domingo, 5 de setembro de 2010

Há muito que sinto que me repito em ciclos e há instantes encontrei um texto meu, de 2008, que escrevi no outro blog e não consegui deixar de me rir... pouco mudou. Um outro rosto, um nome diferente, uma nova pessoa, mas as mesmas questões...


(eu - talvez em 2007, 2008, não sei...)

A vida segue ao seu ritmo, ao ritmo de cada um, da vida de cada um. É uma espécie de movimento dinâmico, um vai-e-vem sincronizado entre quem se afasta e quem se aproxima, uma coordenação quase planeada em rascunho e depois passada a limpo.
Nos últimos dias, optei por estar quase sempre só, numa casa vazia de pessoas, preenchida com moveis, roupas e coisas que só se usam no Verão, num prédio igualmente vazio, numa zona, onde nesta altura do ano, consigo com facilidade, à noite, contar toda a gente com quem me cruzei durante o dia, apesar disso tudo, nunca me senti sozinho.
Apesar dos silêncios, que arrasto comigo, para onde quer que vá, há sempre uma voz, uma imagem, um olhar e principalmente um sorriso enorme, que me acompanha... sempre!
Continuo a ver-te, a lembra-te, a sentir-te próxima mesmo que te saiba distante, a querer conhecer-te mais e mais e mais ainda, a querer estar contigo, a querer que me conheças e que me descubras. Sonho contigo, trago-te em pensamento durante o dia, vejo-te nas pequenas e grandes coisas que encontro, nas estrelas à noite, no calor e na luz do sol, na frescura da água que bebo, no frio do vento, na neblina que encontro de manha quando chego à areia, no som das ondas nas rochas, nas conchas que guardei...
Poderia quase dizer, que te trago na pele. Sinto-o... sinto-te.
Lembro-me de conversas disparatadas, pequenas guerras para ver quem vencia e quem se deixava perde, momentos cheios de coisa nenhuma, esvaziados pelo tempo que não perdoa e escorre a um ritmo que é só seu e que ninguém controla.
Gosto de ti, desde sempre. Desde que te vi, ainda antes de te conhecer, ainda antes de saber quem eras, já sabia o que me ia acontecer... é o meu destino, o meu fado: gostar, de quem de mim não gosta; querer, quem não me quer; sonhar, com quem nem de mim se lembra; esperar, por quem de mim se esquece...
O meu olhar no horizonte, não é vazio, esconde antes desejos, vontades, sonhos, que podias colorir e dar forma.
Se eu pudesse... ah seu eu pudesse... ensinava-te a gostares de mim!

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