quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Efeito Borboleta e a Teoria do caos



("borboleta" - 2008)


"But if you keep real close
Yeah, you stay real close
I will reach you"

Whisper - A Fine Frenzy


Nas Ciências, mais concretamente na Matemática e na Física, falar da Teoria do Caos, é sinónimo de falar em fenómenos que não podem ser previstos por leis matemáticas. Os fenómenos ditos "caóticos" são aqueles onde não há previsibilidade. Por exemplo: o gotejar de uma torneira; nunca se sabe a frequência com que as gotas de água caem e não podemos determinar uma equação que possa descrever a frequência do "ping, ping, ping" das gotas...
Uma lei básica da Teoria do Caos afirma que a evolução de um sistema dinâmico depende crucialmente das suas condições iniciais. O comportamento do sistema dependerá então da sua situação "de início". Se analisarmos o mesmo sistema, sob outras condições iniciais, logicamente ele assumirá outros caminhos e mostrar-se-á totalmente diferente do anterior.
Partindo desta lei básica e recorrendo a um dos exemplos mais tradicionais para se exemplificar a teoria do caos e a sua dimensão, o designado efeito borboleta, resulta no seguinte: a ideia é que uma pequena variação nas condições em determinado ponto de um sistema dinâmico pode ter consequências de proporções inimagináveis. "O bater de asas de uma borboleta em Tóquio pode provocar um furacão em Nova Iorque."

E se deixarmos de lado as questões cientificas, as Físicas, as matemáticas, as previsões da bolsa, as oscilações dos mercados e transpusermos tudo isto para as relações humanos...
Ai sim, a teoria do caos complica-se e o efeito borboleta é ainda mais catastrófico. Uma má interpretação, um comentário mais a despropósito, uma observação mal digerida, um gesto mal percebido, uma chamada que não se devolve, uma msg que se esquece, um aniversário ou um encontro que passa sem ser lembrado, a incontornável resposta a uma provocação, o orgulho de quem já se sentiu magoado... algo tão simples quanto tudo isto, pode ser causa maior, de rotura, de quebra das melhores relações, das mais solidas ligações, pode minar desde dentro a base de qualquer relação...
O comportamento humano, o modo de ser de cada um, o que sentimos, como o sentimos, o modo como reagimos, o ritmo a que o fazemos, as coisas que nos passam pela cabeça, algumas que dizemos e outras que controlamos, esquecidas entre a mordidela na bochecha e o grito de dor, as vozes sem intenções e outras cheias delas dos amigos e conhecidos, as mágoas de um passado pouco distante ou a falta de certeza de um futuro ainda mais próximo, fazem-nos reagir de certa forma de um modo totalmente imprevisível... e as consequências dessas nossa acções, podem resultar em verdadeiros tufões, catástrofes naturais, que derrubam relações e afastam pessoas!
As palavras sós, perdem força, perdem intenção e esquecem-se no tempo, os gestos que as acompanham reforçam-nas, de certa forma tornam-as mais visíveis, mais verdadeiras.
Dizer que te quero por perto é pouco, mesmo sendo verdade, mesmo que saibas que não minto e por isso, mesmo que seja num envelope vazio, há palavras que não escrevo, mas que te chegam às mãos e servem de prova..
Vejo um pouco mais ao longe, sem grande esforço imaginativo e espero calmamente que a minha teoria se confirme... és ordem no meu caos....
Se te deixares ficar por perto, cada vez mais chegada, vais ver que te consigo alcançar!

3 comentários:

.• Cat •. disse...

Olá :)
Sem dúvida que os gestos que acompanham as palavras reforçam-nas... muitas vezes até valem mais :) As palavras voam com o tempo, os actos é que ficam para sempre na memória :)
Espero que ela se deixe ficar por perto :)
Beijinhos

Zé Carlos disse...

Olá .*Cat*., "uma imagem, mil palavras" e um gesto? quantas serão? :-)

Quanto ao "jogo do gato e do rato", tenho a sensação que um destes dias, se me sentar e deixar de correr atrás... alguém dá por isso, sente a falta e vem à procura ;-)

Uma boa semana, bjinho

.• Cat •. disse...

Um gesto vale bem mais que mil palavras! Os gestos falam por si, não precisam de palavras :)

É sempre assim... quando deixamos de corre atrás a outra parte corre atrás de nós! Desde que não seja tarde demais, é bom sinal :) É sinal que sentiu a falta e que valeu a pena cada gesto, cada palavra :)

Beijinhos