes, instantes que nos marcam de maneiras diferentes.
E gota a gota, se rega a planta, que nasceu da semente da amizade.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Esses teus olhos...


(Farrusco - Dezembro 2008)

Não preciso de chamar muitas vezes, basta-me olhar em volta e encontro-te quase sempre por perto. Vejo-te "sentado" com a cauda enrolada, de olhar fixo em mim, segues-me os passos, controlas-me os movimentos e sempre em silencio, não te revelas com facilidade. Mas estás sempre por perto.
Quando me deixas aproximar, ai sim, mias, num miado melado a pedir mimo, festas no pescoço ou apenas que chame por ti.
Nunca gostei muito de gatos, troquei-os sempre pelos cães, mais proximos, mais dependentes. Mas este é diferente, mais meigo, mais felino também, independente mas nunca indiferente, aparece por casa, chama ou então deixa-se ficar à espera que alguém o veja.
Mas são os olhos, de uma verde diferente, um verde amarelado, com toques de castanho, que o tornam diferente. Apesar de felino, o olhar é meigo, quase doce e quando se deixa tocar, mostra um olhar ainda mais meigo. Esses teus olhos, dizem tanta coisa...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

(casulo -12.08)


(#4. flores no Inverno -08)

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

O Primeiro dia...



O primeiro dia - Sergio Godinho

A principio é simples, anda-se sózinho
passa-se nas ruas bem devagarinho
está-se bem no silêncio e no borborinho
bebe-se as certezas num copo de vinho
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo, dá-se a volta ao mundo
diz-se do passado, que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E é então que amigos nos oferecem leito
entra-se cansado e sai-se refeito
luta-se por tudo o que se leva a peito
bebe-se, come-se e alguém nos diz: bom proveito
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Depois vêm cansaços e o corpo fraqueja
olha-se para dentro e já pouco sobeja
pede-se o descanso, por curto que seja
apagam-se dúvidas num mar de cerveja
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar, sem vela ou navio

bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E entretanto o tempo fez cinza da brasa
e outra maré cheia virá da maré vazia
nasce um novo dia e no braço outra asa

brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida.


Com a entrada em 2009, os sorrisos iluminam a sala, as vozes conhecidas e as caras familiares, trazem-me uma sensação boa ao corpo. Um arrepio de calor, bem diferente dos de frio, este é como um abraço, uma caricia ou afago, uma especie de beijo com glosse, pois deixa uma marca... boa!
Os brindes, as passas, os desejos formulados, os sorrisos, as caras amigas e o conforto do casa, lembram-me a sorte que às vezes não valorizamos. O essencial estava ali, como na frase que ouvi estes dias : a felicidade só é absoluta se for partilhada...
Entre o correr da noite e finalmente o deitar, com direito a luta com os lençois e a espera do sono que não vinha, muita coisa me passou pela cabeça. Pensei no ano que terminara e no que agora começara, mais do que em mim, pensei nas pessoas com quem estive e que estiveram comigo, não só neste final, mas também ao longo de todo o ano. Acho que sou uma pessoa com sorte.
Mas mais do que pensar no que passou, fiz planos para o futuro e tenciono começar já a segui-los.
Os sonhos servem para isso mesmo, para nos elevarmos e os amigos para nos manterem minimamente proximos do solo, para ampararem a queda se assim for o final.
Nunca é tarde para querer ser feliz e fazer algo por isso...