segunda-feira, 18 de outubro de 2010

(Bom Jesus - Braga - Outono 2006 - kodak 125px)


Interrogação

Não sei se isto é amor. Procuro o teu olhar,
Se alguma dor me fere, em busca de um abrigo;
E apesar disso, crê! nunca pensei num lar
Onde fosses feliz, e eu feliz contigo.

Por ti nunca chorei nenhum ideal desfeito.
E nunca te escrevi nenhuns versos românticos.
Nem depois de acordar te procurei no leito
Como a esposa sensual do Cântico dos Cânticos.

Se é amar-te não sei. Não sei se te idealizo
A tua cor sadia, o teu sorriso terno...
Mas sinto-me sorrir de ver esse sorriso
Que me penetra bem, como este sol de Inverno.

Passo contigo a tarde e sempre sem receio
Da luz crepuscular, que enerva, que provoca.
Eu não demoro o olhar na curva do teu seio
Nem me lembrei jamais de te beijar na boca.

Eu não sei se é amor. Será talvez começo...
Eu não sei que mudança a minha alma pressente...
Amor não sei se o é, mas sei que te estremeço,
Que adoecia talvez de te saber doente.

Camilo Pessanha

Que posso dizer-te que não te tenha dito já? Continuo às voltas com as palavras, sem encontrar as que pretendo, que descrevam o que sinto e que te gostaria de dizer.
Pensei que escrever fosse mais fácil e que ao sentir o toque familiar do teclado, as palavras fossem aparecendo, embaladas pela voz do Caetano Veloso, da musica que oiço, enquanto tento dizer-te o que quero.
Talvez eu seja como este banco, o oposto dos demais e por essa razão te olhe de um modo diferente, te escute de um modo especial e faça tudo para que te sintas única.
Ou talvez seja o contrario, talvez tu sejas como este banco, diferente de todas as outras e por isso te olho tão atentamente e procuro ouvir-te com atenção.
Não sei se algum de nós é assim tão diferente dos demais, só sei, que sempre que te vejo, fico com vontade de te voltar a ver, sempre que te encontro, no caminho de volta imagino novo encontro, sempre que falamos, fico à espera de nova conversa...

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