quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

"It takes absence to value presence, noise to appreciate silence, and sadness to know happiness...."

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Não devia ter-te deixado entrar assim na minha vida, não devia. Mas não pude. Entraste em mim por assalto e foi doce resistir. Agora quero expulsar-te, e não consigo. Perdi-me em ti, por descuido. Agora não me encontro sem ti.
De tudo nada ficou como prova: nem uma linha com a tua caligrafia, nem uma fotografia em que estivéssemos os dois, nem um dos teus lenços preferidos. Por vezes julgo, enlouquecida, que nem sequer exististe
.”

Há algum tempo que não via/lia nada do Pedro Paixão, este excerto encontrei aqui. Dá-me sempre que pensar a escrita dele...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011



(Cogumelos - Novembro2011 - Fotografias tiradas com o telemóvel)

Todos os anos há noticias de envenenamentos com cogumelos, todos os anos há campanhas de prevenção, todos os anos há alertas espalhados pelas zonas onde habitualmente e com maior incidência nascem e se colhem cogumelos. Não sei nada sobre espécies, sobre venenos, sobre formas de distinguir um bom de um mau cogumelo... mas com toda a certeza, não apanhava para comer, nem tão pouco lhes tocava com as mãos, nestes dois exemplares...
São bonitos, de um vermelho vivo, lustrosos, mas são bons para serem vistos, admirados, registados em fotografia... tocar, cheirar, provar... são riscos que não corro.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011


(onda do mar - CanonG9)

Quem vem pra beira do mar, ai
Nunca mais quer voltar, ai
Quem vem pra beira do mar, ai
Nunca mais quer voltar
Andei por andar, andei
E todo caminho deu no mar
Andei pelo mar, andei
Nas águas de Dona Janaína
A onda do mar leva
A onda do mar traz
Quem vem pra beira da praia, meu bem
Nunca mais quer voltar

Adriana Calcanhotto

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

(Tuli - 4 meses e meio - Novembro de 2011 - Canon G9)

"Companheiro leal e obediente, equilibrado, simpático, rústico, grande franqueza e doçura, ardente na caça, sociável com os seus congéneres pelo que nunca causará problemas durante os passeios, inteligente, adestrável, facilmente adaptável a diferentes circunstâncias, educado, muito dócil, expansivo e brincalhão, é o companheiro ideal." - Epagneul Bretão

Nunca é fácil escolher um animal de companhia, ainda mais quando não é para nós. No meu caso, a intenção foi encontrar a companhia ideal para os meus pais e por isso procurei um animal com porte médio, de carácter sociável, meigo, independente quanto baste, mas que se deixasse "mimar"...
Pelo menos durante 2-3 anos procurei conhecer alguns exemplares de diferentes raças, pesquisei e procurei ver de perto e falar com criadores e donos de vários cães e nunca pensei muito nesta hipótese: um cão de caça, energético! 
E de repente (não tão de repente assim) uma surpresa (não foi em uma surpresa, porque já sabia ao que ia), vejo-me com um cachorro de 2 meses nos colo. Foi encanto à primeira vista, a cor laranja do pelo, a forma de coração gravado na testa, o pormenor de não ter rabo (é raboto, é uma característica desta raça e de outras vocacionadas para a caça, não possuem cauda ou em alguns casos é amputada para não ferirem nas caçadas ou afugentarem a caça), mas acima de tudo o olhar doce que desde os primeiros momentos me mostrou... não me deixaram ter dúvidas, que seria o exemplar perfeito! E assim tem sido! 
Mais do que um animal de caça, é um cão de companhia e de excelente companhia. Até porque de caça, só aos gatos lá de casa...

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Lex III: Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi. - daqui

  3ª Lei de Newton ou em versão "popular"... Cá se fazem... cá se pagam!
(lago Bom Jesus - CanonG9)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

(Braga - CanonG9)
Eu a procurar-te tão longe e tu sempre aqui tão perto...

domingo, 6 de novembro de 2011

Pelas palavras dos outros...

"Não se pode ter muitos amigos. Mesmo que se queira, mesmo que se conheçam pessoas de quem apetece ser amiga, não se pode ter muitos amigos. Ou melhor: nunca se pode ser bom amigo de muitas pessoas. Ou melhor: amigo. A preocupação da alma e a ocupação do espaço, o tempo que se pode passar e a atenção que se pode dar — todas estas coisas são finitas e têm de ser partilhadas. Não chegam para mais de um, dois, três, quatro, cinco amigos. É preciso saber partilhar o que temos com eles e não se pode dividir uma coisa já de si pequena (nós) por muitas pessoas.

Os amigos, como acontece com os amantes, também têm de ser escolhidos. Pode custar-nos não ter tempo nem vida para se ser amigo de alguém de quem se gosta, mas esse é um dos custos da amizade. O que é bom sai caro. A tendência automática é para ter um máximo de amigos ou mesmo ser amigo de toda a gente. Trata-se de uma espécie de promiscuidade, para não dizer a pior. Não se pode ser amigo de todas as pessoas de que se gosta. Às vezes, para se ser amigo de alguém, chega a ser preciso ser-se inimigo de quem se gosta."
(continua)

O que Distingue um Amigo Verdadeiro - Miguel Esteves Cardoso

terça-feira, 27 de setembro de 2011

(pequeno Farrusco - Setembro2011 - CanonG9)

"Dias nublados revelam pessoas ensolaradas"

quinta-feira, 30 de junho de 2011

(gelado e companhia - 30.06 - Canon g9)

Acho que sentimos todos o mesmo, nos primeiros dias de férias ou melhor naqueles primeiros dias em que ainda não são bem férias, mas que o trabalho já não é o mesmo, acabamos por andar um pouco perdidos, a vontade e as ideias são muitas, mas disponibilidade ainda não é total e então acabamos por andar meios a "dar água sem caneco". Pelo menos a mim acontece-me isso.
Normalmente aproveito essas alturas, para pequenas grandes limpezas, dou por mim de volta de armários e gavetas, de capas e cadernos ou de volta do frigorífico. Hoje a tarde (não toda) vai ser dedicada ao arrumo e limpeza, comecei pelo frigorífico, que pretendo descongelar e limpar. E portanto tenho que acabar com o que lá tenho dentro, comecei pelo gelado, gelado de meta e chá verde, juntei-lhe "telhas" de amêndoa e raspas de torrão de alicante e pronto!
Para quem no post anterior diz que não gosta de comer... este post, pode parecer que sou contraditório... e sou :-), a verdade é que gosto de comer, pequenas porções, provar, debicar pequenas quantidades...
(Jantar de dia 29.06 - CanonG9)

Não gosto de comer e não conheço mais ninguém que se canse a comer, que se sinta cansado de mastigar a meio do arroz de frango, das batatas fritas do Macdonalds ou logo no inicio da sopa. 
Na maioria das vezes as refeições são sinónimo obrigação, algo a que me obrigo porque sei que as tenho que fazer. E confesso que em muitas das vezes, acabo até por saltar pratos e fico-me por meia refeição. Não que tenha assim tanta falta de tempo ou até algum distúrbio alimentar, felizmente não é nada disso, simplesmente: raramente tenho fome, muito mais raro ainda sinto vontade de comer este ou aquele prato e de me empanturrar com alguma coisa então... nem me lembro de isso acontecer.
Mas gosto de comida, gosto de preparar, de fazer adaptações a receitas que descubro, de experimentar pratos e acima de tudo de ter gente à mesa, de cozinhar para alguém! Não que seja um especialista, não é por ai, mas é como o meu pai diz : "As refeições devem ser sempre um acto social e deve haver sempre tempo e vontade para a conversa...", escusado será dizer que o meu pai também não é grande amante da comida e que é quase sempre o último a terminar, tal é o seu vagar e capacidade de puxar assuntos e estender a conversa.
Gosto dos jantares tardios, dos encontros de amigos, das conversas entre pratos, das sobremesas e do vinho entre sorrisos e olhares bem dispostos, gosto dos encontros, dos "ajuntamentos", nem tanto da comida, pois essa é a menos importante. 
Gosto de ir às compras, de passar pelo talho, de olhar para o peixe, de tocar nos legumes, de perguntar o nome das ervas aromáticas e qual a utilização, imagino pratos e recordo receitas a experimentar, pego nos vinhos e associo a pratos, a comidas e mais... a pessoas! Não sei se alguém mais faz isso, mas por norma mesmo não perguntando e não tendo bem a certeza se é assim ou não, tenho uma lista de pratos, de comidas preferidas associados à maioria dos amigos mais próximos, gosto de pensar que os conheço bem, que os conheço a esse ponto de saber acertar na refeição que lhes agrada... E não estou a pensar em piza, sim porque piza é piza, toda a gente gosta, sendo melhor ou pior, piza é sempre boa, com mais ou menos ingredientes ou até fria de estar no frigorífico, não conheço ninguém que resista a uma dentada.

Não sei se de facto somos aquilo que comemos, se assim for...não sou grande coisa: como pouco!

quarta-feira, 29 de junho de 2011

(Bom Jesus - Braga, dia 1 de Fevereiro 2011 - Fotografia tirada com o telemóvel)

"Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento rectilíneo e uniforme, a menos que seja obrigado a mudar seu estado por forças a ele impressas." - 1ª lei de Newton ou principio da inércia...

Por mim, continuamos em repouso, esquecemos as leis da Física e ignoramos as pessoas à volta...

domingo, 26 de junho de 2011

"A Tristeza dos Portugueses Porque é que os portugueses são tristes? Porque estão perto da verdade. Quem tiver lido alguns livros, deixados por pessoas inteligentes desde o princípio da escrita, sabe que a vida é sempre triste. O homem vive muito sujeito. Está sujeito ao seu tempo, à sua condição e ao seu meio de uma maneira tal que quase nada fica para ele poder fazer como quer. Para se afirmar, como agora se diz, tão mal.
Sobre nós mandam tanto a saúde e o dinheiro que temos, o sítio onde nascemos, o sangue que herdámos, os hábitos que aprendemos, a raça, a idade que temos, o feitio, a disposição, a cara e o corpo com que nascemos, as verdades que achamos; mandam tanto em nós estas coisas que nos dão que ficamos com pouco mais do que a vontade. A vontade e um coração acordado e estúpido, que pede como se tudo pudéssemos. Um coração cego e estúpido, que não vê que não podemos quase nada.Aí está a razão da nossa tristeza permanente. Cada homem tem o corpo de um homem e o coração de um deus. E na diferença entre aquilo que sentimos e aquilo que acontece, entre o que pede o coração e não pode a vida, que muito cedo encontramos o hábito da tristeza. Habituamo-nos a amar sem nos sentirmos amados e a esse sentimento, cortado por surpresas curtas, passamos a chamar amor. E com verdade. No mundo das ausências, onde a tristeza vem de sabermos muito bem o que nos falta, a nós e àqueles que nos rodeiam, a bondade, que nos torna vulneráveis aos sofrimentos daqueles que nos acompanham e nos faz sofrer duas vezes mais do que se estivéssemos sozinhos, é o preço que pagamos por não sermos amargos. É graças à bondade que estamos tristes
acompanhados. Há uma última doçura em sermos tristes num mundo triste. Igual a nós."

Miguel Esteves Cardoso, in 'As Minhas Aventuras na República Portuguesa'

terça-feira, 21 de junho de 2011

Vi aqui

segunda-feira, 20 de junho de 2011



(vi aqui )

segunda-feira, 6 de junho de 2011

(5.6.2011 - CanonG9)

sexta-feira, 3 de junho de 2011

(Abril11 - canonG9)

quinta-feira, 26 de maio de 2011

(#2 - teste à Argus C3, 2010? - negativo digitalizado)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

(Joaninha - canonG9-2009?)


terça-feira, 17 de maio de 2011

(Zé "Francisco" - 2008? - Canon EOS 30 - negativo digitalizado)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

(Braga - Maio2011 - CanonG9)

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." - Fernando Pessoa

quinta-feira, 12 de maio de 2011

("Levei-te a ver o por do sol..." - Canon G9)

Nunca fui como todos
Nunca tive muitos amigos
Nunca fui favorita
Nunca fui o que meus pais queriam
Nunca tive alguém que amasse
Mas tive somente a mim
A minha absoluta verdade
Meu verdadeiro pensamento
O meu conforto nas horas de sofrimento
não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi a ser só... 

("Texturas" - Outubro 2008 - CanonG9)

terça-feira, 10 de maio de 2011

("Margarida" - Yashica A, Março2011 - negativo digitalizado)


"Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Uma história pra contar
De um mundo tão distante
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Um soluço e a vontade
De ficar mais um instante
"
 (...)
Debaixo Dos Caracóis Dos Seus Cabelos - Caetano Veloso

sábado, 7 de maio de 2011


(Kodak Brownie Flash IV - by CanonG9 Maio2011)

Estes dias, recebi finalmente uma máquina que tinha comprado há algum tempo, mas que só agora puderam entregar, é mais um modelo "box", é a uma Kodak Brownie Flash IV,  que tem a particularidade de ser castanha, com acabamentos a imitar o couro e o dourado. É uma maquina construída entre 1957-1960, com a intenção de ser uma modelo de luxo, dai as cores e os acabamentos escolhidos.
Entretanto dei-me conta que a maioria das máquinas que cá tenho, tirando as polaroids e outras de corpo plástico, são todas em preto ou cinzento. Tirando uma, cujas capas estão temporariamente a parecer uma toalha de picnic, mas que em breve vai ser restaurada, pois já tem as novas "skins" encomendadas.


("perdição" - by CanonG9 Maio2011)


Voigtländer Bessa 1 - informação aqui
Argus C3 - informação aqui
Yashica A - informação aqui
Pentax Me super - informação aqui
Polaroid SX-70 Sonar One Step-  informação aqui
Polaroid SX-70 model 2 - informação aqui

(...)

Tivesse eu tempo para leva-las com frequência a passear :-)

sexta-feira, 6 de maio de 2011


(Detalhe de uma flor - Junho2010 CanonG9)


"Me perco, me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar." 
 
Clarice Lispector
("Rebento de Macieira - CanonG9 -Braga, Março 2011)

terça-feira, 3 de maio de 2011

(Coccinella septempunctata - Canon G9, 2008?)

"My most important problem was destroying the lines of demarcation that separate what seems real from what seems fantastic."

Gabriel García Márquez

domingo, 1 de maio de 2011


(Cabedelo - Viana do Castelo - negativo digitalizado) 
( Kodak six-20 - Brownie E, adaptada para rolos de 35mm - efeito panorâmico )

sábado, 30 de abril de 2011

( reflexo num 2cv - Canon Eos30, Ilford FP4 125 - negativo digitalizado )

"Some things are too important to be taken seriously." - Oscar Wilde




("melro no ninho - 2010? - Canon A590IS)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

(Gryllus campestris - Abril 2011 - Canon G9)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

"Passeio pelo campo" - Abril2011 CanonG9

E de repente tudo me parece tão grande... que me sinto pequenino outra vez!

sexta-feira, 22 de abril de 2011


(Flor do Campo - Canon Eos30 - 2004? - negativo digitalizado)

Nos últimos dias, voltei a conseguir fazer trabalhar o scanner e tenho digitalizado alguns negativos, mas por muitos cuidados que tenha, não consigo uma imagem "limpa", surgem riscos e mais riscos. Tenho que voltar a abrir o aparelho e desta vez, desmontar o suporte para limpar a fundo o vidro, pois penso que é essa a razão principal para tantos riscos e imperfeições. Os negativos, não se revelam assim tão riscados.
Curiosamente, não desgosto da imperfeição, dai colocar as fotografias aqui. Até porque, o que seria da vida sem imperfeições? :-)

Dia da fotografia Pinhole


(Viana do Castelo - Jardim, 2011 - fotografia pinhole - negativo digitalizado)

Este ano antecipei-me, preparei a máquina (adaptei uma antiga Fex Juni-Boy: retirei-lhe o obturador/objectiva e substitui-os por um plástico com um orifício) e consegui resultados até bastante bons, dadas as características/limitações da montagem. As melhores imagens, consegui-as trocando o tripé, pela estabilidade do chão, como no exemplo de cima.

"O que é o Dia Mundial da Fotografia Pinhole?
É um evento internacional criado com o objetivo de promover e celebrar a arte da fotografia pinhole.
Neste dia único, nós convidamos pessoas de todo o mundo a:
  • deixar por um instante de lado o mundo altamente tecnológico em que vivemos e participar desta data, tirando uma fotografia pinhole
  • dividir seu olhar sobre as coisas, e ajudar a difundir a rara beleza desta técnica fotográfica histórica.
O Dia Internacional da Fotografia Pinhole acontece anualmente no último domingo do mês de abril.
Em 2011, o DMFP é o dia 24 de abril de 2011." 

(Março de 2011 - Canon G9)

"Sometimes the things you can’t change end up changing you."
 

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Eu - 2010? - negativo digitalizado


É em certos dias, como o de hoje, que me dou conta que "é no silêncio que nos ouvimos melhor e é, quase sempre, na solidão que conseguimos ver mais longe...", quando espero que o sono apareça e passo em revista os momentos mais marcantes do dia.
Hoje o sono tarda em chegar, talvez por culpa dos muitos cafés -bebidos ao longo do dia, talvez por culpa das recordações/saudades -que me levaram a telefonar a várias pessoas, talvez pelo dia em si -situações que  me aborrecem, umas por repetição, outras pela falta de lógica, ou simplesmente pelo cansaço de tudo...
"Oiço-me", repetindo em silêncio as várias coisas que te disse e da mesma forma volto a ouvir-te, procurando lembrar-me das inúmeras palavras, algumas bem menos sussurradas que outras, que trocamos e muitas vezes chego a duvidar se conseguimos conversar ou se simplesmente trocamos monólogos, cada um o seu, à vez!

Talvez um dia perceba(s)...

quarta-feira, 13 de abril de 2011

(Abril 2011 - CanonG9)

terça-feira, 12 de abril de 2011


 (imagem retirada da Internet) 



Num dos primeiros treinos de voleibol, há já muitos, muitos anos, a treinadora da altura, tentou fazer-nos acreditar que controlávamos a bola, que era possível sermos nós e não a bola a controlar a jogada e o desenrolar da mesma... numa espécie de parábola, comparou a possível relação com a bola, com a relação com alguém, com outra pessoa - alguém que nos fosse importante! Não me lembro das palavras exactas, lembro-me das expressões, dos gestos, dos risos, mas foram mais ou menos assim: Se apertarmos/controlarmos e fizermos demasiada força com alguém ou a/em alguém, essa pessoa vai afastar-se, vai assustar-se e acabar por se afastar. Se por outro lado, evitarmos essa pessoa, se a largarmos e a deixarmos e nos tornamos demasiado ausentes, essa pessoa vai afastar-se de igual forma... com a bola será mais ou menos igual, demasiada força descontrolada ou demasiada indiferença ou falta de atenção e menor intensidade numa acção e a bola escapa e acaba no chão ou em qualquer outro lado de uma forma descontrolada...
Isto tudo pode ser tão verdade, como outra coisa qualquer, por muita atenção, bom posicionamento que se possa ter, um remate colocado na linha, uma bola rápida na vareta ou meia bola em força no meio, deita por terra qualquer intenção de querer controlar a bola e nesse momento procuram-se duas coisas: a primeira é evitar que seja a bola a bater-nos- uma bola na cara... magoa, a segunda é tentarmos ser nós a bater na bola, seja com mais ou menos força, com mais ou menos direcção, a primeira acção na defesa é colocar a bola no ar, "jogável"....Não há portanto duas situações iguais, acaba tudo por depender das circunstâncias!!!
Passando estas ideias para a vida do dia à dia, continua válida a teoria da minha ex-treinadora, alguém sob pressão afasta-se, alguém demasiado livre faz-nos o mesmo! E continua válida a minha interpretação, tudo depende da situação, das circunstâncias, das pessoas em questão e dos momentos que estamos a viver!
Mas há algo que é sempre verdade, entre dois extremos há sempre um inúmero conjunto de possibilidades, nem tudo na vida é preto e branco, muitas vezes é nos tons de cinzento que nos sentimos melhor...no equilíbrio, entre balanços, entre o que pode vir a ser e a certeza daquilo que foi...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

"À minha avó Amelia...

Mesmo sem pensar muito na data, não consigo esquecer este dia. Lembro-me tão bem, dos dias anteriores, da ultima visita ao hospital, do sorriso e da alegria que nesse dia mostravas e que ainda hoje guardo como ultima imagem de ti.
Lembro-me do telefonema, de me virem buscar, do silencio em casa, das lágrimas e dos soluços de choro abafados, lembro-me da dor, da sensação de vazio e o olhar vago de todos. Lembro-me de estar sozinho. Lembro-me do avô, dos silêncios, ainda maiores que os habituais nele. Lembro-me da preocupação de alguém, quanto à roupa escura, não tinha roupa preta e essa era a preocupação maior... como se o luto não fosse uma coisa interior, bem superior a uma mera camisola ou calças pretas...
Essa são as recordações más, as desse dia, do dia seguinte, das horas na igreja, onde não me lembro de ninguém embora saiba que muita gente esteve lá e falou comigo, lembro-me de abraços, lembro-me de palavras de apoio, mas não recordo caras, não recordo vozes, não me lembro. Lembro-me de pequenas coisas, espaçadas, lembro que chovia e que estava frio, foi um Abril de Inverno esse ano, ou então não... não sei, mas nesses dias choveu bastante e estava frio. Nesses memorias espaçadas e sem conseguir recordar caras, lembro-me da discussão na igreja, com pessoas que não sei quem são, mas que na altura faltaram ao respeito em relação a tudo e a todos e se questionavam sobre o destino da tua roupa... a quem é que interessa a roupa...
Lembro-me das horas antes e de pequenos instantes antes da missa do funeral começar, lembro-me de ter lá estado, mas não me lembro de muito mais, uma espécie de corpo presente, com o pensamento nas memorias, nas lembranças, a tentar guardar tudo, os cheiros, as imagens, os afagos, os gestos... tudo o que foi nosso e que da forma que conhecíamos, terminava ali.
Mas essa são como disse, as recordações más, as lembranças de momentos maus.
Quando me lembro de ti, não é nisso que penso, não são esses os momentos que me lembro, nunca são estes.
De ti lembro-me dos sorrisos, das historias, das bolachas, do cheiro a alfazema que trazias sempre em saquinhos nos bolsos, nos rituais com as flores, do alecrim, à alfazema, às azálias, aos jarros. Dos cuidados com a fruta, as ameixas, os "pelitros", os "pêssegos do cedo", as "uvas morangas" e as nozes. Sim, os cuidados maiores eram com as nozes, lembro-me de caixas e caixas a secarem ao sol, estendidas e recolhidas na eira, todos os dias, até "cantarem" umas nas outras, sinal de que estavam prontas para serem guardadas.
Lembro-me das historias, sim, essas não me esqueço e hei-de contar sempre que alguém as queira ouvir, historias de tempos que não conheci, mas que foram importantes para ti e que descrevias com um brilho especial, um brilho enorme no canto do olho.
Não posso falar de ti, sem falar do avô. Os dois juntos, durante mais de 50 anos, fizeram historia, 3 filhos, 5 netos e agora, já 2 bisnetos... trazemos muito dos dois, cada um de nós.
Dizem que sou muito parecido com o avô, dizias-me tu também muitas vezes, quando trocava os silêncios dele, pela tua companhia nas escadas a descascar favas ou a fazer outra coisa qualquer, pois não me lembro de te ver parada, mas sei que tenho muitas parecenças contigo, o gosto pela terra, pelas flores, não sei, mas não importava que fosse a ti, que tivesse ido buscar este gosto. Seria com orgulho.
Hoje já é de novo dia 9 de Abril, mais um ano que passa e sinto a tua falta, sempre da mesma forma, no meu pai, que sempre que vai lá casa fica diferente, mais triste, no avô, no seus silêncios profundos, no vazio da casa, no silencio da mesma, no cheiro das roupas, da casa, até nas flores da frente da cozinha, perderam o encanto, entristeceram com o avô, silenciaram-se fazendo-lhe companhia.
Para mim, serás sempre a avó Amélia.
E guardo-te ao meu jeito, esquecendo os momentos maus, da doença, dos hospital, do funeral, da missa, das pessoas sem respeito...
Guardo-te e é assim que te lembro, sempre pronta para a conversa, de sorriso sincero no rosto, sempre com um mimo e um afago ao chegar e ao sair lá de casa, guardo-te e lembro-te no cheiro a alfazema, que ainda hoje me acompanha e faço questão de manter próximo, lembro-te e guardo-te... como sempre foste para nós: um exemplo! "

Passou mais um ano...

terça-feira, 29 de março de 2011

(Filhotes da Estrela, Abril 2010)


"Eyes full of question, mind full of doubt."

E os dias seguem assim, iguais, quase sempre iguais e em ciclos que se repetem vezes e vezes e dou por mim "preso" a ti, à ilusão e saudade, com a certeza de que não és quem eu preciso, nem eu sou quem tu procuras...

segunda-feira, 28 de março de 2011

(imagem retirada da Internet)


Alguém no outro dia fazia uma analogia entre o dia à dia e os desafios de um jogo de xadrez.
Embora não concordado com muitas das coisas que ouvi, há uma frase/analogia que me ficou no ouvido : "mal vai o mundo, onde fazemos tudo para "comer" a rainha, mas o que queremos mesmo é "comer" o Rei..."
Sem intenções homofóbicas, não deixo de achar piada à frase, de facto e partindo da ideia que o que queria dizer é que fazemos muita coisa, com uma segunda intenção ou que muitas vezes a nossa vontade é de outra coisa, até faz sentido a sua frase.

Francesinha...

("Francesinha" - Braga 2011)

Sem receita ou segredo especial! A magia do improviso e a necessidade de limpar e descongelar o frigorífico muitas vezes resultam em bons pratos...

segunda-feira, 21 de março de 2011











terça-feira, 22 de fevereiro de 2011




There was a boy
A very strange enchanted boy
They say he wandered very far, very far
Over land and sea
A little shy
And sad of eye
But very wise
Was he

And then one day
A magic day he came my way
And while we spoke of many things, fools and kings
This he said to me
"The greatest thing
You'll ever learn
Is just to love
And be loved
In return"

-Nature Boy


(Eu mesmo, Verão 2009?)

Dei-me conta estes dias que não tenho fotografado e que há meses que não revelo fotografias ou negativos. Ando há quase 3 meses a pensar em testar a Lomo, só para ver se funciona e não há meio de lhe meter um rolo e sair para "disparar". 
Sei que tenho pelo menos mais dois rolos por terminar e um até é de médio formato e está na máquina desde o Verão!
 
Amanhã, mesmo que chova, vou levar as máquinas a passear, uma delas pelo menos...
 



quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

(alfazema - Primavera 2010 - Braga)

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

( TtV - Kodak Box Brownie+CanonG9 - Verão2010 )


" Don’t confuse your path with your destination."

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011


"Tenho mais alguns anos diante de mim e depois quero acabar de repente. Não sei se valeu a pena mas também não me pergunto se valeu a pena. Há muitas coisas assim.Não é desistir, é só dar demasiada importância a coisas que não a têm. A vida é uma delas. Ganha um valor particular quando deixamos de a encarar como o centro de tudo. É só por acaso que gostamos das flores e do mar. E, claro, que é um bom acaso. Mas mais do que isso não.Quase gosto da vida que tenho. Quando a quis toda não gostava de mim. Agora há dias em que aceito que o tempo passe por mim e me leve para onde só ele sabe. ...Vivo sozinho. Passam pessoas, mas nunca ficam por muito tempo. A partir de certa altura intrometem-se tédios por entre as frases e não sabemos continuar. Não insisto. Há muitas pessoas. Não vale ter medo. Há muito que o amor mostrou ser um fracasso. No dia seguinte, no escritório, esperam-me problemas por resolver e decisões que valem dinheiro. Não posso sofrer.Claro que por vezes me sinto triste como toda a gente. Mas é uma tristeza doce, como um descanso. E como não espero nada, não faço nada. De uma maneira ou de outra também acabarei por adormecer esta noite.
" - Quase gosto da vida que tenho - Pedro Paixão

“Há sempre, em todas as vidas, palavras que ficam por dizer; aos pais, aos namorados, até aos amigos. Seriam frases de amor, de ódio, raiva ou ternura. E é muitas vezes na sua ausência que a vida encalha, como um navio perdido.” - Marta Gautier - Tanto que eu não te disse

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(Moinho de Carreço - 2008?)

Na condição de eterno insatisfeito, de alguém que nunca sabe o que quer e que julga sempre saber o que não quer, mesmo que não saiba muito bem o que isso signifique ou o que isso implica ou envolve, penso muitas vezes nas pessoas cujas vidas já cruzaram a minha e no quanto a minha foi afectada/influenciada por esse acontecimento...
Talvez por passar demasiado tempo agarrado ao que já passou, penso demasiadas vezes nessas pessoas, nesses momentos, não resolvo nada, não revivo esses instantes, essas pessoas, nem vivo desses regressos ao que passou, mas sou assim, saudosista por natureza, pensativo por insistência e meio trengo de nascença...
Às vezes penso no que deveria ter dito, no que deveria ter perguntado, no que não fiz e deveria ter feito e fico a "moer" se isso teria feito alguma diferença, se isso, se teria traduzido em mais momentos com esta ou com aquela pessoa... claro está que fico na mesma, as respostas não aparecem, só porque eu quero, ainda mais quando a validades das perguntas, já expirou há muito tempo... Sim, às vezes dou-me conta, que perco demasiado tempo com "merdas" que já não interessam...
Mas não deixa de ser verdade, que o que fica por dizer...atrapalha!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Quase um ano depois e em certos dias sinto que pouco mudou...



Crush
- Garbage

"No regresso a casa, dei conta da confusão que deixei instalar neste pequeno espaço a que posso chamar meu, desde a entrada, passando pelo quarto ou pela sala e até na varanda, encontro coisas espalhadas, tapetes desalinhados, moveis por limpar, plantas secas ávidas de água e na loucura das atenções um adubo nesta altura do ano não seria nada de especial, mas sem precisar de procurar, até porque se encontram bem à vista, vejo os saco das reciclagens abarrotarem quer de plásticos, quer de papeis. É igualmente fácil de perceber que, apesar da desculpa do feriado, já deveria igualmente ter colocado o lixo na rua... a semana passada.
Enquanto mudava de roupa, pois o final de tarde trouxe chuva, que mesmo de curta duração foi suficiente para me ensopar as calças e a camisola, dei conta, ao espelho, da minha (triste) figura. Enquanto esperei que o vapor da água quente do chuveiro se instalasse pela casa, continuei a despir-me e a avaliar-me no reflexo. O cabelo em desalinho diz-me que preciso de o cortar, a barba por desfazer desde há dias lembra-me que não me tenho observado ao espelho com atenção, de outra forma não a deixaria chegar a este tamanho, deixo os olhos percorrer-me o corpo e à pele seca acrescento ainda a estrema magreza que detecto na zona do peito, nos braços e pernas, não dei conta de perda de peso, mas o facto das calças dançarem e parecerem maiores do que o que são, pode afinal ser explicado. Estou magro, seco, descuidado...
A ronda de avaliação, continua agora pela roupa, há um monte dela por passar, há outro ainda maior que precisa de ser lavado e dou-me conta que deixei de ter ordem nas gavetas, a que antes era só de meias, apresenta agora t-shirt's, boxer's e papeis que caíram da gaveta de cima, utilizada para os recibos da luz e da agua e de todas as outras coisas que me chegam para pagar e que guardo com a intenção de um dia os organizar.
Peguei em roupa do armário e deixei-me arrastar até à sala, com intenções de colocar alguma música a tocar. Mais uma  revelação, dei-me conta que dos poucos cd's que estavam pelas caixas,  raros eram os que correspondiam e dei razão a quem tantas vezes me chamou atenção para identificar os cd's de mp3's, um nome, qualquer coisa que fosse.
A minha frase preferida: depois arrumo, virou-se contra mim e a situação está no estado limite de desorganização, não me lembro de ter estado alguma vez neste ponto, tão descontrolado. Há poucas diferenças, entre mim e a casa, estamos um caco, um farrapo, um lixo.
Sem saber ao certo o que estava dentro do cd, liguei o leitor, aumentei o volume e deixei-me embalar até ao banho. A água quase a escaldar, o cheiro a alfazema do gel e do sabonete, trouxeram-me à memoria outros banhos e talvez por isso ou talvez também por isso, aguentei ao máximo o calor da água a escorrer-me pelo corpo, antes de o reduzir. A vontade de mudança, de me querer diferente, aumentou com o escaldão que apanhava e talvez por isso, não senti e nem me importei com o ardor que senti nas costas, causado pela luva de crina e continuei a "purgar-me".
Depois do banho tomado, barba desfeita, cabelo penteado, água de colónia borrifada e creme hidratante espalhado, senti-me outro e tratei de minimizar os estragos, remediar asneiras e arrumei o que pude, da melhor forma que consegui. Mesmo assim, falta uma limpeza profunda, preciso livrar-me de revistas e de jornais, pois vou acabar por nunca os ler, preciso cuidar das plantas, arrumar os cd's, sacudir melhor os tapetes e passar um reparador nos moveis e chão. Tenho que organizar a roupa, alguma de Inverno é já para guardar e posso já começar a deixar à mostra t-shirts e camisolas mais finas, começam a ser precisas.
Num balanço rápido pelo fim da tarde, é notório o esforço e a mudança no aspecto das coisas, é ainda mais notória a tomada de consciência de algo que sei desde há já muito tempo, é mais fácil arrumar o que é visível do que o que me é mais essencial: eu próprio. Por dentro, continuo desalinhado, continuo descuidado, continuo magro, continuo vazio..."
ps. a beleza das palavras está na maior parte das vezes, no que conseguimos fazer com elas, num mundo (como o meu) em que a realidade, o sonho e a ilusão, se misturam entre si e igualmente com a ficção, é difícil por vezes ter a noção onde cada uma das dimensões começa e termina. Por ser assim complexo, por o meu mundo ser assim complexo, muitas das vezes perco-me no que digo, no que sinto, no que digo sentir e deixo-me levar no remoinho das lembranças, dos sonhos, do que gostava de ser e não consegui ou me deixaram. Agarro-me a um sorriso, a um olá, a um gesto, como se fosse a mais pura das declarações e sinto as ausências e as distâncias como um anzol a ser arrancado... e perco-me!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011


(escrita - 2008, Pentax Me-super)


A tinta das canetas
reflui de antipatia
e impregnadas, assíduas
cambam as borrachas
Não há fita de máquina
que o uso não esmague
o vaivém não ameace
de dessorar os textos
Mas a grafia nada diz
de pausas na cabeça
Vozes inarticuladas
adensam, durante elas
uma tempestade
recôndita
E nubladas carregam-se
as suspensões
encadeando em nós
o ritmo do presságio.

-Sebastião Alba, in Uma pedra ao lado da Evidência


 A vontade de te escrever é sempre muita. Havendo muito ou pouco para dizer, o gesto é sempre o mesmo, a caneta move-se a um ritmo próprio, como que já sabendo que palavras desenhar.
As palavras, que serão sempre palavras e como tal serão perdidas ou trocadas por outras, ditas por mim ou por outra pessoa, aparecem rapidamente no papel. É mais fácil senti-las deste modo. A ponta do aparo, o brilho da tinta, a imperfeição do papel, o próprio cheiro e textura da folha, tornam estas palavras reais, dão um ar de prova física e a cada instante é possível voltar a ler, pois estão lá, verdadeiramente escritas e não apenas ditas. Porque palavras ditas, leva-as o vento, prefiro escrever, perpetuando assim as asneiras, os sonhos, ambições, os medos e desejos que me acompanham os dias.
Há sempre alguém que inspira, alguém do passado, alguém do presente, alguém que pode ser futuro... alguém que como tu, estás presente, mesmo estando ausente, seja num pensamento, num sorriso recordado ou numa mensagem recebida.
E sem saberes, és mais importante do que imaginas. Marcas a diferença entre uma boa e uma excelente tarde ou um simples acto de beber café com amigos.
As palavras que nunca te disse, poderás encontra-las escritas, em livros, em musicas, em pequenos poemas ou até numa flor que abriu aos primeiros raios de sol. E as que nunca te direi, poderás sempre insistir e perguntar e prometo escreve-las, e as páginas de papel, servirão como prova, se assim quiseres.
Não haverá coincidências e seremos os donos do nosso destino... mas há alturas que acredito saber o que quero e certos sinais, são indícios de algo que só eu entendo e sei interpretar. Poderá ser uma defesa, mas penso, que isso poderá ser uma forma de conseguir antecipar o que ai vem e uma forma de me preparar.
Não desisto de querer ser feliz, e sei que mereces o melhor e que se pudesse te dava o mundo... quanto ao futuro, constrói-se, com bases solidas e muita paciência.
Porque gosto de ti e isso já escrevi várias vezes...
(imagem retirada da Internet)

" Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida. "  Provérbio Chinês

A este provérbio poderia acrescentar várias coisas, mas hoje, acrescento o tempo, pois é algo que não controlámos e podemos ou não fazer um bom uso dele, tal como já dizia o anuncio "tempo, tempo é aquilo que fazemos dele...!
Tempo é algo que cada vez mais...menos temos! Temos cada vez menos tempo para nós, para os outros, para nos darmos aos outros, para conhecer os outros, para partilharmos com os outros e no fundo é algo que acabamos sempre por não valorizar e até desperdiçar... o tempo dos outros, o tempo dos outros connosco!
No crescente egoísmo em que vivemos, nem valorizamos por vezes pequenos instantes ou momentos  que alguém partilha connosco, aquele minuto que alguém perde a escrever uma mensagem de olá ou de bom dia, aquela pausa que alguém faz para podermos passar na fila, nos momentos em família que alguém abdica quando atende o telefone para assuntos de trabalho à hora de jantar, nesses pequenos nadas que todos os dias acontecem e nem sempre valorizamos.


(depois continuo... agora não tenho tempo...)

 

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

De vez em quando procuro ler textos antigos que escrevi e pensar no que mudou, no quanto mudei, nem sempre gosto das respostas que encontro, nem sempre gosto de me ver à distancia e confirmar que tudo é igual ou que tudo é diferente...
Este é mais um texto, dos que recuperei do antigo blog... e é curioso que podia ter sido escrito hoje... e no entanto já é de Abril de 2008!!!

"Desculpa se te fiz fogo e noite
Sem pedir autorização por escrito
Ao sindicato dos deuses...
Mas não fui eu que te escolhi.
Desculpa se te usei
Como refúgio dos meus sentidos
Pedaço de silêncios perdidos
Que voltei a encontrar em ti..."

Carta - Toranja

Nos breves momentos de lucidez que consigo atingir, entre noites que não consigo dormir descansado e os dias que passam de uma forma acelerada sem que consiga perceber um mínimo dos mínimo do que se passa comigo, descubro-me nas asneiras e identifico-me nos erros que às vezes aponto, refiro e revelo.
Sou um eterno errante, apaixonado pela vida, que sonha com um mundo perfeito de loucos como eu, onde me possam entender sem que surjam duvidas, más interpretações ou que fiquem com um pé atrás na defensiva.
Esqueço-me que a maior parte das pessoas, funciona ao contrário de mim : são mais racionais, mais ponderados e controlam-se, para que a insanidade não se revele...
eu sou um pouco diferente, o meu mundo é ideal, as consequências vão pouco além de mim do que possa sofrer, pois sou sincero e nunca minto a ninguém.
Eu podia quase ser um Alberto Caeiro dos tempos modernos, tivesse eu arte e engenho para domar as palavras e organiza-las em frases que traduzissem sempre o que sinto e seria poeta. Como me falta esse dom e vivo num caos reorganizado por tipos de confusão, fico-me pela brincadeira com as palavras , um pensador e amante da vida simples, do campo e das pessoas.
A prova dessa minha inconstância está aqui, nesta minha desorganização, na incapacidade de me manter fiel à linha de um pensamento e escrever, escrever muito, andar às voltas, esquecer-me do assunto principal, do que quero dizer.
Falava dos momentos de sanidade, pequenas pausas lúcidas , de uma mente que vive a altas rotações, que sonha enquanto fala, enquanto vive, enquanto olha nos olhos das pessoas, enquanto respira. Falo das pausas em que baixo a defesa e me torno o mais normal dos normais e deixo de lado a máscara, que a insegurança de não ser percebido, me leva a colocar, baixo a guarda e sou um simples dos simples, não mais, nem menos que qualquer um. E é nesses momentos que penso, que me avalio e me julgo, que controlo a insanidade que toma conta de mim na maioria das horas e descubro todos os erros que cometo, muitos dos quais, descubro nos outros...
E aproveitando, estes instantes, antes que fraqueza e a cobardia, me controlem durante mais uns minutos, peço-te desculpa, por te ter visto como eu sou, por te querer igual a mim, por pensar que poderias querer estar no mundo como eu estou, por sonhar que poderias ser... o que não és, ou que não queres ser... e acima de tudo, peço desculpa de não te conseguir ver como és, como sempre foste e como quero que continues a ser.
Esqueço-me que esta forma de estar não é vida para todos, talvez só para quem já saiu magoado e sentiu na pele o quanto custa ser abandonado, trocado, esquecido, ignorado e conseguiu esquecer, ultrapassar e voltar acreditar que há gente sincera, a confiar quando lhe dizem que falam verdade e os seus olhos confirmam. Mas para isso é preciso tempo e paciência, talvez não esteja ao alcance de todos...
E neste instante em que a insanidade volta a dar sinal de si e me pede para sentir a textura do papel e o cheiro a tinta da caneta, mesmo que esteja com o teclado entre mãos, aproveito e resisto um pouco mais, para te dizer, continua a ser como és...

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011



"True friendship comes when silence between two people is comfortable."

Entre nós são raros os silêncios, há sempre assunto, há sempre algo a dizer e mesmo assim há sempre tanta coisa que fica por contar. 
Mas mesmo assim, há silêncios entre nós, momentos de pausa nas conversas, momentos de sorrisos, olhares, mensagens e sinais que se trocam sem que seja necessárias palavras. 
Conheces-me e eu conheço-te, dá para ver no teu rosto, nas expressões que fazes ou na ausência delas, o que te vai no pensamento, por isso me antecipo muitas vezes e pergunto o que se passa ou encorajo a falares com um simples : -Diz...
Procuras-me, sem que perceba muito bem porquê ou que encontras em mim, que te faça tanta falta. Pergunto-me isso muitas vezes, que raio descobres em mim...quando eu não vejo assim nada de especial, nada de diferente dos demais... mas gosto de te sentir assim, próxima, presente, atenta...
Eu procuro-te, porque sim, porque sim e porque sim! Porque gosto do que encontro, do sorriso com que me recebes, do tom doce com que me falas, pela tranquilidade e paciência que me transmites e por tanta coisa mais... que justifico "porque sim" e englobo tudo na resposta! :-)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011



Será que ainda me resta tempo contigo,
ou já te levam balas de um qualquer inimigo.
Será que soube dar-te tudo o que querias,
ou deixei-me morrer lento, no lento morrer dos dias.
Será que fiz tudo que podia fazer,
ou fui mais um cobarde, não quis ver sofrer.
Será que lá longe ainda o céu é azul,
ou já o negro cinzento confunde Norte com Sul.
Será que a tua pele ainda é macia,
ou é a mão que me treme, sem ardor nem magia.

(...)
Será - Pedro Abrunhosa


Não esperava ver-te e muito menos encontrar-te tantas vezes numa só semana. Do nada tu apareces e voltas a deixar-me a pensar e não gosto disso, não gosto de me sentir assim, não posso deixar que me deixes assim... mas deixas! Ainda me deixas assim. 
Tu chegas e do nada apagas a distancia, esqueces o que foi dito e o que ficou por dizer e baralhas-me, confundes-me e enrolas-me com palavras doces, olhares meigos e silêncios arrastados que procuram palavras minhas.
Chegas e de novo me fazes pensar no que já pensava esquecido.
Brincas comigo e eu... eu deixo.
Esqueço-me do tempo que passou, no que dissemos, no que fizemos, na distancia que entretanto se instalou, em tudo... ou tento pelo menos...

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

"Nunca me deixaste ter saudades tuas..."

Há tanta coisa a escrever sobre frase...
(uma das últimas fotografias de 2010)

À semelhança dos últimos anos, mais uma vez, num dos dias que antecedeu a passagem de ano, fiz as minhas reflexões, em jeito de balanço, sobre o ano que terminou. Lembrei pessoas, lugares, promessas, objectivos alcançados, metas não atingidas, ilusões e desilusões que vivi e guardei o que de melhor consegui e procurei resumir em pequenas tópicos tudo aquilo que não quero ser, não quero viver, não quero sentir neste novo ano e registei em papel que depois rasguei e atirei ao mar, num acto simbólico em que procuro que o mar se desfaça desses pequenos momentos/sentimentos/pensamentos de que procuro fugir. 
Foi um ano de extremos, momentos e pessoas marcantes e nem sempre da forma desejada, mas cresci, como toda a gente imagino eu, sinto-me diferente do que era há um ano e sou certamente alguém diferente, não necessariamente melhor, mas diferente...
Como em quase tudo na vida, nada é imediato, tudo leva o seu tempo, requer paciência e um período especifico de desenvolvimento, para que aconteça a mudança e por isso, muito do que  passei no ano que terminou, continuo a sentir presentemente, muitas das desilusões e marcas que procuro esquecer, continuam ainda presentes... Da mesma forma, as razões de sorrisos e alegrias, permanecem presentes, numa espécie de equilíbrio entre o bem e o mal...
Ao contrário de anos anteriores, não pedi nada para este ano, não escrevi os meus 12 desejos, não pensei muito nisso sequer, limitei-me a pensar em ser feliz, acho que vale por muitos pedidos e no fundo é aquilo que gosto de ser e que procuro alcançar sempre um pouco mais, todos os dias. 
Acrescentei um novo tópico este ano, agradecimentos e reconhecimentos e a ele associei essencialmente os nomes de sempre, dos amigos próximos que me acompanham há anos, o das pessoas que ao longo do ano se tornaram importantes e até o de algumas pessoas que não conheço pessoalmente, mas que por uma razão por vezes tão simples como me dizerem olá, num daqueles dias em que mais precisei, se tornaram importantes e por isso foram também lembradas.
Houve igualmente tempo e espaço para individualizar certas pessoas, a quem desejei vida eterna, saúde infinita e amor imensurável,  pessoas que se tornaram tão presentes e tão necessárias nos meus dias, que chego a chamar de "minhas" e a atribuir "nomes" só meus, tamanho é o meu egoísmo e vontade de continuar  fazer parte dos seus dias...
Como também tenho momentos negativos e comportamentos reprováveis, numa espécie de acto de contrição, procurei não esquecer ninguém e pedi desculpas sinceras a quem possa ter magoado, esquecido ou desiludido. 
Curiosamente, neste minha espécie de terapia, o tratamento sendo relativamente rápido, não há resultados imediatos, não há curas milagrosas ou alívios instantâneos, apenas a sensação de que mais uma etapa foi alcançada e a consciência que o crescimento individual é feito por etapas, são atingidos.
Que seja um bom ano para todos nós, é aquilo que mais desejo.