domingo, 8 de fevereiro de 2009



(Tília - 2008)


"(...)

Agora em tudo o que faço
O tempo é tão relativo
Podes vir por um abraço
Podes vir sem ter motivo
Tens em mim o teu espaço

Todo o tempo do mundo
para ti tenho todo o tempo do mundo
Todo o tempo do mundo
"

Todo o tempo do Mundo - Rui Veloso

Há verdades que nos marcam, que nos fazem acreditar que há sempre algo mais a conseguir, algo mais a alcançar, algo mais a dar.
Há musicas, cujas letras parecem escritas para nós ou ou eventualmente por nós. As palavras a coberto da musica, umas vezes tornam-se difusas, difíceis de perceber, mas outras, ganham forma, uma maior projecção e visibilidade... notam-se melhor, fazem-se perceber.
Penso muitas vezes, nesta velha tília da casa da minha avó, uma árvore com mais de 100 anos, que resistiu a imensos Outonos e Invernos, para renascer e florir a cada Primavera e se mostrar em flor todos os Verões. Não consigo ficar indiferente à sua altura, à sombra, à sua presença no quintal, é uma árvore repleta de ninhos e onde as tardes de calor custam menos a passar. Pacientemente, como se tivesse outra alternativa, sente a passagem do tempo a passar por si e acompanha o processo, ganha folhas, flores, as flores caem, as folhas murcham e caem de seguida, ciclicamente...
Às vezes gostava de ser como esta tília, resistir pacientemente à passagem do tempo, acompanhar o processo com tranquilidade e ser uma espécie de lugar seguro!
Não sou nem árvore, nem tenho flores, nem faço sombra ou permito que os pássaros façam ninhem em mim, mas sei ser paciente, sei ser amigo e sei ouvir... podes vir por um café, podes vir por um sorriso, podes vir por uma conversa, podes apenas vir por um abraço, podes vir... pedir açúcar ou sal ou simplesmente porque sim...

2 comentários:

Anónimo disse...

Deixo-te um bjo enorme de boa semana...

Zé Carlos disse...

Olá "gémea mais nova", andas meio desaparecida, espero que esteja tudo bem ctg.

Um beijo grande uma boa semana, também p/ ti.