terça-feira, 12 de abril de 2011


 (imagem retirada da Internet) 



Num dos primeiros treinos de voleibol, há já muitos, muitos anos, a treinadora da altura, tentou fazer-nos acreditar que controlávamos a bola, que era possível sermos nós e não a bola a controlar a jogada e o desenrolar da mesma... numa espécie de parábola, comparou a possível relação com a bola, com a relação com alguém, com outra pessoa - alguém que nos fosse importante! Não me lembro das palavras exactas, lembro-me das expressões, dos gestos, dos risos, mas foram mais ou menos assim: Se apertarmos/controlarmos e fizermos demasiada força com alguém ou a/em alguém, essa pessoa vai afastar-se, vai assustar-se e acabar por se afastar. Se por outro lado, evitarmos essa pessoa, se a largarmos e a deixarmos e nos tornamos demasiado ausentes, essa pessoa vai afastar-se de igual forma... com a bola será mais ou menos igual, demasiada força descontrolada ou demasiada indiferença ou falta de atenção e menor intensidade numa acção e a bola escapa e acaba no chão ou em qualquer outro lado de uma forma descontrolada...
Isto tudo pode ser tão verdade, como outra coisa qualquer, por muita atenção, bom posicionamento que se possa ter, um remate colocado na linha, uma bola rápida na vareta ou meia bola em força no meio, deita por terra qualquer intenção de querer controlar a bola e nesse momento procuram-se duas coisas: a primeira é evitar que seja a bola a bater-nos- uma bola na cara... magoa, a segunda é tentarmos ser nós a bater na bola, seja com mais ou menos força, com mais ou menos direcção, a primeira acção na defesa é colocar a bola no ar, "jogável"....Não há portanto duas situações iguais, acaba tudo por depender das circunstâncias!!!
Passando estas ideias para a vida do dia à dia, continua válida a teoria da minha ex-treinadora, alguém sob pressão afasta-se, alguém demasiado livre faz-nos o mesmo! E continua válida a minha interpretação, tudo depende da situação, das circunstâncias, das pessoas em questão e dos momentos que estamos a viver!
Mas há algo que é sempre verdade, entre dois extremos há sempre um inúmero conjunto de possibilidades, nem tudo na vida é preto e branco, muitas vezes é nos tons de cinzento que nos sentimos melhor...no equilíbrio, entre balanços, entre o que pode vir a ser e a certeza daquilo que foi...

2 comentários:

.• Cat •. disse...

Tenho andado um bocado afastada.....mas tenho sempre passado por cá para te ler, apesar de já não comentar há muito tempo.
É verdade, a maior parte das coisas a vida são em tons de cinzento, há aquela incertea que nos mata ou que nos dá esperanças, aquele limbo onde sentimos a adrenalinada do que pode ou não ser...! É nessa incerteza que entra a nossa capacidade de sonhar e de reinventar vários desfechos à história da vida..
Beijinhos e boa semana

Zé Carlos disse...

Olá Catarina, eu notei a tua ausência por aqui e continuo também com frequência a passar pelo blog.
O meio termo, a dúvida, a incerteza é por vezes melhor que a certeza, a confirmação... exactamente porque permite um final como o que queremos e sonhamos. Mas também há quem viva uma vida sem saber, apenas passa por cá, deixa que a vida passe por si e simplesmente sobrevive...
Como em tantos outros textos, estava a pensar em muita coisa e em nada ao mesmo tempo, pode ser sempre tanta coisa e nada...
Um pouco como os dias, uns são cinzentos, tristes outros de luz, de vida. Precisamos de tudo, de pausas, de momentos incertos e até de pouca felicidade, permite valorizar os momentos de felicidade :-)
bjo e boa semana