quarta-feira, 1 de setembro de 2010


(Fim do dia - 31.8.2010 - Antas - Esposende )
(carregar na foto, para ver melhor)


Há lugares especiais, onde nos sentimos bem, onde, mesmo que aparentemente sejam comuns e à vista da maioria das pessoas sejam simplesmente lugares, nos sentimos bem. Este é um desses lugares!
Parece apenas mais um dos muitos acessos a uma praia, praia essa cada vez menos merecedora desse título, pois possui cada menos areia e cada vez mais pedra. É um lugar, quase deserto, são raras as vezes que lá vou e que me cruzo com alguém nos seu acessos. Tem um passadiço em madeira, que nos leva pelas dunas, desde a zona do parque para carros, até à zona de acesso aos calhaus e dai ao mar. Um banco, de costas voltadas ao mar, com um caixote de lixo ao pé, são talvez os únicos sinais de conforto, que aquele lugar oferece à maioria das pessoas.
Eu gosto de lá ir! No Inverno, gosto do som das ondas a bater nos calhaus e também do som da água a fugir por entre as pedras, no seu regresso ao mar. Gosto do cheiro, aquele verdadeiro cheiro a mar, cheiro a praia do norte do país. No Verão, gosto do por do sol, das cores quentes que se esbatem entre a água e aquele restinho de areia, quando há maré baixa ou então sobre as rochas, quando a maré esta em cima, como estava hoje ao final do dia. Mesmo sem a fúria das ondas de Inverno ou a a tranquilidade das cores quentes no Verão, no resto do ano as idas até lá são igualmente frequentes.
Para mim, é um lugar de sossego, de reflexão, de procura de respostas, onde posso estar num ambiente de que gosto particularmente: praia/mar e onde normalmente me renovo e me organizo.
É engraçado lembrar que o barulho da água nas pedras já abafou diversos desabafos, confidências e que sentado ali nos degraus do passadiço, recebi uma das melhores noticias que alguma vez me deram e ao mesmo tempo, aquele mesmo passadiço é testemunha de uma das minhas maiores desilusões...
Mas mais do que qualquer lembrança ou recordação, gosto daquele sitio que aparentemente não tem nada de especial, essencialmente porque me sinto bem ali, naquela zona e isso sim, é o que me importa e me faz voltar.
Há outros locais onde gosto de ir, até porque tenho por hábito procurar isolar-me quando preciso de resolver ou perceber algo, mas este é um dos que gosto mais e até talvez aquele que mais vezes fotografei.
Imagino que haja mais gente assim, que não seja o único a ter um lugar assim, preferido ou simplesmente habitual para ver a vida passar e pensar no que fazer. Se não tiverem, procurem, arranjem um. Até posso "emprestar" este meu, afinal e felizmente passam-se largas temporadas que não o visito ou sinto necessidade de lá passar...

Sem comentários: