sexta-feira, 15 de maio de 2009



Descobri por acaso e adorei todas as musicas: Jazz and '80s, Various Artists

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(imagem retirada da Internet)

Talvez seja a idade a pesar, talvez seja apenas mais uma fase ou até talvez seja uma questão de bom gosto e de tratar de o refinar ou ainda da companhia, mas nos últimos tempos re-descobri o fascínio das musicas sussurradas... pelos gira-discos!
O barulho, presente em todas as musicas, da agulha na transição das linhas ou o barulho mecânico do braço da mesma quando chega ao final de cada faixa e passa à seguinte é algo que nenhum outro sistema de som permite igualar. O toque do vinil e o cuidado ao manusear cada disco (ainda mais sendo eles emprestados) transformam-se num espécie de ritual de contemplação, antes mesmo de ouvir a verdadeira razão de contemplação : a música. Embora talvez exagerado, mas é um pouco à semelhança do ritual do chá, desde a preparação das chávenas, do bule, da água, à escolha das folhas até chegarmos ao liquido e bebida propriamente dita... não é para todos!
A portabilidade, a qualidade e acessibilidade de um qualquer leitor de mp3, transformou o acto de ouvir musica, em algo natural, que é algo que fazemos constantemente sem prepararmos ou pensarmos antecipadamente na acção.
Já com o gira-discos, a predisposição tem que existir, o esforço é necessário e mesmo que amplamente compensado, não é cómodo, não é pratico, não é tão acessível assim...
Por isso, quando descobrem que partilhamos o mesmo gosto pelos clássicos, pelo jazz, pelas "coisas antigas" e analógicas e nos emprestam um dos seus aparelhos e vários discos e ainda por cima nos dão a conhecer algumas "raridades" de John Coltrane , Miles Davis ou Frank Zappa... só podemos dizer obrigado!
E foi o que eu fiz. Foram 3 semanas de musica "bem ouvida", de serões diferentes, quase sem televisão ou computador e de muitas descobertas. Ontem devolvi à dona, a aparelhagem e os discos e agradeci do fundo do coração, pois penso que se fosse comigo, se calhar não emprestaria algumas destas coisas, mesmo sabendo que iriam ser bem cuidadas, bem tratadas e estimadas... ainda bem que há gente menos "apegada" às coisas que eu :D
Mas não deixa de ser caricato, descobrir, que numa era de tamanha tecnologia e acesso a tanta informação e entretimento, querer que o dia chegue ao final para que o serão seja tão simplesmente passado de volta de um disco do Leonard Cohen e um copo de vinho tinto Alentejano... e eu que nem costumo beber!
Eu acho que é mesmo sinal da idade e da velhice a dar de si :D

Mas mesmo assim, obrigado pelas descobertas, pelas partilhas, pelas sugestões, pelas conversas...

2 comentários:

Anónimo disse...

"Toino" eu sabia a quem emprestava as coisas. Olha, vamos ao Porto logo? Ao Maus Hábitos, tocam lá os Madame Godard e há mais coisas na Passos Manuel, são 5€... não sejas forreta ;D
Ligo-te mais tarde. Beijos

Zé Carlos disse...

Só percebi agora a boca de não ligar às mensagens :D

Bj