terça-feira, 19 de janeiro de 2010



"Frágil" - Abril.2008


" Faz-me um sinal qualquer
se me vires falar demais
eu às vezes embarco
em conversas banais
frágil
sinto-me frágil "

-Jorge Palma


Entre o riso nervoso e as palavras ditas por dizer, há um espaço enorme entre nós! Uma distancia que aumenta sem que consiga controlar e que sei como vai terminar.
Preciso de espaço, gosto do meu silêncio, do meu canto, tenho essa necessidade, mas sinto falta do que já tivemos, do que já fomos, das rotinas de quem se conhece e se sente bem mesmo que nem tudo seja perfeito... a imperfeição e até a alguma falta de jeito e de habituação a partilhar o espaço com outro alguém, tornava-nos quase perfeitos... no mínimo a caminho do ideal!
Não te percebo e desisti de tentar.
Não me percebo, mas insisto no que não existe, insisto em lembranças que misturo com vontades, desejos e pensamentos que tive... sonhos que não chegamos a discutir, projectos e planos que ficaram por comentar e onde "não cabias" - palavras tuas...
As ausências, os silêncios, o que não dizes e o que não consigo ouvir-te ou fazer-te tentar... tornaram cinzentos, os dias de luz e de cor e deixo-me levar na corrente, num fluxo (des)controlado pela multidão de vozes, rostos, cheiros, toques que todos os dias, sem que consiga evitar, insistem em querer mudar-me...
As minhas histórias repetem-se : rapaz conhece rapariga, interessa-se, dedica-se, apaixona-se! Perde-se!!! Rapariga conhece rapaz, desperta interesse, cativa-o, desinteressa-se... deixa-o...
Tens outro nome, outro rosto, outros dons e defeitos, mas já vi e senti estragos semelhantes, ainda sinto marcas de outros rostos, de outros nomes, de outros encantos... e no entanto, de cada vez que toco o chão, que o sinto com o meu corpo, após a queda, tenho conseguido levantar-me, guardado o meu orgulho e seguido em frente e para os lados, umas vezes em linha recta outras em curva, sempre até à rapariga seguinte que me parte o coração!
Desta vez não será diferente...

2 comentários:

.• Cat •. disse...

Por vezes tiram-nos o chão mas o que dá alento à alma é saber que no final nos voltamos a levantar, que voltamos a erguer a cabeça, que permitimos conhecer pessoas novas e olhar para outras direcções....
Mesmo que seja um ciclo vicioso, no fundo do tunel há sempre a luz do recomeço, a esperança de uma nova vida :)
Beijinhos **

Zé Carlos disse...

Ola .*Cat*., sabes que às vezes a rotina e o facto de ser um ciclo que se repete uma e outra vez, passa bastante por aquilo que fazemos, claro que as relações pressupõe 2 vontades, 2 formas de estar, 2 mentalidades , etc, que se convergem numa só ou pelo menos que fazem o possível para pelo menos "caminharem" na mesma direcção e sentido. Enfim...às vezes as coisas poderiam ser um pouco diferentes ou até são, mas não ainda suficientemente para que os resultados também o sejam!
No entanto às vezes as palavras, são apenas palavras, não passam disso mesmo...