domingo, 31 de maio de 2009

Grande fim de semana...

("Projecto Poladroid" 09)

Enquanto aguardo a chegada de mais uma destas pequenas maravilhas, embora sendo uma repetida e portanto ainda sem saber muito bem que destino lhe proporciono (dar? guardar? vender? desmontar?...) continuo a "imitar" as verdadeiras polaroids, recorrendo ao software do Projecto Poladroid.

O calor veio em força, ao ponto de na 6ªa feira, ter decidido ficar por Viana e aproveitar o fim de semana de sol.
O fim de semana revelou-se enorme em actividades, sábado foi dia de praia, quase ver o nascer do sol e ver o por do sol no mesmo dia é algo que não acontece com tanta frequência assim e não fosse o cansaço e o primeiro "semi-escladão" teria sido um dia quase perfeito. Notas a lembrar, apesar de estar mais ou menos com o mesmo peso, estou mais gordo que o ano passado, os calções estão mais justos, o elástico da cintura faz-se notar... solução : novos calções, com um tamanho acima ou então.... pequena dieta :D vamos ver qual o mais fácil!
Mas voltando a sábado, Moledo estava em Festa, Festival de Papagaios de Papel. Muita gente na praia, muita gente na areia, muitas cores e fios pelo céu. Muitos modelos, uns grandes, outros bem mais pequenos, uns simples outros muito complexos. Gostei especialmente das coreografias e das danças dos papagaios ao som das musicas. E eu cheio de pena de ter a máquina cá em Braga :-(
Tendo sido praticamente o primeiro dia, inteiramente de praia, não faltou o churrasco ao final do dia por terras de Carreço. Aproveitar enquanto não nasce o primeiro rebento, dentro de um par de meses estas liberdades vão ficar meio suspensas e vai dai, o final da noite foi ainda melhor com a ida até Caminha, para esticar as pernas e aproveitar o fresco da noite para falarmos de um possivel projecto em comum, de foto e video, algo que anda a ser marinado há já algum tempo e que a chegada do primeiro rebento deste casal amigo, talvez venha a antecipar ou então não :D
O dia longo o de sábado, resultou numa manha quase perdida entre lençois e almofadas, mas ainda deu para quase 45 minutos de caminhada, pela marginal de Esposende, antes de voltar para o almoço em casa dos meus Pais. Pensei que também fosse estar a minha irmã e os meus sobrinhos, mas afinal acabei por não ter grande sorte, tinham passado lá em casa, enquanto estava para Esposende :-( A minha sobrinha está enorme, com os seus 5 mesitos e meio já parece reconhecer a voz e o rosto de todos nós e em cada visita torna-se o centro das atenções, algo que é cada vez melhor tolerado pelo irmão mais velho, que aos poucos foi percebendo que ninguém ocupa o lugar de ninguém e que terá sempre as mesmas atenções que tinha enquanto filho único.
A tarde tinha sido destinada para ser passada em Serralves, aproveitando o fim de semana em Festa e o convite de amigos. Mas o calor, a preguiça e os atrasos entre os horários combinados, ditaram a que fosse diferente e o café a meio da tarde foi tomado em Vila do Conde. Escusado será dizer que havia "povo" por todo o lado, gente e mais gente e carros e mais carros e calor, muito calor e o facto de haver futebol, também não ajudou ao sossego no café e pronto, de certa forma precipitou o regresso a Braga, ao "forno" de Braga!
Não sei muito bem que temperatura possa estar por cá, mas é elevada e deixa-me "mole", arrasto-me e demoro imenso tempo a fazer as coisas.
Tenho várias coisas para tentar terminar, mas até o próprio pc, parece incomodado com o calor e demora imenso tempo a processar as coisas e os graficos que estou a fazer enquanto estou aqui a escrever, já deram duas vezes erro...
Enfim, fim de semana enorme, fim de semana de ar livre, fim de semana com amigos, com sol, praia, escaldão, banho de mar e de gente e que está no final.
Só espero que agora a temperatura baixe um pouco e que se guarde para o próximo fim de semana ou para os feriados que ai se aproximam :D
Uma boa semana!!!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Se estivesse a dormir... não escrevia estas coisas!

(Projecto "gotas" .09)


"Já não sei quem és
Já não sei quem és para mim
Se não for demais, lembra-me de nós
Já não sei quem és
Já não sei que faço aqui
Se não for demais, lembra-me de nós"

Lembra-me de nós - Margarida Pinto


Andava a pensar nesta música, parecia perfeita, dizia, o que eu pensava sentir, falava comigo, como que respondendo ao que perguntava e de certa forma dava-me razão... confirmava o que eu pensava, antecipava-me as palavras e lia-me o pensamento...era perfeita!
Mas até na "má-onda", eu tenho azar! E as certezas que tinha, o resultado de dias às voltas com as teorias, em pouco mais de uma página A4... desapareceram!
Uma espécie de efeito aguarela foi aplicado, os contornos dissolveram-se e as cores ficaram diluídas, esbatidas! O que antes era claro, evidente e cada vez mais nítido, dilui-se! Foi assim que ficou a minha teoria... dissolvida em resultado nenhum!
- Antes assim, poderão dizer...
Sim, acho que sim e não, acho que não! Não sei, até me perder em conspirações, enredos de filmes e cenários escuros, não sei que pensar, não sei que dizer. Era mais fácil o cenário anterior, era negro e escuro, cheio de certezas e reduzido em alternativas e hipóteses...era mais claro no fundo, embora possa parecer uma contradição!
Agora não sei bem que pensar...
Por isso :

"Se não for demais, lembra-me de nós"

Ontem...

(Foguetes no ar - Maio.09)

A prenda maior, chegou por carta antes do tempo. As surpresas boas são assim mesmo, acontecem, quando menos se espera...

domingo, 24 de maio de 2009



("me myself and i" - Poladroid project)


Não me olhes assim!
Continuo a ser quem fui!
Cada vez mais aqui...
não dances tão longe..!
...que eu já te vi

Cada vez mais aqui - Toranja

quinta-feira, 21 de maio de 2009

(Com o pensamento no Verão...)


terça-feira, 19 de maio de 2009

Desde o anuncio do final da produção de filmes/película Polaroid que muita gente tem tentado chegar a uma solução, pois são ainda muitas as pessoas fascinadas pela "magia" da fotografia instantânea e pelas suas limitações e características que conferem a cada fotografia um ar verdadeiramente único e julgo que não sonhei e que li algures na Internet, que há a possibilidade de avançarem com um projecto que permite a continuação da produção de alguns modelos de película Polaroid e assim evitar o final anunciado da mesma.
Enquanto isso não avança, para além de aproveitar os últimos cartuchos de filme ainda existentes em algumas lojas e que são agora vendidos por um valor estupidamente elevado, ainda mais tendo em conta que em muitos deles a validade já terminou há imenso tempo e com isso para além das cores e de todo o processo poder sofrer alterações e o resultado final ser uma surpresa... desagradável, há ainda a possibilidade de o flash não disparar, pois como alguns devem saber a energia necessária para fazer funcionar os flashs's das polaroids, vem armazenada no próprio filme, no cartuxo, numa bateria no interior do suporte da película, podem sempre recorrer a este site : http://www.poladroid.net/ e de uma forma muito simples, intuitiva e até divertida, criar uma fotografia estilo polaroid, a partir de qualquer fotografia digital.






"Now the house is quiet as a hollow head
And I'm walking round bumping into things you said
This has not been as easy as I thought it would
I'd be cooling down the fire if I thought I could

But I'm lonely again tonight
I can feel it like a knot in my side
They keep saying this is part of the ride
But I'm not getting stronger"

The Wrong Girl - Missy Higgins


Hoje queria um abraço. Um dos grandes, daqueles em que tudo à volta pode cair, sem sequer notarmos.
Hoje queria um sorriso. Um grande, daqueles teus, capaz de iluminar a sala e fazer desaparecer a chuva.
Hoje queria uma conversa. Uma das nossas, longas e sobre tudo, das que fazemos esgotar o cha do bule uma e outra e outra vez.
Hoje queria ouvir-te dizer sim. Um sim, diferente dos teus "talvez", dos teus "vamos ver e diverte-te entretanto".
Hoje queria-te aqui, perto, não necessariamente ao meu lado, bastava que estivesses à distancia de um olhar ou a uma suficientemente curta que pudesse sentir-te o perfume.
Hoje, hoje queria abraçar o mundo, num abraço profundo onde pudesse ter tudo e para isso bastava que estivesse aqui, à distancia de um abraço, à distancia de um sorriso, à distancia de uma conversa...
Hoje, bastava-me ouvir-te dizer : Também gosto de ti...

- Escrevi este texto há mais de três anos, cheguei a coloca-lo no antigo blog: Folhas no tempo, estes dias dei-me conta do quanto actual e verdadeiro continua. Cada vez mais tenho a certeza, que mais do que agarrado ao passado e a recordações, sou uma pessoa de ciclos, repito-me... principalmente nas asneiras...

sexta-feira, 15 de maio de 2009



Descobri por acaso e adorei todas as musicas: Jazz and '80s, Various Artists

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(imagem retirada da Internet)

Talvez seja a idade a pesar, talvez seja apenas mais uma fase ou até talvez seja uma questão de bom gosto e de tratar de o refinar ou ainda da companhia, mas nos últimos tempos re-descobri o fascínio das musicas sussurradas... pelos gira-discos!
O barulho, presente em todas as musicas, da agulha na transição das linhas ou o barulho mecânico do braço da mesma quando chega ao final de cada faixa e passa à seguinte é algo que nenhum outro sistema de som permite igualar. O toque do vinil e o cuidado ao manusear cada disco (ainda mais sendo eles emprestados) transformam-se num espécie de ritual de contemplação, antes mesmo de ouvir a verdadeira razão de contemplação : a música. Embora talvez exagerado, mas é um pouco à semelhança do ritual do chá, desde a preparação das chávenas, do bule, da água, à escolha das folhas até chegarmos ao liquido e bebida propriamente dita... não é para todos!
A portabilidade, a qualidade e acessibilidade de um qualquer leitor de mp3, transformou o acto de ouvir musica, em algo natural, que é algo que fazemos constantemente sem prepararmos ou pensarmos antecipadamente na acção.
Já com o gira-discos, a predisposição tem que existir, o esforço é necessário e mesmo que amplamente compensado, não é cómodo, não é pratico, não é tão acessível assim...
Por isso, quando descobrem que partilhamos o mesmo gosto pelos clássicos, pelo jazz, pelas "coisas antigas" e analógicas e nos emprestam um dos seus aparelhos e vários discos e ainda por cima nos dão a conhecer algumas "raridades" de John Coltrane , Miles Davis ou Frank Zappa... só podemos dizer obrigado!
E foi o que eu fiz. Foram 3 semanas de musica "bem ouvida", de serões diferentes, quase sem televisão ou computador e de muitas descobertas. Ontem devolvi à dona, a aparelhagem e os discos e agradeci do fundo do coração, pois penso que se fosse comigo, se calhar não emprestaria algumas destas coisas, mesmo sabendo que iriam ser bem cuidadas, bem tratadas e estimadas... ainda bem que há gente menos "apegada" às coisas que eu :D
Mas não deixa de ser caricato, descobrir, que numa era de tamanha tecnologia e acesso a tanta informação e entretimento, querer que o dia chegue ao final para que o serão seja tão simplesmente passado de volta de um disco do Leonard Cohen e um copo de vinho tinto Alentejano... e eu que nem costumo beber!
Eu acho que é mesmo sinal da idade e da velhice a dar de si :D

Mas mesmo assim, obrigado pelas descobertas, pelas partilhas, pelas sugestões, pelas conversas...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Assim se passam os dias....

(rumo ao aerogel... 09)

Há dias que se passam entre 4 paredes, de bata apertada, com óculos e luvas de protecção, rodeado de soluções, de teses e artigos, quase todos vagos ou cheios de passos e etapas "codificadas" sem que se percebam muito bem onde começam e onde acabam ou como são feitas e com que propósito. O cheiro constante a etanol e outros químicos ou o simples cheiro a sala fechada, quase nunca arejada, quase se cola à roupa, à pele, ao cabelo e tenho a sensação que me acompanha em casa, mesmo depois do banho tomado e da roupa trocada.
A evolução das amostras, as etapas que se vencem e os dias e semanas que vão ficando riscados no calendário, trazem um reforço ao ânimo e funcionam quase como propulsor em certos dias em que a saturação e o cansaço ameaçam a boa disposição.
Os avanços são significativos e os resultados da extracção supercritica, dão boas indicações de que obtivemos de facto aerogel (mais aqui) e que um objectivo foi conseguido .
Estar ocupado ajuda-me a não pensar demasiado e até me esqueço (faço esse esforço) de outras projectos e objectivos que fui traçando e que vou adiando.
Os dias passam, há resultados que aparecem e recompensam o esforço e até de certa forma servem de prova de que de facto o tempo passou, porque às vezes tenho essa falsa sensação de que o tempo não avança e tudo está na mesma... mas é mesmo uma falsa sensação, pois "hoje" nada é igual ao que era "ontem"...
Há dias que passam e que são vividos entre paredes, com breves pausas para café ou almoço rápido e relatórios constantes, anotações rigorosas (ou nem tanto assim), observações cuidadas (ou pelo menos assim simuladas) e alguns bocejos de tédio e impaciência.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Vidas tão diferentes que se cruzam de vez em quando...

Mesmo numa cidade como Braga, onde habitam cerca de 150 mil pessoas e onde não há o bairrismo de outras cidades, é relativamente fácil "conhecer" ou melhor re-conhecer uma cara conhecida e passar por ela um sem numero de vezes, seja ela vizinha ou não. Ainda mais se as pessoas em questão aparentarem ter mais ou menos idades parecidas.
Se a tudo isso juntarmos as coincidências e os acasos da vida, os encontros podem ser quase "combinados", seja porque se escolhe a mesma hora para dar um salto ao hipermercado, seja porque se frequenta a mesma padaria, seja porque se vai ao mesmo café ou até porque os dias em que escolhemos para caminhar ou levar as coisas ao ecoponto, coincidem.
Desde há já algum tempo que em diversas situações e ocasiões, que frequentemente "encontro" uma miúda, que descobri ser quase minha vizinha e que mesmo sem saber o seu nome ou ter-lhe dito o meu, numa espécie mista entre a boa educação e o hábito e até o ser quase natural, sempre que nos cruzamos dizemos olá, sorrimos ou simplesmente retribuímos o abanar de cabeça e o sorriso, numa combinação de gestos que substituem as palavras.
Não sei dizer quem disse o olá primeiro, mas o "oi" dela é engraçado, talvez da pronuncia ou sotaque típico dos Brasileiros, talvez pela naturalidade com que lhe sai, não sei, sei que é um "oi" meio que arrastado, meloso, mas ao mesmo tempo, (parece-me pelo menos) genuinamente simpático.
Já nos cruzamos em diversas situações e a julgar pela aparência, seria apenas mais uma jovem, talvez não tenha sequer 25 anos, mas não sei, nunca fui muito bom a adivinhar idades, mas as sapatilhas ou as sandálias, as t-shirts com desenhos engraçados e os calções ou calças de ganga reforçam essa ideia de juventude.
Há instantes, quando regressava do ritual do café no fim de jantar, voltei a vê-la, estava à porta de uns prédios aqui vizinhos e aparentemente estava à espera de alguém. Ao passar por ela, houve o habitual sinal, o olá e o sorriso e como sempre nada mais do que isso, eu atravessei a estrada e ela continuo a baloiçar-se nos sapatos de tacão e a fazer o mesmo com a mala que trazia.
Já estava eu do lado de cá da estrada, quando parou uma carrinha, uma normal carrinha de 9 lugares, com a particularidade de ser conduzida por um homem e vir cheia de mulheres, todas elas vistosas e com ar produzido. A carrinha parou e no mesmo instante que a porta da frente se abriu, voltou a fechar-se e a carrinha seguiu, mas já com a miúda, que até então esperava baloiçando-se no salto dos sapatos e que me tinha dito "olá", como habitualmente o faz, quando passamos um pelo outro, no seu interior.
Subi as escadas para casa e só nessa altura associei, desta vez não estava com calças de ganga ou calções, não tinha as sandálias ou as sapatilhas e muito menos tinha vestida uma das t-shirts engraçadas, mas sim um vestido justo, decotado e acho que bastante curto também.
Ou seja, é mais uma das "miúdas da noite", das muitas que a cidade de Braga, "emprega" nos bares e casas da região, uma das muitas "miúdas da noite" que diariamente, "apanham" o transporte comum a muitas outras, até ao local de trabalho e que fazem o percurso de regresso ao final da noite/inicio de dia, nas mesmas carrinhas.
Não pude deixar de pensar, no diferente que podem ser as vidas das pessoas com quem nos cruzamos na rua, diariamente, nas rotinas banais do dia à dia. Podem ser vidas tão diferentes como estas nossas...




Hoje aproveitei o final da tarde para fazer uma coisa que há bastante tempo não fazia : ter tempo de qualidade para mim e para as minhas coisas. Aproveitando o tempo quente que se faz sentir em Braga por estes dias, que transforma os finais de dia em momentos quase perfeitos para se andar por fora das casa e assentar arrais nas várias esplanadas que vão surgindo espalhadas pela cidade, terminei a minha tarde com o ultimo álbum da Lisa Ekdahl - Give Me That Slow Knowing Smile, (e que belo álbum!!!) e comecei finalmente a ler o ultimo livro que comprei e que há pelo menos 3 semanas esperava ser lido : A câmara clara de Roland Barthes (e igualmente, que belo livro!!!).
A liberdade de não ter horários para preparar o jantar e de me poder dar ao luxo de comer quando a fome aparece e não com hora marcada, permitiu-me prolongar o final da tarde, bem até à noite e com isso ganhei ainda mais sossego, pois primeiro a esplanada e depois a estrada até casa, foi ficando sem pessoas, sem carros, sem barulho.
Ao mesmo tempo não deixei de reparar que "alguém" ler um livro numa esplanada, é ainda razão de admiração, de olhares e troca de comentários entre as pessoas que passam. Há já alguns anos, na altura que participava regularmente e muito mais activamente nos encontros de Bookcrossing, falávamos entre nós nessa falta de hábito das pessoas cá em Braga e no que algo tão banal para tantas pessoas e tão habitual em muitos sítios, era ainda motivo de comentário e de admiração: aproveitar a sombra ou o sol de uma esplanada na companhia de um livro...
Foi um bom final de dia, melhor só mesmo se tivesse trocado Braga por Viana, Povoa, Vila do conde ou Esposende, para sujar os pés na areia ou simplesmente ver o Por do sol no mar ou sentir a brisa fresca do final do dia. Mas não se consegue ter tudo :D

terça-feira, 5 de maio de 2009



Já em plena contagem decrescente para atingir os 30, tenho-me deixado arrastar pelas memorias, lembranças de momentos, situações, pessoas, conquistas, sonhos, desilusões e de um modo geral tudo o que faz parte de mim nestes quase, quase 30 anos de vida.
É engraçado como as coisas se tornam relativas com a idade, o espírito é o de sempre, o sorriso de "menino", dizem que também se conserva, o brilho do olhar acentuou-se e parece que o mau feitio tem vindo a melhorar, revela-se cada vez mais espaçadamente.
Desde o inicio do ano, foram já vários, os amigos e conhecidos a atingirem a bela marca dos 30 e cada vez me convenço mais que a " excelente reserva" de 1979 é sem duvida fruto de uma grande colheita, sem falsas modéstias, considero-me integrante de uma boa geração, com valores, responsabilidades, uma certa dose de rebeldia e insatisfação quanto baste...
É curioso reparar que em várias situações somos vistos como "jovens adultos", mas em muitas outras situações já somos olhados como "velhos".
Acho que é algo comum a todos nós, por vezes é difícil viver com a idade que temos, seja ao 13/14 anos, aos 18, aos 25, aos 30 ou 50 anos, haverá sempre situações em que iremos desejar ter menos uns anos em cima, situações onde a vontade será ter mais uns anos e ainda situações em que estaremos bem com a idade que temos. Não se trata só de aparentar a idade que de facto temos, na vida as coisas acontecem por ciclos, por etapas, por alguma sequência lógica (ou não!), o importante é diariamente renovar os votos e os desejos de que podemos sempre melhorar, podemos fazer algo diferente e que podemos sempre ser um pouco melhor. Ser feliz, aos 15, aos 20, aos 30 ou em qualquer outra idade, depende em grande medida na nossa capacidade de acreditarmos que o podemos de facto ser!
Num balanço rápido, gosto do que já consegui ser e viver até agora, ficaram muitas coisas por fazer, muitas coisas por dizer, por ouvir, por visitar, por conhecer, por desejar, há muitos sonhos, muitas ilusões, muitos desejos e muitas confirmações e promessas por cumprir... mas a vida re-começa a cada manhã, a cada novo dia e se não aconteceu aos 23, ou aos 27, aos 15 ou aos 7, pode muito bem acontecer aos 30 ou aos 35.
A realização pessoal é um projecto individual, de cada um, diferente de pessoa para pessoa e não pode ser comparada, não pode ser medida, pois não há parâmetros ou valores para referencia.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Hank's letter to Karen - Californication

"Dear Karen,
If you're reading this, it means I actually worked up the courage to mail it so good for me. You don’t know me very well, but if you get me started I tend to go on and on about how hard the writing is for me. This is the hardest thing I ever had to write. There no easy way to say this so I’ll just say it, I met someone. It was an accident, I wasn’t looking for it, I wasn’t one the make it was a perfect storm. She said one thing and I said another and the next thing I knew I wanted to spend the rest of my life in the middle of that conversation. Now there this feeling in my gut that she might be the one. She completely nuts in a way that makes me smile highly neurotic, a great deal of maintenance acquired. She is you Karen, that’s the good news. The bad news is that I don't know how to be with you right now, and that scares the shit out of me. Because if I am not with you right now I have this feeling we will get lost out there. It’s a big bad world full or twist and turns and people have a way of blinking and missing the moment. The moment that could of changed everything. I don’t know what’s going on with us and I can’t tell you should waste a leap of faith on the likes of me. But damn you smell good, like home and you make excellent coffee that has to count for something. Call me!
Unfaithfully yours,
Hank Moody"


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Estes dias mostraram-me esta carta, faz parte de uma das cenas da série Californication. Não conheço a historia completa, não acompanhei a série, vi vários episódios, mas não me lembro de ver nenhum com grande atenção ou sequer do principio ao fim. Mas gostei da carta, do texto, das palavras. Acho que é um daqueles textos que descobrimos e que de repente pensamos que "nós" queríamos ter escrito aquilo, que aquelas palavras, poderiam ser nossas e que mais parece que alguém o escreveu por nós e/ou a pensar em nós...
Acho especial curiosidade, à parte em que o texto fala de que por vezes as pessoas "perdem o momento". E é curioso porque tenho pensado muito nisso, nos instantes, nos momentos, naquelas fracções de segundos em que de repente a oportunidade parece que se escapa e as pessoas não conseguem aproveita-la. Acho que temos todos dificuldade, em perceber que as outras pessoas, por muito que até gostem de nós, que até queiram esperar... acabam por se afastar, acabam por se cansar de esperar e que dificilmente estarão eternamente à nossa espera. É a tal questão dos momentos e das oportunidades que se perdem, apenas porque deixamos que as outras pessoas se cansem de esperar por nós!