quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

"És especial! 
Continuo a descobrir-te a cada encontro, em cada observação que faço ou em cada conversa que temos. Olho-te e vejo-te com atenção, sempre! Ouço-te, mas nem sempre com tanta atenção... perco-me com o olhar nos detalhes que procuro reter... sou como sou e tu és...como vou descobrindo que és! És especial, pelo menos, para mim és especial... "

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Descobri que ainda te trago comigo...

"Passou um dia e depois outro e outro, somados deram uma semana. Passou uma semana, depois outra e outra e somadas, deram um mês...
E depois passou mais um dia e outro e o tempo não pára. E são evidentes as marcas desse tempo que não pára, as árvores quase já não apresentam folhas e as que permanecem com folhas, há muito que mostram uma cor castanha, amarela ou mesmo tons vermelhos, bem diferentes dos tons verdes que apresentavam...
Há dias em que ao acordar, só desejo que a noite chegue rapidamente, desejo que tudo passe rapidamente, que o tempo me faça esquecer-te, que te leve dos meus dias, já que parece que não te consegue trazer.
Sei que não não voltarei acordar ao teu lado, dificilmente te poderei voltar a contar os meus sonhos e projectos e isso ainda me custa aceitar. Ver-te ou deixar de te ver, é quase igual, basta-me fechar os olhos e consigo ter-te tão próxima, que quase que sinto o teu coração, quase que te sinto e é como se estivesse outra vez, com a cabeça no teu peito atento ás batidas e ao ritmo acelerado da tua pulsação. Se continuar de olhos fechados, consigo ver-te as costas, a cicatriz do joelho e até os sinais em forma de triângulo do teu ombro direito. Sem esforço, oiço o som do sino que trazes pendurado no piercng do umbigo e que tantas vezes me arranhou...
É mais difícil, mas mesmo assim, com algum esforço, consigo sentir a força das tuas unhas, ainda a cravarem-se em mim, a voz rouca dos sussurros e o riso fácil, logo de manha.
Ouvir-te dizer que ias embora, ficou de tal forma gravado, que ainda acordo a sonhar que me estás a dizer isso pela primeira vez, acordo e corro até à sala e como não te vejo, imagino-te já na porta de entrada, vejo-te com as malas, os sacos e vejo lágrimas e um sorriso forçado a dizer : cuida.te... pela ultima vez.
Há dias complicados, em que as memorias aparecem de todo o lado, da senhora da padaria quer pergunta por ti, da vizinha do 2º que tem um casaco como o teu, do carro branco que está sempre frente ao café, que não é como o teu, mas que tem o mesmo autocolante na porta, ou nem indo mais longe, cá em casa, quando pego nas tuas bolachas de fibra ou encontro mais um dos teus recados espalhados pela casa ou com a data das coisas no frigorífico.
Fazes-me falta. Sinto-te a ausência. Mas já passou mais um de mês e nada de novo, não voltei a ver-te, não voltei a ouvir-te e se não fossem as minhas memorias, seria como se nunca me tivesses conhecido...
Há dias em que ao olhar o por do sol, o primeiro pensamento é na esperança que com a noite as lembranças tenham ido de vez e que ao acordar volte a ser a pessoa que era... porque há muito que não sou o mesmo, vivo de esperança, de lembranças, de sinais errados e frases mal decifradas..."
" E a tua voz ouço-a agora, vinda de longe, como o som do mar imaginado dentro de um búzio. Vejo-te através da espuma quebrada na areia das praias, num mar de Setembro, com cheiro a algas e a iodo. E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas ilusões de que tudo podia ser meu pra sempre. "

Miguel Sousa Tavares - in Não te Deixarei Morrer, David Crockett

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

- Acho-te diferente, quase que não te reconheço, não és o mesmo, não és quem eu queria que continuasses a ser...

Ouvi-te em silêncio e não pude deixar de concordar contigo enquanto te ouvia, adivinhava-te essas palavras, os olhares à procura de respostas... já esperava! Gosto tanto desta nossa situação, quanto da luz dos máximos do carro de trás, quando vou na autoestrada...sinto-me incomodado!!!!
Mas não concordo contigo, não estou diferente! Estamos diferentes, é diferente! Afastei-me? Não, deixei apenas que fosses tu a afastar-me, sem intervir, sem fazer nada que contrariasse esses teu gestos e deixei-te prosseguir num movimento oposto ao meu, observei em repouso, o teu deslocamento, reforçado no impulso gerado por ti para me afastares...
Ao contrário de uma colisão totalmente inelástica, quando chocamos e bem ao nosso jeito, cada um seguiu separado e acho que foi isso que nos trouxe à situação em que estamos. Deixaste-me ir e eu não te impedi ou fiz algo que te impedisse de me afastares e de te afastares. 
Que se passou? Acho que nem tu me sabes dizer... foi acontecendo... há forças que não se contrariam, repulsões que vencem atracções... fenómenos que não se explicam! Aceitam-se...


Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill

"Há por vezes coicidencias que me deixam a pensar. Mariza... esteve presente nos últimos teus emails que recebi...
Curioso este fado, que ouvi no momento que que te li... curioso... pelas palavras...
Há já muito tempo que nao o fazias, há ja muito tempo que não te escrevia também. Gostei de te ter lido... já ha muito que nao acontecia e talvez por isso, senti este teu email de uma maneira diferente, por momentos consigo imaginar-te á minha frente e a dizer as palavras que li... imagino-te os sorrisos e os gestos expressivos das mãos e olhos...
Curioso... pois há tanto tempo que nao te vejo e acho que consigo advinhar-te a roupa, o penteado, os tiques, o perfume... o relogio com que estarias aqui a dizer-me as palavras que li.
Foi bom ter-te escrito, melhor ainda teres respondido.
Desejo-te o melhor..."
"Depois de quase duas horas de caminhada pela praia, por entre rochas e areia molhada, numa altura que o calor e as dores naturais de quem nao esta habituado a tal esforço, impedem uma resposta rápida e minimamente pensada, ouvi-te dizer o seguinte : - gosto de ti... gostas de mim?
Confesso que me fiz de surdo e evitei os teus olhos, escudando-me no horizonte. Mas logo a seguir enquanto repetias a frase e a pergunta, nao me foi possível evitar um sorriso e respondi-te com um simples : acho que sim... claro que sim... acho eu...
Mas não era esta minha falta de certeza e esta minha sinceridade e a minha certeza de tanta incerteza que esperavas e gostavas de ouvir...
O que para mim é simples, é para ti tão complexo, tudo tem que ser definitivo e não há uma segunda maneira de ser... de estar...
Perante isto, mais uma vez e valendo-me do meu próprio historial de casos, acasos e ocasos... sou levado a concluir que por muito que não queira, por muito que evite, por muito que não pense nisso, acabo sempre por magoar alguém ou sair magoado...
Há já alguns anos, alguém me definiu como um eterno insatisfeito e alguém que nunca há-de ser totalmente feliz, nem completamente realizado... porque quem tudo quer...tudo perde!
Talvez seja realmente assim ou talvez seja apenas igual a toda a gente ou talvez ainda nao tenha encontrado "a tal pessoa" e o meu medo é o de já ter encontrado essa pessoa e não a ter conseguido segurar...
"

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

"Na minha forma simples de ver as coisas, procuro reduzir ao essencial as questões que me podem causar problemas, evito confusões, situações de embaraço e certas historias. Talvez por isso evite certas situações e passe por anti-social e por pessoa com mau feitio... tretas!
Com todas as pessoas com quem partilhei de alguma forma a minha vida, procurei dar o melhor de mim, dar-me por inteiro, sem interesses, livre e sincero e procurei receber apenas na mesma proporção e medida. Umas vezes correram melhor que outras, vivi as minhas histórias e deixei viver as dos outros... e continuo a viver dessa forma!
Há dois valores/pilares onde me apoio em qualquer relação, Respeito e Confiança! O Primeiro, exige-se, o segundo conquista-se! Se um falha, falham os outros todos, se estes dois são fortes e sustentados, suportam todos os outros!
Explico-me melhor, respeito todas as pessoas e só peço que me respeitem, antes de confiar em alguém ou acreditar que confiam em mim, preciso conhecer essa pessoa, deixar que me conheça, dai dizer que a confiança se conquista! Não serei a melhor pessoa do mundo, mas não certamente a pior...!"

Descobri este meu esboço de coisa nenhuma, há instantes, tem mais de 10 anos e é curioso como continuo a pensar da mesma forma... afinal não estava nada errado!!!

domingo, 5 de dezembro de 2010

(imagem retirada da Internet)

Escrevi-te mais uma carta hoje, acabei mesmo há instantes de a fechar e guardar... sim, é mais uma para juntar ao monte, que juntas esperam numa caixa que me dê vontade de as enviar!
Escrever, ajuda-me a pensar, escrever-te ajuda-me a perceber (-te)...
Faço-o há anos, desde que me lembro pelo menos, numa espécie de ritual que me permite afastar alguma da insanidade, cada vez mais evidente nos meus actos!
Nunca te consegui perceber muito bem, nunca cheguei a conhecer-te como queria, como se calhar precisava e tu merecias. Há em ti tamanhas zonas de penumbra, assuntos sobre os quais não sei nada, apenas que existem e te causam problemas...
Ontem depois de te encontrar e de te achar triste, fiquei a pensar nisso, nas tuas palavras e mais uma vez, fiquei à espera que confiasses em mim, mas mais uma vez, recebi um sorriso forçado e um "está tudo bem"...
Escrevi-te sobre isso, escrevi sobre outras coisas, mas guardei, como sempre faço! Também, faço de conta que está tudo bem e sorrio, e não é só quando te encontro...