terça-feira, 26 de janeiro de 2010

(Bom Jesus - Braga, 01.2010)

Foi estranho ver o lugar sem bancos, sem aqueles bancos vermelhos, sem aqueles famosos bancos vermelhos... talvez seja pelas obras, espero que seja pelas obras...
Há lugares que são de todos, ou seja que todos recordam depois de os conhecer e aquela zona do Bom Jesus, faz-me pensar em momentos e pessoas especiais, situações que guardo no álbum da saudade.
Aqueles bancos vermelhos, suporte e apoio de alguns lanches e tardes e finais de jantar tão bem passados, fazem-me falta e fazem falta a mais gente certamente...não se pode viver só de lembranças...

sábado, 23 de janeiro de 2010



Falling Slowly - Glen Hansard

(#1 - 4.2009)


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Simplificando as coisas :Hoje tinha pensado em escrever várias coisas, comecei uma e outra e mais uma vez e não encontrei as palavras que queria escrever e as frases saiam-me tortas, sem sentido nenhum e cheias de outros significados... e então, esqueci a escrita e disse em voz alta o que queria e fiquei satisfeito!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010



"Frágil" - Abril.2008


" Faz-me um sinal qualquer
se me vires falar demais
eu às vezes embarco
em conversas banais
frágil
sinto-me frágil "

-Jorge Palma


Entre o riso nervoso e as palavras ditas por dizer, há um espaço enorme entre nós! Uma distancia que aumenta sem que consiga controlar e que sei como vai terminar.
Preciso de espaço, gosto do meu silêncio, do meu canto, tenho essa necessidade, mas sinto falta do que já tivemos, do que já fomos, das rotinas de quem se conhece e se sente bem mesmo que nem tudo seja perfeito... a imperfeição e até a alguma falta de jeito e de habituação a partilhar o espaço com outro alguém, tornava-nos quase perfeitos... no mínimo a caminho do ideal!
Não te percebo e desisti de tentar.
Não me percebo, mas insisto no que não existe, insisto em lembranças que misturo com vontades, desejos e pensamentos que tive... sonhos que não chegamos a discutir, projectos e planos que ficaram por comentar e onde "não cabias" - palavras tuas...
As ausências, os silêncios, o que não dizes e o que não consigo ouvir-te ou fazer-te tentar... tornaram cinzentos, os dias de luz e de cor e deixo-me levar na corrente, num fluxo (des)controlado pela multidão de vozes, rostos, cheiros, toques que todos os dias, sem que consiga evitar, insistem em querer mudar-me...
As minhas histórias repetem-se : rapaz conhece rapariga, interessa-se, dedica-se, apaixona-se! Perde-se!!! Rapariga conhece rapaz, desperta interesse, cativa-o, desinteressa-se... deixa-o...
Tens outro nome, outro rosto, outros dons e defeitos, mas já vi e senti estragos semelhantes, ainda sinto marcas de outros rostos, de outros nomes, de outros encantos... e no entanto, de cada vez que toco o chão, que o sinto com o meu corpo, após a queda, tenho conseguido levantar-me, guardado o meu orgulho e seguido em frente e para os lados, umas vezes em linha recta outras em curva, sempre até à rapariga seguinte que me parte o coração!
Desta vez não será diferente...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

( "argus c3 - esmiuçada" - Janeiro.10 )

É raro estar por casa à hora que o carteiro passa, por isso normalmente quando recebo alguma coisa que não cabe na caixa do correio tenho que passar mais tarde pelos correios e só nessa altura perceber o estado e admirar as pequenas relíquias que vou comprando. Hoje foi diferente, a chegada do carteiro, coincidiu com a minha e pude logo sentir e admirar esta beleza de máquina.
O modelo c3 da argus, é famoso pelo seu peso, pela sua aparência, pela sua presença em filmes como do Harry Potter and the Chamber of Secrets ou o "Captain Sky and the World of Tomorrow"‎.
É um modelo com uma grande legião de fãs e com muita informação pela Internet, aqui, aqui ou aqui. Há até adereços, como sacos, malas ou t-shirts com referências à mítica câmara.
Por se tratar de um objecto construido entre 1939 - 66, fiquei admirado com a suavidade do anel de foco, com a limpeza da lente, com a harmonia da máquina e o seu saco, enfim, fiquei extremamente satisfeito com o estado da máquina, que depois de acabar de a limpar e lubrificar, o impulso de lhe colocar um rolo e sair para a "passear" foi enorme, mas fiquei-me pela colocação do filme, deixei as fotos e o passeio para o fim de semana... espero que haja sol...
( "Inicio" - Viana do Castelo - 12.2009 )


"Where shall I begin, please your Majesty?" he asked. "Begin at the beginning," the King said, very gravely, "and go on till you come to the end: then stop." - in Alice in Wonderland Quotes - Lewis Carroll
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De volta à casa de partida, com a vantagem de ter os dados na mão desta vez e de poder escolher se aceito lança-los agora ou se aguardo por uma jogada melhor... Por vezes pequenos nadas, comentários inocentes, conversas que ficam adiadas, algo que alguém nos diz ou nos mostra, sem a perfeita noção de quão pequeno o mundo pode ser... e é o suficiente para sentirmos o "clic" e uma data de coisas passar a fazer sentido ou simplesmente passarmos a ver as coisas como de facto elas são!
As caminhadas fazem-se melhor com os amigos, com as pessoas que escolhemos e que nos escolhem... às vezes é bom lembrar esse principio.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010



( Pequenos detalhes - 8.2009)

Cada vez mais perto de conseguir...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010


(Braga - 10.1.2010)

Não sendo inédito, não deixa de ser "novidade".

domingo, 10 de janeiro de 2010

( "autoportrait" -Ttv - Kodak Box + CanonG9 - 9.2009 )


Lhasa de Sela (27 de Setembro de 1972-1 de Janeiro de 2010)

Descobri por acaso esta cantora, a sua voz rouca, as suas musicas tristes e melancólicas e a sua historia de vida, cativaram-me ao ponto de ter os seus 3 álbuns editados. Soube hoje, que tinha falecido no primeiro dia deste ano... ficam as suas músicas e o efeito que elas causam!

sábado, 9 de janeiro de 2010



( Portrait #4 - Setembro 2009 )


«Tocar a luz, qualquer luz, não consegue ressuscitar nada. Sílaba a sílaba tudo continua imóvel. Mesmo quando as palavras se agitam e são voláteis, cortam a respiração – ou quando são vegetais e largam um fio de seiva quente na língua.
Porque é do silêncio poroso do anjo mudo, da fala incandescente do seu olhar que, de quando em quando, surge o poema.» (Al Berto, Incêndio)

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010



"I see your true colors "

(#3 - Cores num mundo a P&B -11.2008)

O frio que se faz sentir convida a ficar em casa, a esquecer um pouco os cafés no fim de jantar e a caminhada depois de deixar o saco do lixo. Não havendo lareira, o calor chega pelas mantas e pelo aquecedor ligado perto do sofá e assim se passa o serão. Entre as ultimas páginas do Codex 632, que comecei por altura do Natal e um caixote enorme de cassetes com o melhor (e o pior) dos anos 80 e 90 do séc. passado - escrito assim, faz-me sentir ainda mais velho! Mas sobre as musicas é engraçado como algumas dela nunca deixaram de estar na "moda", como outras voltaram a estar e ainda outras, que na altura foram quase ignoradas e voltam agora com novas vozes, novas roupagens e são um sucesso. De facto, até nisto (ou se calhar especialmente nisto) o mundo gira em círculos e volta e meio damos conta que as musicas se repetem e que se renovam muitas vezes em vez de acabarem.
A sorte de ser o mais novo dos sobrinhos e partilhar o gosto musical e o gosto por "máquinas estranhas", como parecem ser os gira-discos e os leitores de cassetes para a malta jovem dos dias de hoje, com o meu tio mais novo, aliada à sorte de ele possuir dezenas de k7's, Lp's e discos, ajuda imenso a que desde cedo tenha tido acesso e contacto com muita da musica que hoje é tida como grandes sucessos dos anos 80 e principio dos anos 90.
O mais engraçado nisto tudo e cheguei a essa conclusão estes dias, em conversa com amigos, é que muitas vezes não somos capazes de dizer o nome da musica, do cantor e muito menos acompanhar musicas que estiveram nos top's nos últimos 5 anos, mas possivelmente conseguimos acompanhar musicas inteiras dos Alphaville, dos Men at work, Eurythmics, Tears for fears, Dire Straits, Nirvana, sinead o'connor, Tina Turner, Abba, Kylie Minogue & Jason Donovan, dos Queen ou dos Europe!!!
Eu sei que para muita gente todas estas musicas são de gosto duvidoso, eu também reconheço que há muitas outras músicas a fazerem parte do melhor que os anos 80 mostraram, mas acho que de um modo geral estes exemplos são no mínimo "conhecidos".
Hoje em dia, talvez por se ouvir menos rádio, talvez por haver maior acesso à informação, talvez por ser mais fácil editar e gravar qq coisa, a quantidade de novos músicos e canções que todos os anos surgem, é enorme.


terça-feira, 5 de janeiro de 2010




SONETO DE SEPARAÇÃO - Vinícius de Morais

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.



(" uma semente de maçã que germinou" - Janeiro 2010)

domingo, 3 de janeiro de 2010




(Flor escondida - 1.1.10)

"...You try to take comfort in words, but words
They cannot love
Don't waste them like that
'cause they'll bruise you more..."

Someone That Cannot Love - David Fonseca


De volta às palavras, às companheiras de desabafos espalhadas por folhas, cadernos ou escritas num teclado já velho conhecido de momentos semelhantes. As imagens não chegam, não valem as mil palavras que habitualmente se apregoa, sinto falta é de letras, palavras, frases e textos enormes, sem sentido, com sentido ou apenas confusos para todos, mas tão claros para mim.
Escrevo por escrever, tal como falo por falar, pela necessidade de fugir ao silêncio das ausências, das relações que ficaram, das pessoas que passaram e seguiram e das que deixei ficar quando resolvi continuar...
Não te escolhi e não pedi para te conhecer, e no entanto guardo-te com carinho, apesar de te procurar esquecer!
Como a flor da fotografia, que apesar de não a ver sei que é bela, simplesmente porque sei, porque confio, também sei como de facto és, mesmo que nunca te tenhas mostrado.
Ninguém ganhou e com a certeza que os dois perdemos, deixo-te ir no teu caminho e obrigo-me a seguir o meu!