quarta-feira, 22 de setembro de 2010





"Aprendí a leer tus páginas en blanco
y aprendí a entenderte sin hablar
pero los espejismos se desvanecen
si sólo se tocan por curiosidad.

Deja que te quiera sin reservas
deja que te quiera otra vez
a pleno sol
sin nada que temer."

A pleno sol - Mikel Erentxun


Pudesse eu parar os movimentos da terra, translação, rotação, o de processão e o de revolução. Tivesse eu capacidade para inverter a ordem natural das coisas e conseguísse eu anular tudo o que temos hoje e conseguisse voltar atrás no tempo, apenas uns uns meses e teria hoje outro sorriso.
Queria voltar ao inicio do Verão, ás idas à praia, aos passeios pelo corredores de madeira que atravessam as dunas. às conversas inocentes e aos segredos descobertos.
Queria voltar a ti.
Queria... queria... Queria tanta coisa, que não cabe num só texto, na descrição de um dia ou na memoria de um encontro. Queria voltar a olhar-te pela 1ª vez, a ler-te nos primeiros sinais e a encantar-me com a tua simplicidade de gestos e formas, de estar e de ser.
Pudesse eu voltar no tempo e prolongaria cada momento, cada conversa, cada olhar.
Pudesse eu voltar atrás no tempo e saberias mais sobre mim, terias mais dados, mais tempo a dois, menos distancias e ausências, terias-me agora mais perto.
Queria voltar atrás no tempo, para sentir o sol em pleno e fugir desta época de ventos e folhas soltas, esquecidas em caminhos e viagens para lados opostos.
Pudesse eu parar tudo o que temos e talvez até tivéssemos agora um ponto de equilíbrio, um principio de estabilidade onde a repulsão e atracção das nossas cargas estivesse em repouso...
Mas este meu vicio de mastigar as palavras, de me demorar com as frases e me arrastar nos pensamentos, fez-me perder a noção do tempo e do espaço e perdi-me de ti, da evolução natural das coisas e da ordem natural dos acontecimentos que quando Deus Quer, o Homem Sonha... a Obra nasce.
Sonhei demais, por demasiado tempo...
Ah, pudesse eu parar tudo o que existe e voltar atrás no tempo, aos passeios simples, ás conversas despreocupadas e aos encontros naturais e talvez a historia fosse escrita com outro tipo de letra, sobre uma folha diferente e com um final alternativo ao que temos...
Tenho pena...

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