sábado, 30 de abril de 2011

( reflexo num 2cv - Canon Eos30, Ilford FP4 125 - negativo digitalizado )

"Some things are too important to be taken seriously." - Oscar Wilde




("melro no ninho - 2010? - Canon A590IS)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

(Gryllus campestris - Abril 2011 - Canon G9)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

"Passeio pelo campo" - Abril2011 CanonG9

E de repente tudo me parece tão grande... que me sinto pequenino outra vez!

sexta-feira, 22 de abril de 2011


(Flor do Campo - Canon Eos30 - 2004? - negativo digitalizado)

Nos últimos dias, voltei a conseguir fazer trabalhar o scanner e tenho digitalizado alguns negativos, mas por muitos cuidados que tenha, não consigo uma imagem "limpa", surgem riscos e mais riscos. Tenho que voltar a abrir o aparelho e desta vez, desmontar o suporte para limpar a fundo o vidro, pois penso que é essa a razão principal para tantos riscos e imperfeições. Os negativos, não se revelam assim tão riscados.
Curiosamente, não desgosto da imperfeição, dai colocar as fotografias aqui. Até porque, o que seria da vida sem imperfeições? :-)

Dia da fotografia Pinhole


(Viana do Castelo - Jardim, 2011 - fotografia pinhole - negativo digitalizado)

Este ano antecipei-me, preparei a máquina (adaptei uma antiga Fex Juni-Boy: retirei-lhe o obturador/objectiva e substitui-os por um plástico com um orifício) e consegui resultados até bastante bons, dadas as características/limitações da montagem. As melhores imagens, consegui-as trocando o tripé, pela estabilidade do chão, como no exemplo de cima.

"O que é o Dia Mundial da Fotografia Pinhole?
É um evento internacional criado com o objetivo de promover e celebrar a arte da fotografia pinhole.
Neste dia único, nós convidamos pessoas de todo o mundo a:
  • deixar por um instante de lado o mundo altamente tecnológico em que vivemos e participar desta data, tirando uma fotografia pinhole
  • dividir seu olhar sobre as coisas, e ajudar a difundir a rara beleza desta técnica fotográfica histórica.
O Dia Internacional da Fotografia Pinhole acontece anualmente no último domingo do mês de abril.
Em 2011, o DMFP é o dia 24 de abril de 2011." 

(Março de 2011 - Canon G9)

"Sometimes the things you can’t change end up changing you."
 

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Eu - 2010? - negativo digitalizado


É em certos dias, como o de hoje, que me dou conta que "é no silêncio que nos ouvimos melhor e é, quase sempre, na solidão que conseguimos ver mais longe...", quando espero que o sono apareça e passo em revista os momentos mais marcantes do dia.
Hoje o sono tarda em chegar, talvez por culpa dos muitos cafés -bebidos ao longo do dia, talvez por culpa das recordações/saudades -que me levaram a telefonar a várias pessoas, talvez pelo dia em si -situações que  me aborrecem, umas por repetição, outras pela falta de lógica, ou simplesmente pelo cansaço de tudo...
"Oiço-me", repetindo em silêncio as várias coisas que te disse e da mesma forma volto a ouvir-te, procurando lembrar-me das inúmeras palavras, algumas bem menos sussurradas que outras, que trocamos e muitas vezes chego a duvidar se conseguimos conversar ou se simplesmente trocamos monólogos, cada um o seu, à vez!

Talvez um dia perceba(s)...

quarta-feira, 13 de abril de 2011

(Abril 2011 - CanonG9)

terça-feira, 12 de abril de 2011


 (imagem retirada da Internet) 



Num dos primeiros treinos de voleibol, há já muitos, muitos anos, a treinadora da altura, tentou fazer-nos acreditar que controlávamos a bola, que era possível sermos nós e não a bola a controlar a jogada e o desenrolar da mesma... numa espécie de parábola, comparou a possível relação com a bola, com a relação com alguém, com outra pessoa - alguém que nos fosse importante! Não me lembro das palavras exactas, lembro-me das expressões, dos gestos, dos risos, mas foram mais ou menos assim: Se apertarmos/controlarmos e fizermos demasiada força com alguém ou a/em alguém, essa pessoa vai afastar-se, vai assustar-se e acabar por se afastar. Se por outro lado, evitarmos essa pessoa, se a largarmos e a deixarmos e nos tornamos demasiado ausentes, essa pessoa vai afastar-se de igual forma... com a bola será mais ou menos igual, demasiada força descontrolada ou demasiada indiferença ou falta de atenção e menor intensidade numa acção e a bola escapa e acaba no chão ou em qualquer outro lado de uma forma descontrolada...
Isto tudo pode ser tão verdade, como outra coisa qualquer, por muita atenção, bom posicionamento que se possa ter, um remate colocado na linha, uma bola rápida na vareta ou meia bola em força no meio, deita por terra qualquer intenção de querer controlar a bola e nesse momento procuram-se duas coisas: a primeira é evitar que seja a bola a bater-nos- uma bola na cara... magoa, a segunda é tentarmos ser nós a bater na bola, seja com mais ou menos força, com mais ou menos direcção, a primeira acção na defesa é colocar a bola no ar, "jogável"....Não há portanto duas situações iguais, acaba tudo por depender das circunstâncias!!!
Passando estas ideias para a vida do dia à dia, continua válida a teoria da minha ex-treinadora, alguém sob pressão afasta-se, alguém demasiado livre faz-nos o mesmo! E continua válida a minha interpretação, tudo depende da situação, das circunstâncias, das pessoas em questão e dos momentos que estamos a viver!
Mas há algo que é sempre verdade, entre dois extremos há sempre um inúmero conjunto de possibilidades, nem tudo na vida é preto e branco, muitas vezes é nos tons de cinzento que nos sentimos melhor...no equilíbrio, entre balanços, entre o que pode vir a ser e a certeza daquilo que foi...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

"À minha avó Amelia...

Mesmo sem pensar muito na data, não consigo esquecer este dia. Lembro-me tão bem, dos dias anteriores, da ultima visita ao hospital, do sorriso e da alegria que nesse dia mostravas e que ainda hoje guardo como ultima imagem de ti.
Lembro-me do telefonema, de me virem buscar, do silencio em casa, das lágrimas e dos soluços de choro abafados, lembro-me da dor, da sensação de vazio e o olhar vago de todos. Lembro-me de estar sozinho. Lembro-me do avô, dos silêncios, ainda maiores que os habituais nele. Lembro-me da preocupação de alguém, quanto à roupa escura, não tinha roupa preta e essa era a preocupação maior... como se o luto não fosse uma coisa interior, bem superior a uma mera camisola ou calças pretas...
Essa são as recordações más, as desse dia, do dia seguinte, das horas na igreja, onde não me lembro de ninguém embora saiba que muita gente esteve lá e falou comigo, lembro-me de abraços, lembro-me de palavras de apoio, mas não recordo caras, não recordo vozes, não me lembro. Lembro-me de pequenas coisas, espaçadas, lembro que chovia e que estava frio, foi um Abril de Inverno esse ano, ou então não... não sei, mas nesses dias choveu bastante e estava frio. Nesses memorias espaçadas e sem conseguir recordar caras, lembro-me da discussão na igreja, com pessoas que não sei quem são, mas que na altura faltaram ao respeito em relação a tudo e a todos e se questionavam sobre o destino da tua roupa... a quem é que interessa a roupa...
Lembro-me das horas antes e de pequenos instantes antes da missa do funeral começar, lembro-me de ter lá estado, mas não me lembro de muito mais, uma espécie de corpo presente, com o pensamento nas memorias, nas lembranças, a tentar guardar tudo, os cheiros, as imagens, os afagos, os gestos... tudo o que foi nosso e que da forma que conhecíamos, terminava ali.
Mas essa são como disse, as recordações más, as lembranças de momentos maus.
Quando me lembro de ti, não é nisso que penso, não são esses os momentos que me lembro, nunca são estes.
De ti lembro-me dos sorrisos, das historias, das bolachas, do cheiro a alfazema que trazias sempre em saquinhos nos bolsos, nos rituais com as flores, do alecrim, à alfazema, às azálias, aos jarros. Dos cuidados com a fruta, as ameixas, os "pelitros", os "pêssegos do cedo", as "uvas morangas" e as nozes. Sim, os cuidados maiores eram com as nozes, lembro-me de caixas e caixas a secarem ao sol, estendidas e recolhidas na eira, todos os dias, até "cantarem" umas nas outras, sinal de que estavam prontas para serem guardadas.
Lembro-me das historias, sim, essas não me esqueço e hei-de contar sempre que alguém as queira ouvir, historias de tempos que não conheci, mas que foram importantes para ti e que descrevias com um brilho especial, um brilho enorme no canto do olho.
Não posso falar de ti, sem falar do avô. Os dois juntos, durante mais de 50 anos, fizeram historia, 3 filhos, 5 netos e agora, já 2 bisnetos... trazemos muito dos dois, cada um de nós.
Dizem que sou muito parecido com o avô, dizias-me tu também muitas vezes, quando trocava os silêncios dele, pela tua companhia nas escadas a descascar favas ou a fazer outra coisa qualquer, pois não me lembro de te ver parada, mas sei que tenho muitas parecenças contigo, o gosto pela terra, pelas flores, não sei, mas não importava que fosse a ti, que tivesse ido buscar este gosto. Seria com orgulho.
Hoje já é de novo dia 9 de Abril, mais um ano que passa e sinto a tua falta, sempre da mesma forma, no meu pai, que sempre que vai lá casa fica diferente, mais triste, no avô, no seus silêncios profundos, no vazio da casa, no silencio da mesma, no cheiro das roupas, da casa, até nas flores da frente da cozinha, perderam o encanto, entristeceram com o avô, silenciaram-se fazendo-lhe companhia.
Para mim, serás sempre a avó Amélia.
E guardo-te ao meu jeito, esquecendo os momentos maus, da doença, dos hospital, do funeral, da missa, das pessoas sem respeito...
Guardo-te e é assim que te lembro, sempre pronta para a conversa, de sorriso sincero no rosto, sempre com um mimo e um afago ao chegar e ao sair lá de casa, guardo-te e lembro-te no cheiro a alfazema, que ainda hoje me acompanha e faço questão de manter próximo, lembro-te e guardo-te... como sempre foste para nós: um exemplo! "

Passou mais um ano...