(da minha janela - Janeiro 2012 - Canon G9)
“Não te acostumes com o que não te faz feliz, revolta-te quando julgares necessário. Alaga o teu coração de esperanças, mas não deixes que ele se afogue nelas.”
Fernando Pessoa - aqui
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Há já vários anos atrás, numa tarde dedicada à fotografia e ao passeio, encontrei uma velhota numa rua dessa pequena vila onde estava e sem eu perceber como, nem qual a razão, como resposta ao meu: "olá, boa tarde...", disse-me: "jamais poderás ser feliz, jamais serás feliz enquanto não deixares que gostem de ti... e ainda antes de tudo isso, tens que começar a gostar de ti, tens que gostar mais de ti!"
Não me recordo se fui eu que me afastei, se foi a velhota que me virou costas, mas devo ter sido eu a fugir, pois lembro-me de olhar à volta, não ver mais ninguém e sentir necessidade de sair...
Ainda hoje, vários anos depois, consigo recordar a velhota, a roupa escura que trazia, os olhos verdes claros, o cabelo apanhado sob um lenço, a saca de pano que tinha na mão, as rugas carregadas e os chinelos de quarto que calçava. Mas a voz, o tom da voz e as palavras que me disse e a forma como o disse, julgo que jamais esquecerei.
Não me recordo se fui eu que me afastei, se foi a velhota que me virou costas, mas devo ter sido eu a fugir, pois lembro-me de olhar à volta, não ver mais ninguém e sentir necessidade de sair...
Ainda hoje, vários anos depois, consigo recordar a velhota, a roupa escura que trazia, os olhos verdes claros, o cabelo apanhado sob um lenço, a saca de pano que tinha na mão, as rugas carregadas e os chinelos de quarto que calçava. Mas a voz, o tom da voz e as palavras que me disse e a forma como o disse, julgo que jamais esquecerei.
Na altura assustei-me, nesse dia senti algo que poucas vezes voltei a sentir e que não me lembro de ter sentido antes, talvez medo, insegurança, não sei explicar...
Já voltei mais vezes à vila, já passei diversas vezes naquelas ruelas, procurei saber quem seria, se seria habitual alguém interpelar as pessoas... não sei bem o que procurava, mas nunca consegui saber nada.
Já me ri diversas vezes disto tudo, aliás conto esta história com gozo, mas o certo é que foram palavras que nunca esqueci, talvez porque no fundo, soube e senti que a senhora teria razão e sentir uma estranha descrever-me tão bem e de uma forma tão crua e sem falsos rodeios, assustou-me, acho mesmo que foi isso que mais me assustou na altura e razão pela qual todos os inícios de Fevereiro me lembro da história.
2 comentários:
a história até arrepia...
obrigada pelos conselhos aqui para a horta:)e vou fazer isso do algodão com as sementes da lavanda.
beijinhos
Olá Ana, mas ainda hoje sempre que vou ou penso em Ponte de Lima, me lembro de tudo :-)
Experimenta então tentar germinar primeiro no algodão, resulta melhor acho eu. Podes também comprar uns vasos já com as flores plantadas, comprei um este ano, 2,50€ vinha com 3 pés, transplantei para um vaso maior e penso que até poderão já este ano dar flor :-)
bjinho
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