quinta-feira, 31 de dezembro de 2009


"Amorosa - 31.12.2009 - Última foto do ano"

Não tendo nenhuma relação especial com o mar, não deixo de o contemplar sempre que posso e tenho desde há já alguns anos um ritual de final de ano: Escrevo os 12 desejos para o novo ano em papel e depois no último ou nos últimos dias do ano, enterro na areia da praia ou simplesmente rasgo e deixo que o vento os espalhe pelo mar. Não deve ser nada de original, mas sinceramente acho que tem mais sentido faze-lo desta forma do que enquanto se comem as uvas passas... até porque, prefiro as sultanas, sem grainhas!
Este ano a escolha do local voltou a ser a parte velha da Amorosa, local preferido para as caminhadas de domingo de manhã e quase sempre ponto de partida para as jornadas de procura de conchas, buzios, beijinhos...

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Mais do mesmo...

(Cabedelo - Viana do Castelo, 30.12.2009)


Um ciclo que termina ou um que começa, o mesmo de sempre...

http://www.youtube.com/watch?v=6T5nISWadn4

segunda-feira, 27 de julho de 2009




( "da noite pró dia" - Braga, Julho de 2009 )

"Em sonhos, é sabido, não se morre
Aliás essa é a Única vantagem"

- in Lisboa que Amanhece - Sérgio Godinho

Não é Lisboa, é Braga que aparece nas imagens. O mesmo instante, o final da noite que se mostra pela esquerda e o dia que nasce, mostrando-se pela direita. Da minha varanda para o mundo, eu vejo o que quero e o que consigo, contento-te com isso e sou à minha maneira igual a tantos outros: feliz na simplicidade das coisas, mesmo que ainda não sejam 7 da manhã, as torradas e o chocolate quente tornam o momento caloroso e quase que apetece repetir a façanha diariamente. Na noite que termina com o nascer de mais um dia, fiz do silencio confidente e do sossego companhia e tive-te aqui ao pé de mim, ao meu modo, ao nosso modo...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

( Kitesurf - Cabedelo .09 by Poladroid Project )


Estão a celebrar os 40 anos da chegada do homem à lua e como não poderia deixar de ser há sempre pessoas que não acreditam que tenha sido verdade, este site, revela imensas teorias e "apresenta" até provas de que o homem não chegou à lua e que tudo foi uma bela "novela" inventada pelos Americanos.
A famosa frase de Neil Armstrong, "That’s one small step for man; one giant leap for mankind", pode ter sido apenas uma deixa, num guião escrito para ser dito num cenário montado pela NASA, são vários os sites que encontram erros de vários tipos nas imagens que a NASA fornece, aqui ou aqui por exemplo.
A verdade é que a vontade de querer voar, acompanha o homem desde sempre e também é verdade que conseguiu de diversas formas controlar o efeito da gravidade e consegue com relativa facilidade, mesmo que por instantes em alguns casos, imitar os pássaros e abandonar a terra para sentir a adrenalina de estar no "espaço", mesmo que seja a 3-4 ou 8 metros do solo, como acontece por exemplo com o pessoal dos Kite Surf.
Não sei se o homem foi à lua ou não, como pessoa das ciências, estou habituado a duvidar de tudo antes de ver as provas, sinceramente nunca procurei saber muito sobre os fundamentos destas teorias, o espaço não é uma das minhas áreas de principal interesse, gosto de estrelas, das geometrias que formam e pouco mais. Mas gosto de acreditar que sim, que foi possivel o homem lá ter chegado e que a Lua se pode tornar num destino de férias a médio prazo...
Até porque a corrida ao espaço, foi em plena guerra fria, onde mais do que tudo era a politica o foco de interesse e esse é outro tema que não me fascina minimamente. Tenham sido Americanos ou Russos a conquistar o espaço, é-me indiferente, tenho pena que não tenha sido um Português, isso sim era assunto!!!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

De volta às insanidades...


Cabedelo - Yashica A + Ilford FP-4 Plus ( Dezembro.06)

De repente a cabeça deixou de andar a roda e quase tudo fez sentido, identifiquei o espaço, o tempo e até reconheci alguns dos rostos que me observavam. Tentei falar, dizer alguma coisa com sentido, mas os sons que consegui dizer pareciam tão indecifráveis para todos, quanto para mim o que aumentou a curiosidade e o número de olhares sobre mim...
Já quase refeito, procurei sentar-me, rir-me da situação e até procurei simpatia e compreensão nos olhares trocistas que continuavam a "medir-me" de alto a baixo e até de lado a lado.
Não esperava ver-te... e isso bastou para que sentisse no estômago o mais forte dos murros, a marretada mais violenta ou o piparote mais certeiro, todos suficientes para que voasse pelo ar e tal como Icaro ao aproximar-se do sol, caí em queda livre, sem esboçar sequer amparar-me ou amortecer a queda, simplesmente senti-me a ir... e depois a deixar-me cair!
Podia tentar mil e muitas desculpas e sei que nenhuma seria credível o suficiente para pelo menos evitares o riso, deixas-me zonzo, baralhas-me e abanas-me, ao ponto de perder o chão que piso e evidenciar sintomas de alucinado... é isso, deixas-me alucinado!
Fizeste-me querer apanhar ar e acompanhas-me à rua, apontas então para o mar, ligeiramente próximo, mas à distancia de alguns minutos de caminhada. Faço-te a vontade e aos poucos a naturalidade volta, as palavras surgem novamente com lógica e ordenadas em frases coerentes e perceptíveis, dou conta que corre uma brisa que nos trás o cheiro do mar e consigo até, ver as estrelas, recuperei os sentidos!
Agora sim, totalmente recuperado e já bem composto, olho-te em silencio, deixo-te falar e consigo perceber o quanto brilham os teus olhos, à medida que contas essa história de que não me lembro o começo, mas que me faz rir e acenar com a cabeça, tentando parecer totalmente informado. És ainda mais bonita assim ao perto, e melhor, tornas-me a mim mais bonito quando te encostas ao meu ombro ou me deixas que te pegue na mão.
Continuamos o passeio e dou conta dos extremos que me causas, tanto me fazes baloiçar, quanto me acalmas, tanto me confundes, quanto me elucidas e sinto que sabes tudo isso e que esse poder que controlas, dá-te ainda mais força e torna-te ainda mais interessante.
Quase que não falo, oiço-te e faço-o sem esforço, pois o toque de veludo que dás ao final das frases torna-as melodiosas e fáceis de as ouvir.
Ainda falta mais de meio, no caminho para o mar e vou feliz, contigo pela mão, refeito da queda e do riso que provoquei e enquanto te oiço, vou pensando para dentro, que quedas com finais assim, quero eu dar muitas...

terça-feira, 14 de julho de 2009

Mais uma polaroid...

"Família polaroid" - 7.09 (clicar para ampliar)

Hoje no regresso dos correios trouxe mais uma polaroid, uma polaroid 600, modelo extreme. Vinha ainda com a caixa e instruções originais e acredito que não tenha sido utilizada mais do que uma ou duas vezes e mesmo assim, tenho duvidas, tal é o estado em que se apresenta. Agora em casa reparei que começam a ser algumas polaroids, inclusive começam a estar repetidas, como os modelos 1000, mesmo que versão europeia e versão americana, a máquina é a mesma e mesmo assim tenho um dos modelos repetidos. As próprias 600, são já 3, quase iguais, mudam apenas a cor, uns pequenos detalhes, mas no fundo a máquina é a mesma.
Acho que por agora, chega de polaroids, a menos que as encontre como todas estas a preços "simpáticos" e completamente distantes dos que certos sites anunciam. Por exemplo aqui, anunciavam o kit Polaroid 1000, a 120€!!! E no mesmo site, uma máquina semelhante à minha "mini-portrait", uma Polaroid 4 Shot apresenta-se com um preço de quase 145€!!!
Eu sei que "oferecem" películas e que são filmes quase impossiveis de encontrar e os que existem são vendidos a peso de ouro, mas ao valor de cada kit, é ainda necessário acrescentar portes, mais 15-20€!
Atendendo a que dei cerca de 30€ pela mini-portrait e cada uma das outras não ultrapassou os 15€, pronto os 20€ já com os portes, acho que ando a fazer bons negócios.
Desde sempre que tive um encanto pelo modelo sx-70 da polaroid e é o único modelo que procuro de verdade, todos os outros tenho encontrado por acaso. Talvez a próxima polaroid seja um modelo sx-70, na europa são bastante caros e algo raros, mas nos estados unidos são bastante comuns e relativamente bem mais baratos, o valor a pagar na alfandega é que me tem feito esperar, mas um destes dias, perco a cabeça :D
São já 9 as polaroids espalhadas pelas estantes, todas a funcionar, aliás como todas as outras máquinas que tenho por casa.
Tal como as máquinas analógicas, estas instantâneas, mesmo que não as utilize com frequência, são únicas, são antigas, algumas verdadeiros clássicos com mais de 30 anos. É engraçado imaginar que historias poderiam contar, se falassem, que imagens registaram, que momentos eternizaram. Por isso, se tiverem máquinas antigas, "velhas", estragadas ou não, não as deitem fora, nem as escondam numa gaveta ou armário, exponham-nas, coloquem-nas à vista de todos, ninguém resiste a uma máquina e aquele "ponto" da casa, vai ter certamente um encanto maior.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Esquerda e direita...

( Zé "Francisco", o Construtor - TtV [07/09] )

Nos últimos tempos reparei que o meu sobrinho nas pequenas grandes empreitadas a que se dedica diariamente: construir túneis, castelos, lagos, estradas na areia do jardim, fazer recortes e colagens, desenhos e carimbos, jogar à bola ou simplesmente dar balanço enquanto se deita no Skate ou simplesmente comer um iogurte ou qualquer outra coisa, tanto utiliza a mão direita, como a esquerda. Até ai, nada de especial, conheço algumas pessoas que conseguem o mesmo e outras que inicialmente faziam tudo com a mão esquerda ou pé esquerdo e que foram "obrigados" a utilizar a mão e pé direitos...
O que me deixou admirado com o raio do puto foi a sua resposta, perguntei-lhe porque é que umas vezes fazia as coisas com a direita e outras com a esquerda... -respondeu-me, que quando se tornava fácil de mais com a direita, que fazia com a esquerda... para treinar!!!!
Perguntei à minha irmã, se tinham sido eles a "forçar" o miúdo ou se tinha sido por sugestão deles ou de alguém e ela nem sabia das habilidades do puto. Perguntamos depois ao miúdo, onde tinha ido buscar a ideia de "trabalhar" com a mão e com o pé esquerdos (também troca de pé com facilidade quando "finta" ou tenta pelo menos ;-) ) e ficámos perplexos com a resposta, diz que quer ser como o Ronaldo, o melhor do mundo... mas em tudo, por isso tem que saber fazer bem as coisas com as duas mãos...
Para quem tem pouco mais de 4 anos, vontade não lhe falta e método também não. É formidável o que estes pequenos seres conseguem dizer e o tipo de raciocínio que já fazem. Não sei se é do "panda", se do outro canal para os miúdos que normalmente vê, ou se é da convivência desde bebé com gente mais crescida, a verdade é que não raras as vezes o "puto" nos surpreende com observações, comentários e raciocínios... quase " à" gente grande...

Smena-4


(Smena-4, Julho 09)

Chegou bem acondicionada, no seu estojo original de couro e trazia ainda o cheiro característico destas máquinas analógicas, um cheiro a óleo, a metal, a máquina...
Sabia que vinha com alguns problemas e por isso tratei de a desmontar ( a parte das fotografias é essencial para depois conseguir montar tudo "mais ou menos" igual), analisei peça a peça e depois de limpar, polir e olear, todas as peças que me achei capaz, voltei a montar, peça por peça, parafuso por parafuso, mola por mola. O resultado final, apesar do sucesso não ser total, é satisfatório, consegui reduzir as limitações e pelo menos para longas exposições (B-mode) a máquina parece funcionar correctamente. A parte das velocidade do diafragma, funciona como um verdadeiro relógio de corda, cheio de molinhas e mais molinhas, rodas dentadas e mais todo um conjunto de pequenos parafusos que consoante o aperto fazem mais ou menos força nas molas e permitem mais ou menos velocidade na obturação... escusado será dizer que nessa parte até tenho medo de tocar, nem tenho chaves de fendas que mo permitam fazer...
Sem manual e sem alguém que me saiba dizer onde posso mexer, não me atrevo a tocar, iria estragar certamente e pior, certamente ficaria sem restauro possivel. Assim, já foi limpa, polida, oleada, identifiquei as falhas e corrigi algumas coisas e estou contente por não terem sobrado peças :D

Especificações :

Produced: 1958-1960
Name: „Смена-4“
Producer: GOMZ
Lens: Triplet-22 4.5/40
Shutter: 1/10, 1/25, 1/50, 1/100, 1/200 + B.


Film Size: 35mm
Image Size: 24x36mm
Dimensions:
height: 7.5cm
width: 12.0cm
depth: 5.7cm
weight: 277gm
Normal lens:T-22 4cm f 4.5
Lens Mount: fixed

mais sobre a máquina: aqui e aqui

A próxima máquina já está escolhida e "encomendada", será uma Fed-2 ou uma zorki-4.
Ficam aqui as imagens das duas :



imagens retiradas deste deste site : http://www.sovietcams.com/

segunda-feira, 6 de julho de 2009



( TtV - Kodak Box Brownie+CanonG9 . [07/09] )

(Carregar para ampliar)

Gosto da imperfeição!

domingo, 28 de junho de 2009

Fim de semana...

(imagem retirada da Internet)


"A Vida está cheia de surpresas

Com 40 anos, Fanis está prestes a alcançar o ponto de viragem da sua vida - uma viagem existencial que nem a sua ciência o poderá ajudar a realizar. Popular professor de astrofísica, tem um fantástico relacionamento com os seus alunos, visto ele próprio ser também um estudante... um estudante da vida. Vassilis, avô e mentor de Fanis, é um homem especial com um dom único que marcou fortemente a infância do seu neto. A viver em Istambul, este possui uma peculiar filosofia culinária, baseada nos conhecimentos e sabedoria ancestrais dos gregos e turcos. Sem ver o avô desde os sete anos de idade, Fanis fica eufórico ao receber uma carta do avô, que decide regressar à Grécia após tantos anos. A sua iminente visita torna-se num acontecimento muito especial na vida de Fanis. quando os antigos amigos do avô se reúnem em casa de Fanis prontos a brindar pela sua saúde, este recebe um telefonema a anunciar que Vassilis ficara repentinamente doente. Fanis parte imediatamente para junto do avô, ao mesmo tempo que embarca numa viagem muito especial, a do seu passado. " aqui

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A vida é de facto cheia de surpresas! Este fim de semana era suposto ser de piscina, de festa, de convívio descontraído, de encontros de amigos, de historias, de desabafos, de vida... e até foi, até acabou por ser, menos a parte da piscina e mais outras coisas...

O fim de semana começou com uma sessão de cinema, para deixar um pouco de lado a rotina dos últimos tempos, nada de portátil, nada de cálculos, nada de relatório, nada de computador, de emails e pesquisas. "Um toque de Canela" é um filme curioso, nem tanto pela historia, pelas representações, pelas musicas ou diálogos, mas pelo que despertam em mim. É um daqueles filmes que me deixa a pensar, que "mexe" (no bom sentido), ainda mais pelo momento que vivo, acho que foi um filme, cheio de mensagens, cheio de "abre-olhos", como se costuma dizer...


Mas o fim de semana não foi só de filmes e pensamentos profundos, foi também um fim de semana de re-encontros. Vários amigos, conhecidos, colegas, andavam há imenso tempo (acho que se pode falar de anos...) a tentar combinar um almoço/lanche/jantar onde pudessem estar o maior numero de pessoas.
E pronto, como a chuva não ajudou e o ambiente na zona de Viana não estava propriamente como sendo de Verão, apesar da piscina chamar, só alguns dos miudos, ignorando os avisos e iludindo a guarda dos pais,e que não resistiram ao seu chamamento... mas também, para os miúdos, a água está sempre boa e não precisam de sol para mergulharem...
Esta coisa de almoços de amigos, tem sempre um começo meio estranho, há pessoas que há imenso tempo que não se encontram, não se falam com regularidade, pouco ou nada sabem uns dos outros e tirando um determinado período (e num tempo já há muito passado) em que partilharam algo, pouco ou nada partilham...
Neste grupo, eu conheço quase todos bastante bem, uns por serem amigos da minha irmã, por terem sido colegas, por passarem lá por casa algum tempo, porque crescemos juntos, porque conheço a prima ou as irmãs deste ou daquele e porque sempre me aceitaram como um dos deles, mesmo sendo mais velhos... 3 anos, que na adolescência fazem quase sempre uma enorme diferença!!!
Depois também há gente mais nova, irmãos (como eu) mais novos, pessoas que fui conhecendo, ou porque jogaram hóquei comigo ou porque eram conhecidos da minha imã, ou filhos de amigos dos meus pais, enfim um grupo bastante "homogéneo" tudo na casa dos 30, uns acabados de chegar outros já com 3-4 anos de experiência e ainda outros que já olham para os 25 com saudade e quase a dizer olá aos 30...
Nestes "encontros" há sempre alguém que quer mostrar que "casou bem", chega mais tarde, mostra o carro recente, fala de negócios, de projectos, de... nada, mas sempre em voz alta e a procurar os olhares de todos... enfim, o normal! E depois há sempre quem saiba que as coisas não são bem assim e que saiba que o "jovem empreiteiro" derreteu em 5 anos a empresa que já era do avô e que até lá a casa as finanças já foram e que em surdina e entre risos e sorrisos divertidos, comentam a realidade em conversas paralelas...
O almoço correu bem e com a ameaça de chuva, muita gente ainda antes das 4 bateu em retirada e graças a Deus, no espaço passou a haver quase silencio, é impressionante o que a canalha fala, grita, corre, destrói... quando os pais os deixam à solta!!!
Fomos ficando os mais chegados, os "verdadeiros" como alguém nos chamou e as conversas passaram a ser mais verdadeiras, mais francas. A dada altura constatei que vivo num mundo à parte, continuo um "miúdo" no meio de gente grande e que sou aceite como um dos deles... mas a verdade é que as diferenças são enormes...
A maior parte deles está já casada ou junta, há alguns anos, de alguns aliás, não conheci, nem me lembro de outras namoradas ou namoradas, desde que os conheço, são aqueles dois e agora em vários casos a dupla virou tripla, e até quíntupla...
O engraçado foi que a dada altura me apercebi que realmente não faço parte daquele grupo, do mundo dos crescidos e de certa forma senti-me... envergonhado... fiquei pensativo até, sobre que raio tenho eu andado a fazer!!! Enquanto alguns do grupo falavam e trocavam impressões de onde pensavam ter os filhos, se na Trofa, na Clipóvoa ou se em Viana... dei por mim a lembrar-me que eles pensam onde os querem ter e eu continuo a pensar em como os evitar...
Falou-se de empregos e negócios e projectos e mais uma vez senti-me deslocado, eu que continuo sem saber muito bem o que "quero ser quando for grande", que continuo a saltar de poiso em poiso e que tenho feito várias coisas e ao mesmo tempo não tenho feito nada de especial...
A dada altura ficamos ainda em menor numero e como sempre nestas coisas, homens para um lado e mulheres para o outro, até porque há sempre conversas que só interessam a um ou a outro "género" de pessoas e naturalmente demos uma volta pela quinta, espaço amplo e bem cuidado e que serve de retiro dos sócios de uma empresa familiar, a que pertencem os organizadores desta reunião. E foi já nessa parte da tarde, numa fase de conversas mais sinceras que ficamos a saber que um dos casais que ali esteve, se vai separar, que andam com problemas e que não sabem como fazer com os miúdos... e a dada altura perguntaram-em por uma ex-namorada, que a encontram com frequência, até porque trabalham no mesmo edifício/complexo ou que a encontram com regularidade por Viana e que está sempre sozinha quando era habitual nos verem juntos e estranharam, estranharam também o facto de nos últimos tempos não aparecer por Viana e estranharam mais ainda quando apareci sozinho... é nestas alturas que as palavras faltam ou sobram e onde normalmente meto os pés pelas mãos e tento justificar o injustificável e que depois de meia hora de coisas ditas meio sem pensar, termino com as típicas frase: "Não deu! Não resultou! "Ainda nos vemos de vez em quando, mas não estamos juntos" ou simplesmente :"O encanto foi-se..."
Entre risos meio nervosos, olhares maliciosos e comentários gozões, quase todos mais ou menos em conjunto acabaram por dizer:- tem que haver outra... tens outra e não queres é apresentar!!!
A verdade nestas alturas é quase sempre tida como mentira e por muito que tenha dito que não, que estou sozinho, acho que nenhum deles ficou convencido.
De volta a casa, ao caldo verde e as conversas de entreter, fiquei a saber que o próximo encontro será mais pessoal, seremos menos pessoas, quase só os que ficaram até ao final da tarde e que será em breve, para festejarmos a chegada de mais um rebento ao "grupo", previsto para o final de Julho...
Fim de semana de Verão, que não teve praia, ou piscina, mas teve calor, amizade, encontros e muita conversa... que mais poderia eu querer?

Eu sei mas não digo...até dificilmente seria levado a sério ;-)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

2 CV - Braga




(Rota dos Santos Populares - Bicavalaria do Minho Junho.09)

"A Rota dos Santos Populares" começa a ser um clássico cá em Braga, mais um encontro organizado pela Bicavalaria do Minho onde nem só 2Cv's e Dyane's se mostraram nas Arcadas, alguns Carochas (menos do que em outros encontros) também marcaram presença.
Eu gosto de ver, aprecio as máquinas, verdadeiras relíquias cuidadosamente mantidas limpas, polidas e com as inspecções e seguros em dia, como pude confirmar .
Tirei várias fotografias, umas mais artísticas que outras, mas gosto muito desta ultima, na pintura cuidada de um 2 Cv, é possivel ver reflectido um outro 2 Cv e também uma vespa. É como ver "reflectidos" dois sonhos : a vespa e o 2 Cv... o Euromilhões é que não há meio de me sair :D

Agora é esperar pela concentração de Carochas em Outubro...

terça-feira, 16 de junho de 2009

(Cabedelo - Viana do Castelo .08)


ninguém meu amor


Ninguém meu amor

ninguém como nós conhece o sol

Podem utilizá-lo nos espelhos

apagar com ele

os barcos de papel dos nossos lagos

podem obrigá-lo a parar

à entrada das casas mais baixas

podem ainda fazer

com que a noite gravite

hoje do mesmo lado

Mas ninguém meu amor

ninguém como nós conhece o sol

Até que o sol degole

o horizonte em que um a um

nos deitam

vendando-nos os olhos


Ninguém meu amor - Sebastião Alba

E se...

(Por do sol - Verão 08)






"Come a little closer
Take a look at me
This light is so obvious
I want you to see
Come a little closer
Look me in the eye
Then repeat with me one more time
Love is the harmony
Desire is the key"

Lykke Li - Melodies And Desires


E se ouvisses o que te digo?

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Ontem...



(Vespas em Braga - 10.06, by Poladroid Project)

Mesmo sem companhia e tendo como acessórios o guarda-chuva e a boina, cheguei ao lugar da concentração, relativamente mais cedo que a maior parte dos "vespistas", pois depois de mim, chegaram bastantes vespas.
Apesar da chuva e do nevoeiro, do frio e do desconforto que é andar molhado, foram várias as vespas concentradas e à semelhança de outras concentrações, depois de um primeiro momento de algum embaraço e timidez, rapidamente deixei essas "mariquices" de lado e observei cada vespa com cuidado, observando detalhes e dando conta de verdadeiras obras de restauro. Tal como o ano passado, rapidamente os donos das vespas me deixaram à vontade, respondendo a perguntas, falando de compras, de trocas, de preços, de oficinas de restauro, mas essencialmente do prazer dos convívios e da sensação de andar de vespa... principalmente quando não chove :D
Achei curioso, que este ano havia mais mulheres, apesar da chuva e das más condições, achei giro ver que há cada mais apaixonadas pelas vespas a manifestarem-se e a aparecerem.
Depois de várias fotografias, de muitas observações, de alguns olhares babados e boa conversa, o pessoal deixou o local da concentração para a tradicional volta pela cidade. Deixei-me ficar, até que a ultima vespa se fizesse ouvir, meio a brincar, meio a sério, ainda me convidaram para seguir com eles, na carrinha de apoio, mas a "vergonha" e outras coisas combinadas, obrigaram-me a agradecer e a recusar o convite.

Há vontades e sonhos que aparecem e que da mesma forma se vão, outros porém são alimentados, pacientemente cultivados e desenvolvidos e é dessa forma que muitas vezes passam de sonho a realidade. O sonho e a vontade de ter uma vespa, continua presente, cresce e toma forma a um ritmo muito próprio, vou descobrindo coisas e detalhes a cada encontro destes e sempre que posso e sei que um dia terei a minha. Como é que eu sei? simples, porque facilmente desisto do que não me interessa, mas dificilmente desisto do que realmente gosto e quero. Com este "feitio" que às vezes é defeito, tenho sabido viver e orgulho-me de ser assim, pois é quase sempre uma vantagem...saber o que se quer!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Para me lembrar que sou feliz...



"sweet little princess" Junho 09 - Poladoid Project


... basta ver-te por uns instantes e olhar-te com atenção!

domingo, 7 de junho de 2009

("sentidos" - 6.09 - clicar para ampliar)



"E soubesse eu artifícios
de falar sem o dizer
não ia ser tão difícil
revelar-te o meu querer..."

Não sei falar de amor - Deolinda

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Na minha varanda o meu jardim...

(Alfazema - Junho.09)


Esta altura do ano é das minhas preferidas, na varanda as flores da alfazema estão finalmente abertas e o perfume invade a casa seja pela porta da cozinha, seja pela do quarto. Aliás, é pela porta da varanda para o quarto que mais noto o perfume fresco e calmante da alfazema.
Na altura que mudei de casa, procurei ( e continuo) colocar um pouco de mim, do que sou, do que gosto e muito das pessoas que mais importantes são e foram para mim, em tudo o que podia, cada objecto ou cada planta, possuem um significado, fazem-me pensar um pouco mais e até talvez mais vezes nesta ou naquela pessoa e o vaso de alfazema não foge à regra. Quando me mudei estava no final do Verão, era inicio de Setembro e conhecendo o calor de Braga e pensando na orientação da varanda, achei melhor não trazer logo os vasos que queria. Esperei pelo Outono desse ano e para além da Tília (1), (2) trouxe a alfazema e desde então todos os anos é a mesma surpresa, o mesmo "jardim" (3),(4).
E prolongo o encanto, secando as flores, colocando-as depois em pequenos sacos espalhados pelas gavetas que troco todos os anos. E mesmo assim, alguma dessa semente e flor que durante meses me perfuma as gavetas, é misturada com sal grosso e essência e transforma certos banhos, em verdadeiros mimos ao corpo e à alma.

Informação sobre a Alfazema

Por falar em jardins, aqui fica uma sugestão, é algo que não vou perder e que à semelhança de anos anteriores é um local a ser visitado várias vezes durante o evento.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

(Zé "Francisco" .08 - Poladroid Project)


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Doce é sonhar
É pensar que você
Gosta de mim
Como eu de você!

Este Teu Olhar - Tom Jobim



Assim se passam os dias...

Presente do Indicativo

eu complico
tu complicas
ele complica
nós complicamos
vós complicais
eles complicam

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Por ai! E hoje...

"Porto -Maio 08 - Poladroid Project"

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vazio

adjectivo

1. que não contém coisa alguma; que só contém ar
2. desprovido de móveis
3. que não tem ninguém; desocupado
4. que não tem habitantes; despovoado
5. esvaziado; despejado
6. sem recheio; oco
7.
figurado insatisfeito
8.
figurado frívolo, fútil, vão
9.
figurado falho de inteligência
10.
figurado livre

nome masculino
1. vácuo, ausência de matéria ponderável
2. espaço não ocupado
3. ausência de conteúdo
4. figurado sensação resultante da perda ou da falta de algo que se considera importante; sentimento de insatisfação
5. popular hipocôndrio
6. parte da perna dianteira do bovídeo, junto à barriga, abaixo da pá
7. [plural] (besta) ilhargas, flancos;

MATEMÁTICA conjunto vazio conjunto que não tem elemento algum

(Do lat. vacívu-, «vago»)

in. Infopédia

Hoje, hoje é assim! Qualquer adjectivo serve e dá no mesmo. Hoje, qualquer coisa é melhor que coisa nenhuma...

domingo, 31 de maio de 2009

Grande fim de semana...

("Projecto Poladroid" 09)

Enquanto aguardo a chegada de mais uma destas pequenas maravilhas, embora sendo uma repetida e portanto ainda sem saber muito bem que destino lhe proporciono (dar? guardar? vender? desmontar?...) continuo a "imitar" as verdadeiras polaroids, recorrendo ao software do Projecto Poladroid.

O calor veio em força, ao ponto de na 6ªa feira, ter decidido ficar por Viana e aproveitar o fim de semana de sol.
O fim de semana revelou-se enorme em actividades, sábado foi dia de praia, quase ver o nascer do sol e ver o por do sol no mesmo dia é algo que não acontece com tanta frequência assim e não fosse o cansaço e o primeiro "semi-escladão" teria sido um dia quase perfeito. Notas a lembrar, apesar de estar mais ou menos com o mesmo peso, estou mais gordo que o ano passado, os calções estão mais justos, o elástico da cintura faz-se notar... solução : novos calções, com um tamanho acima ou então.... pequena dieta :D vamos ver qual o mais fácil!
Mas voltando a sábado, Moledo estava em Festa, Festival de Papagaios de Papel. Muita gente na praia, muita gente na areia, muitas cores e fios pelo céu. Muitos modelos, uns grandes, outros bem mais pequenos, uns simples outros muito complexos. Gostei especialmente das coreografias e das danças dos papagaios ao som das musicas. E eu cheio de pena de ter a máquina cá em Braga :-(
Tendo sido praticamente o primeiro dia, inteiramente de praia, não faltou o churrasco ao final do dia por terras de Carreço. Aproveitar enquanto não nasce o primeiro rebento, dentro de um par de meses estas liberdades vão ficar meio suspensas e vai dai, o final da noite foi ainda melhor com a ida até Caminha, para esticar as pernas e aproveitar o fresco da noite para falarmos de um possivel projecto em comum, de foto e video, algo que anda a ser marinado há já algum tempo e que a chegada do primeiro rebento deste casal amigo, talvez venha a antecipar ou então não :D
O dia longo o de sábado, resultou numa manha quase perdida entre lençois e almofadas, mas ainda deu para quase 45 minutos de caminhada, pela marginal de Esposende, antes de voltar para o almoço em casa dos meus Pais. Pensei que também fosse estar a minha irmã e os meus sobrinhos, mas afinal acabei por não ter grande sorte, tinham passado lá em casa, enquanto estava para Esposende :-( A minha sobrinha está enorme, com os seus 5 mesitos e meio já parece reconhecer a voz e o rosto de todos nós e em cada visita torna-se o centro das atenções, algo que é cada vez melhor tolerado pelo irmão mais velho, que aos poucos foi percebendo que ninguém ocupa o lugar de ninguém e que terá sempre as mesmas atenções que tinha enquanto filho único.
A tarde tinha sido destinada para ser passada em Serralves, aproveitando o fim de semana em Festa e o convite de amigos. Mas o calor, a preguiça e os atrasos entre os horários combinados, ditaram a que fosse diferente e o café a meio da tarde foi tomado em Vila do Conde. Escusado será dizer que havia "povo" por todo o lado, gente e mais gente e carros e mais carros e calor, muito calor e o facto de haver futebol, também não ajudou ao sossego no café e pronto, de certa forma precipitou o regresso a Braga, ao "forno" de Braga!
Não sei muito bem que temperatura possa estar por cá, mas é elevada e deixa-me "mole", arrasto-me e demoro imenso tempo a fazer as coisas.
Tenho várias coisas para tentar terminar, mas até o próprio pc, parece incomodado com o calor e demora imenso tempo a processar as coisas e os graficos que estou a fazer enquanto estou aqui a escrever, já deram duas vezes erro...
Enfim, fim de semana enorme, fim de semana de ar livre, fim de semana com amigos, com sol, praia, escaldão, banho de mar e de gente e que está no final.
Só espero que agora a temperatura baixe um pouco e que se guarde para o próximo fim de semana ou para os feriados que ai se aproximam :D
Uma boa semana!!!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Se estivesse a dormir... não escrevia estas coisas!

(Projecto "gotas" .09)


"Já não sei quem és
Já não sei quem és para mim
Se não for demais, lembra-me de nós
Já não sei quem és
Já não sei que faço aqui
Se não for demais, lembra-me de nós"

Lembra-me de nós - Margarida Pinto


Andava a pensar nesta música, parecia perfeita, dizia, o que eu pensava sentir, falava comigo, como que respondendo ao que perguntava e de certa forma dava-me razão... confirmava o que eu pensava, antecipava-me as palavras e lia-me o pensamento...era perfeita!
Mas até na "má-onda", eu tenho azar! E as certezas que tinha, o resultado de dias às voltas com as teorias, em pouco mais de uma página A4... desapareceram!
Uma espécie de efeito aguarela foi aplicado, os contornos dissolveram-se e as cores ficaram diluídas, esbatidas! O que antes era claro, evidente e cada vez mais nítido, dilui-se! Foi assim que ficou a minha teoria... dissolvida em resultado nenhum!
- Antes assim, poderão dizer...
Sim, acho que sim e não, acho que não! Não sei, até me perder em conspirações, enredos de filmes e cenários escuros, não sei que pensar, não sei que dizer. Era mais fácil o cenário anterior, era negro e escuro, cheio de certezas e reduzido em alternativas e hipóteses...era mais claro no fundo, embora possa parecer uma contradição!
Agora não sei bem que pensar...
Por isso :

"Se não for demais, lembra-me de nós"

Ontem...

(Foguetes no ar - Maio.09)

A prenda maior, chegou por carta antes do tempo. As surpresas boas são assim mesmo, acontecem, quando menos se espera...

domingo, 24 de maio de 2009



("me myself and i" - Poladroid project)


Não me olhes assim!
Continuo a ser quem fui!
Cada vez mais aqui...
não dances tão longe..!
...que eu já te vi

Cada vez mais aqui - Toranja

quinta-feira, 21 de maio de 2009

(Com o pensamento no Verão...)


terça-feira, 19 de maio de 2009

Desde o anuncio do final da produção de filmes/película Polaroid que muita gente tem tentado chegar a uma solução, pois são ainda muitas as pessoas fascinadas pela "magia" da fotografia instantânea e pelas suas limitações e características que conferem a cada fotografia um ar verdadeiramente único e julgo que não sonhei e que li algures na Internet, que há a possibilidade de avançarem com um projecto que permite a continuação da produção de alguns modelos de película Polaroid e assim evitar o final anunciado da mesma.
Enquanto isso não avança, para além de aproveitar os últimos cartuchos de filme ainda existentes em algumas lojas e que são agora vendidos por um valor estupidamente elevado, ainda mais tendo em conta que em muitos deles a validade já terminou há imenso tempo e com isso para além das cores e de todo o processo poder sofrer alterações e o resultado final ser uma surpresa... desagradável, há ainda a possibilidade de o flash não disparar, pois como alguns devem saber a energia necessária para fazer funcionar os flashs's das polaroids, vem armazenada no próprio filme, no cartuxo, numa bateria no interior do suporte da película, podem sempre recorrer a este site : http://www.poladroid.net/ e de uma forma muito simples, intuitiva e até divertida, criar uma fotografia estilo polaroid, a partir de qualquer fotografia digital.






"Now the house is quiet as a hollow head
And I'm walking round bumping into things you said
This has not been as easy as I thought it would
I'd be cooling down the fire if I thought I could

But I'm lonely again tonight
I can feel it like a knot in my side
They keep saying this is part of the ride
But I'm not getting stronger"

The Wrong Girl - Missy Higgins


Hoje queria um abraço. Um dos grandes, daqueles em que tudo à volta pode cair, sem sequer notarmos.
Hoje queria um sorriso. Um grande, daqueles teus, capaz de iluminar a sala e fazer desaparecer a chuva.
Hoje queria uma conversa. Uma das nossas, longas e sobre tudo, das que fazemos esgotar o cha do bule uma e outra e outra vez.
Hoje queria ouvir-te dizer sim. Um sim, diferente dos teus "talvez", dos teus "vamos ver e diverte-te entretanto".
Hoje queria-te aqui, perto, não necessariamente ao meu lado, bastava que estivesses à distancia de um olhar ou a uma suficientemente curta que pudesse sentir-te o perfume.
Hoje, hoje queria abraçar o mundo, num abraço profundo onde pudesse ter tudo e para isso bastava que estivesse aqui, à distancia de um abraço, à distancia de um sorriso, à distancia de uma conversa...
Hoje, bastava-me ouvir-te dizer : Também gosto de ti...

- Escrevi este texto há mais de três anos, cheguei a coloca-lo no antigo blog: Folhas no tempo, estes dias dei-me conta do quanto actual e verdadeiro continua. Cada vez mais tenho a certeza, que mais do que agarrado ao passado e a recordações, sou uma pessoa de ciclos, repito-me... principalmente nas asneiras...

sexta-feira, 15 de maio de 2009



Descobri por acaso e adorei todas as musicas: Jazz and '80s, Various Artists

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(imagem retirada da Internet)

Talvez seja a idade a pesar, talvez seja apenas mais uma fase ou até talvez seja uma questão de bom gosto e de tratar de o refinar ou ainda da companhia, mas nos últimos tempos re-descobri o fascínio das musicas sussurradas... pelos gira-discos!
O barulho, presente em todas as musicas, da agulha na transição das linhas ou o barulho mecânico do braço da mesma quando chega ao final de cada faixa e passa à seguinte é algo que nenhum outro sistema de som permite igualar. O toque do vinil e o cuidado ao manusear cada disco (ainda mais sendo eles emprestados) transformam-se num espécie de ritual de contemplação, antes mesmo de ouvir a verdadeira razão de contemplação : a música. Embora talvez exagerado, mas é um pouco à semelhança do ritual do chá, desde a preparação das chávenas, do bule, da água, à escolha das folhas até chegarmos ao liquido e bebida propriamente dita... não é para todos!
A portabilidade, a qualidade e acessibilidade de um qualquer leitor de mp3, transformou o acto de ouvir musica, em algo natural, que é algo que fazemos constantemente sem prepararmos ou pensarmos antecipadamente na acção.
Já com o gira-discos, a predisposição tem que existir, o esforço é necessário e mesmo que amplamente compensado, não é cómodo, não é pratico, não é tão acessível assim...
Por isso, quando descobrem que partilhamos o mesmo gosto pelos clássicos, pelo jazz, pelas "coisas antigas" e analógicas e nos emprestam um dos seus aparelhos e vários discos e ainda por cima nos dão a conhecer algumas "raridades" de John Coltrane , Miles Davis ou Frank Zappa... só podemos dizer obrigado!
E foi o que eu fiz. Foram 3 semanas de musica "bem ouvida", de serões diferentes, quase sem televisão ou computador e de muitas descobertas. Ontem devolvi à dona, a aparelhagem e os discos e agradeci do fundo do coração, pois penso que se fosse comigo, se calhar não emprestaria algumas destas coisas, mesmo sabendo que iriam ser bem cuidadas, bem tratadas e estimadas... ainda bem que há gente menos "apegada" às coisas que eu :D
Mas não deixa de ser caricato, descobrir, que numa era de tamanha tecnologia e acesso a tanta informação e entretimento, querer que o dia chegue ao final para que o serão seja tão simplesmente passado de volta de um disco do Leonard Cohen e um copo de vinho tinto Alentejano... e eu que nem costumo beber!
Eu acho que é mesmo sinal da idade e da velhice a dar de si :D

Mas mesmo assim, obrigado pelas descobertas, pelas partilhas, pelas sugestões, pelas conversas...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Assim se passam os dias....

(rumo ao aerogel... 09)

Há dias que se passam entre 4 paredes, de bata apertada, com óculos e luvas de protecção, rodeado de soluções, de teses e artigos, quase todos vagos ou cheios de passos e etapas "codificadas" sem que se percebam muito bem onde começam e onde acabam ou como são feitas e com que propósito. O cheiro constante a etanol e outros químicos ou o simples cheiro a sala fechada, quase nunca arejada, quase se cola à roupa, à pele, ao cabelo e tenho a sensação que me acompanha em casa, mesmo depois do banho tomado e da roupa trocada.
A evolução das amostras, as etapas que se vencem e os dias e semanas que vão ficando riscados no calendário, trazem um reforço ao ânimo e funcionam quase como propulsor em certos dias em que a saturação e o cansaço ameaçam a boa disposição.
Os avanços são significativos e os resultados da extracção supercritica, dão boas indicações de que obtivemos de facto aerogel (mais aqui) e que um objectivo foi conseguido .
Estar ocupado ajuda-me a não pensar demasiado e até me esqueço (faço esse esforço) de outras projectos e objectivos que fui traçando e que vou adiando.
Os dias passam, há resultados que aparecem e recompensam o esforço e até de certa forma servem de prova de que de facto o tempo passou, porque às vezes tenho essa falsa sensação de que o tempo não avança e tudo está na mesma... mas é mesmo uma falsa sensação, pois "hoje" nada é igual ao que era "ontem"...
Há dias que passam e que são vividos entre paredes, com breves pausas para café ou almoço rápido e relatórios constantes, anotações rigorosas (ou nem tanto assim), observações cuidadas (ou pelo menos assim simuladas) e alguns bocejos de tédio e impaciência.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Vidas tão diferentes que se cruzam de vez em quando...

Mesmo numa cidade como Braga, onde habitam cerca de 150 mil pessoas e onde não há o bairrismo de outras cidades, é relativamente fácil "conhecer" ou melhor re-conhecer uma cara conhecida e passar por ela um sem numero de vezes, seja ela vizinha ou não. Ainda mais se as pessoas em questão aparentarem ter mais ou menos idades parecidas.
Se a tudo isso juntarmos as coincidências e os acasos da vida, os encontros podem ser quase "combinados", seja porque se escolhe a mesma hora para dar um salto ao hipermercado, seja porque se frequenta a mesma padaria, seja porque se vai ao mesmo café ou até porque os dias em que escolhemos para caminhar ou levar as coisas ao ecoponto, coincidem.
Desde há já algum tempo que em diversas situações e ocasiões, que frequentemente "encontro" uma miúda, que descobri ser quase minha vizinha e que mesmo sem saber o seu nome ou ter-lhe dito o meu, numa espécie mista entre a boa educação e o hábito e até o ser quase natural, sempre que nos cruzamos dizemos olá, sorrimos ou simplesmente retribuímos o abanar de cabeça e o sorriso, numa combinação de gestos que substituem as palavras.
Não sei dizer quem disse o olá primeiro, mas o "oi" dela é engraçado, talvez da pronuncia ou sotaque típico dos Brasileiros, talvez pela naturalidade com que lhe sai, não sei, sei que é um "oi" meio que arrastado, meloso, mas ao mesmo tempo, (parece-me pelo menos) genuinamente simpático.
Já nos cruzamos em diversas situações e a julgar pela aparência, seria apenas mais uma jovem, talvez não tenha sequer 25 anos, mas não sei, nunca fui muito bom a adivinhar idades, mas as sapatilhas ou as sandálias, as t-shirts com desenhos engraçados e os calções ou calças de ganga reforçam essa ideia de juventude.
Há instantes, quando regressava do ritual do café no fim de jantar, voltei a vê-la, estava à porta de uns prédios aqui vizinhos e aparentemente estava à espera de alguém. Ao passar por ela, houve o habitual sinal, o olá e o sorriso e como sempre nada mais do que isso, eu atravessei a estrada e ela continuo a baloiçar-se nos sapatos de tacão e a fazer o mesmo com a mala que trazia.
Já estava eu do lado de cá da estrada, quando parou uma carrinha, uma normal carrinha de 9 lugares, com a particularidade de ser conduzida por um homem e vir cheia de mulheres, todas elas vistosas e com ar produzido. A carrinha parou e no mesmo instante que a porta da frente se abriu, voltou a fechar-se e a carrinha seguiu, mas já com a miúda, que até então esperava baloiçando-se no salto dos sapatos e que me tinha dito "olá", como habitualmente o faz, quando passamos um pelo outro, no seu interior.
Subi as escadas para casa e só nessa altura associei, desta vez não estava com calças de ganga ou calções, não tinha as sandálias ou as sapatilhas e muito menos tinha vestida uma das t-shirts engraçadas, mas sim um vestido justo, decotado e acho que bastante curto também.
Ou seja, é mais uma das "miúdas da noite", das muitas que a cidade de Braga, "emprega" nos bares e casas da região, uma das muitas "miúdas da noite" que diariamente, "apanham" o transporte comum a muitas outras, até ao local de trabalho e que fazem o percurso de regresso ao final da noite/inicio de dia, nas mesmas carrinhas.
Não pude deixar de pensar, no diferente que podem ser as vidas das pessoas com quem nos cruzamos na rua, diariamente, nas rotinas banais do dia à dia. Podem ser vidas tão diferentes como estas nossas...




Hoje aproveitei o final da tarde para fazer uma coisa que há bastante tempo não fazia : ter tempo de qualidade para mim e para as minhas coisas. Aproveitando o tempo quente que se faz sentir em Braga por estes dias, que transforma os finais de dia em momentos quase perfeitos para se andar por fora das casa e assentar arrais nas várias esplanadas que vão surgindo espalhadas pela cidade, terminei a minha tarde com o ultimo álbum da Lisa Ekdahl - Give Me That Slow Knowing Smile, (e que belo álbum!!!) e comecei finalmente a ler o ultimo livro que comprei e que há pelo menos 3 semanas esperava ser lido : A câmara clara de Roland Barthes (e igualmente, que belo livro!!!).
A liberdade de não ter horários para preparar o jantar e de me poder dar ao luxo de comer quando a fome aparece e não com hora marcada, permitiu-me prolongar o final da tarde, bem até à noite e com isso ganhei ainda mais sossego, pois primeiro a esplanada e depois a estrada até casa, foi ficando sem pessoas, sem carros, sem barulho.
Ao mesmo tempo não deixei de reparar que "alguém" ler um livro numa esplanada, é ainda razão de admiração, de olhares e troca de comentários entre as pessoas que passam. Há já alguns anos, na altura que participava regularmente e muito mais activamente nos encontros de Bookcrossing, falávamos entre nós nessa falta de hábito das pessoas cá em Braga e no que algo tão banal para tantas pessoas e tão habitual em muitos sítios, era ainda motivo de comentário e de admiração: aproveitar a sombra ou o sol de uma esplanada na companhia de um livro...
Foi um bom final de dia, melhor só mesmo se tivesse trocado Braga por Viana, Povoa, Vila do conde ou Esposende, para sujar os pés na areia ou simplesmente ver o Por do sol no mar ou sentir a brisa fresca do final do dia. Mas não se consegue ter tudo :D

terça-feira, 5 de maio de 2009



Já em plena contagem decrescente para atingir os 30, tenho-me deixado arrastar pelas memorias, lembranças de momentos, situações, pessoas, conquistas, sonhos, desilusões e de um modo geral tudo o que faz parte de mim nestes quase, quase 30 anos de vida.
É engraçado como as coisas se tornam relativas com a idade, o espírito é o de sempre, o sorriso de "menino", dizem que também se conserva, o brilho do olhar acentuou-se e parece que o mau feitio tem vindo a melhorar, revela-se cada vez mais espaçadamente.
Desde o inicio do ano, foram já vários, os amigos e conhecidos a atingirem a bela marca dos 30 e cada vez me convenço mais que a " excelente reserva" de 1979 é sem duvida fruto de uma grande colheita, sem falsas modéstias, considero-me integrante de uma boa geração, com valores, responsabilidades, uma certa dose de rebeldia e insatisfação quanto baste...
É curioso reparar que em várias situações somos vistos como "jovens adultos", mas em muitas outras situações já somos olhados como "velhos".
Acho que é algo comum a todos nós, por vezes é difícil viver com a idade que temos, seja ao 13/14 anos, aos 18, aos 25, aos 30 ou 50 anos, haverá sempre situações em que iremos desejar ter menos uns anos em cima, situações onde a vontade será ter mais uns anos e ainda situações em que estaremos bem com a idade que temos. Não se trata só de aparentar a idade que de facto temos, na vida as coisas acontecem por ciclos, por etapas, por alguma sequência lógica (ou não!), o importante é diariamente renovar os votos e os desejos de que podemos sempre melhorar, podemos fazer algo diferente e que podemos sempre ser um pouco melhor. Ser feliz, aos 15, aos 20, aos 30 ou em qualquer outra idade, depende em grande medida na nossa capacidade de acreditarmos que o podemos de facto ser!
Num balanço rápido, gosto do que já consegui ser e viver até agora, ficaram muitas coisas por fazer, muitas coisas por dizer, por ouvir, por visitar, por conhecer, por desejar, há muitos sonhos, muitas ilusões, muitos desejos e muitas confirmações e promessas por cumprir... mas a vida re-começa a cada manhã, a cada novo dia e se não aconteceu aos 23, ou aos 27, aos 15 ou aos 7, pode muito bem acontecer aos 30 ou aos 35.
A realização pessoal é um projecto individual, de cada um, diferente de pessoa para pessoa e não pode ser comparada, não pode ser medida, pois não há parâmetros ou valores para referencia.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Hank's letter to Karen - Californication

"Dear Karen,
If you're reading this, it means I actually worked up the courage to mail it so good for me. You don’t know me very well, but if you get me started I tend to go on and on about how hard the writing is for me. This is the hardest thing I ever had to write. There no easy way to say this so I’ll just say it, I met someone. It was an accident, I wasn’t looking for it, I wasn’t one the make it was a perfect storm. She said one thing and I said another and the next thing I knew I wanted to spend the rest of my life in the middle of that conversation. Now there this feeling in my gut that she might be the one. She completely nuts in a way that makes me smile highly neurotic, a great deal of maintenance acquired. She is you Karen, that’s the good news. The bad news is that I don't know how to be with you right now, and that scares the shit out of me. Because if I am not with you right now I have this feeling we will get lost out there. It’s a big bad world full or twist and turns and people have a way of blinking and missing the moment. The moment that could of changed everything. I don’t know what’s going on with us and I can’t tell you should waste a leap of faith on the likes of me. But damn you smell good, like home and you make excellent coffee that has to count for something. Call me!
Unfaithfully yours,
Hank Moody"


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Estes dias mostraram-me esta carta, faz parte de uma das cenas da série Californication. Não conheço a historia completa, não acompanhei a série, vi vários episódios, mas não me lembro de ver nenhum com grande atenção ou sequer do principio ao fim. Mas gostei da carta, do texto, das palavras. Acho que é um daqueles textos que descobrimos e que de repente pensamos que "nós" queríamos ter escrito aquilo, que aquelas palavras, poderiam ser nossas e que mais parece que alguém o escreveu por nós e/ou a pensar em nós...
Acho especial curiosidade, à parte em que o texto fala de que por vezes as pessoas "perdem o momento". E é curioso porque tenho pensado muito nisso, nos instantes, nos momentos, naquelas fracções de segundos em que de repente a oportunidade parece que se escapa e as pessoas não conseguem aproveita-la. Acho que temos todos dificuldade, em perceber que as outras pessoas, por muito que até gostem de nós, que até queiram esperar... acabam por se afastar, acabam por se cansar de esperar e que dificilmente estarão eternamente à nossa espera. É a tal questão dos momentos e das oportunidades que se perdem, apenas porque deixamos que as outras pessoas se cansem de esperar por nós!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Quase a chegar...

Começam já dia 1 de Maio, os "Encontros da Imagem". Durante um mês inteiro, haverá muito que ver e muito que experimentar. Ainda há "Cultura" acessível.
Vejam todas as informações no site do evento : Encontros da Imagem - o9

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Domigo à tarde...

Malas Temporadas

Realização: Manuel Martín Cuenca. Elenco: Nathalie Poza, Eman Xor Oña, Javier Cámara, Gonzalo Pedrosa, Leonor Watling, Fernando Echebarría, Pere Aquillué. Nacionalidade: Espanha, 2005.

" Um jovem que decide abandonar o seu mundo e fechar-se no seu quarto, onde pode controlar tudo. Um emigrante cubano com problemas de legalização que deseja ir-se embora para os Estados Unidos. Um homem que acaba de sair da prisão, onde esteve 6 anos, e tenta recuperar um amor impossível. Uma mulher deficiente motora que luta contra uma vida que não a satisfaz. Uma mulher que ajuda refugiados, mas que parece incapaz de ajudar (ou sequer comunicar com) o seu filho seu filho adolescente. (mais) "




el amor
es algo bello que estropeas sin darte cuenta
te di
mi vida entera, mis besos, y ahora te alejas
qué quieres de mí
que quieres que yo haga más por ti
todo el amor que yo tenía te lo di
qué quieres de mí

vete, me has hecho daño
vete, estás vacío
vete lejos de aquí


vete con tus mentiras
vete, me has hecho daño
vete lejos de aquí

recuerdo
aquellos días en que tú por mí vivías
destruiste
ese amor que te di con minución
confiaba en ti
yo pensaba que era todo para ti
y ahora te alejas sin decirme un adios
qué quieres de mí
qué quieres de mí

Vete - Marlango

Certos filmes, que passam à margem dos circuitos mais comerciais e que por isso passam quase despercebidos, são por vezes verdadeiras pérolas e são também muitas vezes o "programa perfeito" para uma tarde que apesar de ser de sol, foi recheada de vento.
Nunca fui muito adepto de idas ao cinema, os trocos contados, a necessidade de combinar transporte, a falta de companhia ou de consenso na hora de escolher o filme, o barulho de quem assiste sem o conseguir fazer em silêncio, as pipocas ou as coca-colas que parecem ser condição necessária para se perceber bem a historia, tudo isso levou-me ao longos dos anos a preferir o sossego do sofá e a resignar-me com as limitações da minha televisão e do leitor de DVD em vez da alta definição da tela dos cinemas. Houve no entanto filmes e estreias de filmes, dos quais guardarei para sempre recordação, mas isso são outras histórias.
Como tudo na minha vida, as sessões de cinema ali na sala, os passeios para fotografar, as corridas ao final da tarde, os jantares vegetarianos, as musicas alternativas, a escrita desenfreada, os longos silêncios, as canetas de aparo ou os traços com aguarelas , as revelações e ampliações de fotografias cá em casa e da forma tradicional ou as sessões de yoga em Tibães e muitas outras coisas acontecem por ciclos, normalmente até desencadeadas por alguém. Sou muito do tipo de me deixar levar...
E nos últimos dias, andava a ser desafiado para umas maratonas de series e filmes. Hoje vimos "Malas Temporadas" e se no inicio fiz pressão para vermos "Linha de passe", até porque é um filme muito mais recente, acabei por ceder e por dar a mão à palmatória.

domingo, 26 de abril de 2009

"Sexual Healing

Repara: se eu pousar a língua no teu umbigo, os pêlos quase transparentes da tua barriga elevam-se; sentes os músculos do pescoço estenderem-se como se te espreguiçasses; tens mais saliva na boca; agora queres mais - sei isso porque me puxas os cabelos da nuca, um só movimento, como um castigo, depois largas-me. Uso os lábios (ao mesmo tempo que a língua) e o teu umbigo entra-me na boca. Sentes a pressão húmida e estável. Depois os dentes marcam-te a pele. Dói-te um pouco e então os músculos estendem-se mais, as pernas desabam para os lados, preparam-se.

"Tira tudo", dizes, mas páras a tarefa de desapertar-me os botões da camisa para me morderes o queixo.

"Vira-te", digo, e alongas o corpo na cama, a barriga cola-se no lençól, exibes - sabes que se trata de exibicionismo - a curva que transforma as costas em rabo. Dizes, enquanto passas aí os dedos: "Em inglês esta parte chama-se Small of a woman's back." Em seguida (como se em vez de perguntar, estivesses a pedir): "Vais-me comer?"

Basta que respire sobre essa curva no teu corpo e afastas-te do lençol, as ancas elevam-se, começas a ficar um bicho.

Falas: "Diz tudo o que quiseres, tudo o que te passar pela cabeça. Mesmo tudo."

Meto-te um polegar na boca, puxo-te para mim, sei que precisas de estar aqui com o corpo todo. Vai começar tudo outra vez e acabamos sempre num sítio diferente.

Nunca falámos de livros muito menos dos nossos pais.

Não existimos além deste quarto.

E, no entanto, precisamos de ser bichos aqui (tão bichos) para podermos continuar a ser pessoas lá fora. "

Escrito por Hugo Gonçalves, no blog Carrinho de Choque

Eu gosto de escrever, brincar com as palavras, dar-lhe voltas e com elas tentar descrever o que sinto, o que vejo, o que quero que aconteça, tento contar historias, libertar-me de pensamentos, de ilusões, tento falar de amores, de mim, de muitas pessoas. Mas há gente que com uma simplicidade aparente, consegue fazer tudo isso e de uma forma simplesmente fantástica, à qual ninguém pode ficar indiferente. Deparei-me estes dias com este texto, num blog, de quem não conheço o autor, mas fascinaram-me as suas palavras. Por isso o coloquei aqui.

quinta-feira, 23 de abril de 2009



Nos jornais (e não só nos desportivos), hoje foram noticia de capa, as agressões de "Pepe", agora jogador do Real Madrid, a "Casquero", jogador do Getafe. Vem ainda em vários jornais e foi inclusive "exclusivo" no telejornal uma entrevista com o "Pepe" em que ele afirma ter pedido desculpa e ter enviado até uma "sms" ao agredido...
O vídeo ou as fotografias, não deixam muitas dúvidas e não se coloca sequer a hipótese de lhe ter "acertado" por falta de pontaria ou por azar -porque a "ideia" era chutar no ar, como defende o treinador do Real Madrid.
Sinceramente é impossível conseguir perceber o que passa na cabeça de alguém que faz uma coisa assim, que demonstra um comportamento destes e uma total perda de auto-controlo e capaz de uma violência destas. Será certamente bem castigado e o próprio, já admitiu estar preparado para a dureza de um castigo que venha a sofrer e que se espera que seja exemplar! Mas o que acho ainda mais caricato é o papel de "vitima" que o Pepe parece querer desempenhar agora, quando diz que não percebe o que se passou, quando diz que "não era ele" ou quando afirma que "não tem mais vontade de jogar futebol..."
Nos últimos tempos, tenho-me distanciado do futebol, principalmente pelos maus resultados do Glorioso, afinal já parecemos o Sporting de há uns anos, copiamos as frases e tudo :" É desta!" Ou "Este ano é que é! " e acabamos afastados do titulo, da taça e de outras coisas, por alturas do Natal ou Carnaval ou seja, sempre demasiado cedo. Mas também, tenho deixado de ver e de me interessar por futebol, pelas constantes noticias que nos chegam: o valor das transferências, dos ordenados, as birras dos jogadores, que pagos a peso de ouro, refilam porque jogam na esquerda e querem jogar no meio, as "falcatruas" com árbitros e jogadores comprados pelo clube x, apenas para não jogarem pelo y, a violência das claques, a estupidez das mesmas com canticos racistas ou que apelam à violência gratuita, as destruições das áreas de serviço ou as noticias de clubes, em que os jogadores estão com salários em atraso de meses e meses...enfim tudo isso faz com que o chamado "desporto Rei" vá perdendo adeptos!
Mas voltando ao "Pepe", hoje durante o dia imaginei o que seria de alguém (um trabalhador normal) que por ter acordado mal disposto, por ter dormido mal ou apenas porque se lembrou assim de repente de desatar à chapada ou à paulada ao colega do lado, apenas porque ele espirrou mais alto que o normal, deixou a porta meia aberta, não correu os estores, tirou mal as fotocópias, perdeu os clip's amarelos e substituiu por cor de rosa, etc, mas que mais tarde num rasgo de consciência, se lembra de pedir desculpa (via sms, claro está ou por email) ao ofendido e com esse gesto, espera resolver a situação...
Certamente seria despedido na hora e alvo de um processo crime, imagino eu que seria algo suficientemente grave para ser chamada a policia ou pelo menos para ser apresentada uma queixa.
Há instantes no café, ouvi um comentário de alguém (muito sábio, ou não!) que desculpava o Pepe, dizendo que "não é nenhum criminoso, é um jogador "Português", da Selecção e que só por isso merece toda a compreensão...", simplesmente deixei de querer ouvir o resto, não consigo perceber como se tenta desculpar algo assim tão grave. Concordo que não se deva "crucificar" o Pepe, mas também não é uma situação em que se passe a mão pela cabeça e se diga : Vá, vai para casa e para a próxima tem mais juízo!
Os jogadores de futebol, principalmente os dos grandes clubes estão habituados a serem demasiado bem tratados, quase como Reis, idolatrados por milhões e acima de tudo serem desculpados ou despenalizados com grande facilidade, é fácil lembrar o que tem acontecido às multas por excesso de álcool ou de velocidade, quase sempre perdoadas ou substituídas por meia dúzia de minutos de sessão de autógrafos, como se isso fosse castigo ou verdadeiro serviço comunitário.
Qualquer forma de violência, deve ser condenada, ainda mais quando acontece assim, em jogos de futebol, em equipas de primeira linha, em ligas e divisões, tidas como as melhores do mundo e com jogadores com ordenados e transferências estupidamente elevadas e incrivelmente supra-valorizadas.
Acho que de tudo isto, há inúmeras lições a tirar e um delas é a imprevisibilidade das pessoas, de um momento para o outro, algo pode acontecer e as pessoas tornam-se capazes de coisas incríveis e normalmente incrivelmente estúpidas....