segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Noite de excessos...




(Peso do mundo - 09)


Pudesse o tempo parar, voltar ao inicio da noite e hoje seria diferente. Foi um final estranho, o silencio culpado, as palavras quase sem sentido, ditas em jeito de despedida, o ambiente pesado, no silencio entre o pedido das torradas e meias de leite e a chegada à mesa. O sorriso forçado, os olhares meio vazios de dois corpos cansados. A necessidade de justificar cada gesto ou palavra, revelam falsidade, intranquilidade, uma pedra que ou areia que ficou no sapato e agora magoa. A conversa que foi profunda, serena, é agora superficial, vaga, sobre nada...
O raio do telemóvel que ficou sem bateria, o telefonema que ficou a meio e a justificação a dar ao chegar, prenderam o pensamento durante minutos. A sensação de incomodo é a mesma de quem fala de igualdades, mas fala que nasceu no Porto... na Foz, não na Ribeira ou no Cerco ou fala no primo Africano... Sul Africano, e repete mais alto o Sul Africano... soa tudo a falso... é tudo falso!
O peso nos olhos, de uma noite mal dormida, só é comparável ao peso do mundo que os ombros suportam e agora bem lúcido, a realidade é bem mais crua e muito menos colorida do que aquela amizade, horas antes, parecia ser...
Os excessos, pagam-se, não se esquecem!
Na despedida, o "depois liga-me ou ligo-te eu" é dito a medo, soa ainda mais a obrigação, a um resto de educação, a um minimizar de culpa...
E o pior ainda está para chegar!

4 comentários:

Mariana disse...

É daquelas coisas...

Zé Carlos disse...

É curioso que nunca sabemos quem podemos encontrar num sábado à noite nem o que isso nos pode trazer à memoria...

.• Cat •. disse...

"E o pior ainda está para chegar!"
Na maioria das vezes depois ninguém liga... fica o silêncio...e a memória...
:)

Zé Carlos disse...

Ola .*Cat*., sim na maioria das vezes tudo fica assim, no ar, na duvida, no silencio... e sinceramente às vezes é bem melhor que assim seja. Mau é quando por motivos vários, seja de trabalho, por amigos comuns, acaso, as pessoas se encontram, mesmo passado muito tempo, o desconforto, o incomodo é evidente. :-)

Não há relações descomprometidas, não há relações vazias de sentimento, é impossível!
Como alguém uma vez me disse: Se não queres que se saiba... não faças :D